F1 Por que não perder a temporada 2014 da Fórmula 1 - Julianne Cerasoli Skip to content

Por que não perder a temporada 2014 da Fórmula 1

Motor Racing - Formula One Testing - Bahrain Test One - Day 3 - Sakhir, Bahrain

A maior revolução nas regras da Fórmula 1 promete mudar muita coisa a partir deste final de semana, na Austrália, quando será disputada a primeira etapa do ano. Confira os motivos para não perder a temporada 2014:

Chacoalhão na relação de forças: não estranhe se vir uma Force India confortavelmente na frente da Red Bull no GP da Austrália ou uma Williams, que ano passado suava para ficar no top 10, brigando por pódios. Assim como na última mudança de regras, quando vimos o surgimento da Brawn, o crescimento da própria Red Bull e até a hoje extinta Toyota na frente, os novos desafios pegaram gente que vinha vencendo corridas nos últimos anos de calças curtas.

Red Bull longe do topo: por essa ninguém esperava. Um misto de falta de preparo da Renault e falhas da própria equipe, atual tetracampeã da Fórmula 1, fizeram com que o time de Sebastian Vettel fosse um dos que menos andou na pré-temporada – e, quando andava ora estava na rabeira, ora no meio do pelotão. Apesar da equipe ter condições de dar a volta por cima, não dá para saber quanto tempo isso vai demorar. Bom para vermos como Vettel vai se portar dentro e fora das pistas.

Recomeço para Massa: apesar da troca da Ferrari para a Williams ter parecido uma boa solução logo de cara, provavelmente nem o brasileiro esperava um salto tão grande de uma equipe que viveu um de seus piores anos em 2013. O tamanho deste salto e por quanto tempo durará, não dá para saber, mas Massa tem tudo para conquistar, em 2014, seus melhores resultados desde 2008.

Alonso e Raikkonen sob o mesmo teto: são dois pilotos que andaram bem quando o regulamento privilegiava a agressividade e que também deram aula de como administrar os sensíveis Pirelli nos últimos anos; dois especialistas em corridas, que pilotam com a tabela de classificação em mente e de maneira inteligente; dois campeões do mundo com temperamentos diferentes, mas que não aceitam serem deixados de lado. O nível de tensão vai depender das possibilidades ferraristas no campeonato, mas é certo que a dupla vai fazer bonito – e dar trabalho.

Carros não serão mais à prova de balas: quando um Max Chilton consegue completar todas as corridas da temporada a bordo de uma nanica, temos a noção de como os carros eram confiáveis até o ano passado. As complicadas unidades de potência híbridas, com as quais as equipes têm pouquíssima experiência, vão jogar um tempero a mais de incerteza.

Ultrapassagens até o final: pelo menos a Pirelli garante que seus pneus estão soltando menos borracha ao longo das provas. Há diversos fatores que interferem no número de ultrapassagens, mas o que vimos nos últimos anos foi uma dificuldade de fazer manobras no final das provas devido à sujeira na pista, causada pelos chamados marbles (ou bolinhas de gude). Isso não deve ser um problema em 2014.

O que pode dar errado

Dificuldade de leitura das corridas: será que este carro está lento mesmo ou apenas poupando combustível? Esta será uma das dificuldades, bem exemplificadas pelo sistema de punições pela troca de elementos da unidade de potência: cinco unidades poderão ser usadas no ano. Elas são compostas por motor, os geradores de energia calorífica e cinética, o turbo, a bateria e o controle eletrônico. Se toda a unidade for trocada pela sexta vez, o piloto larga do pit lane. Caso isso ocorra com qualquer um destes itens isoladamente, serão 10 posições a menos. Se o mesmo acontecer com um segundo item, serão mais cinco posições.

Disputas em banho-maria: como este novo regulamento foca em eficiência, os carros terão de completar os GPs com cerca de 35% menos combustível. Isso significa uma necessidade de adaptação do estilo de pilotagem e em GPs mais estudados. É possível que ninguém queira arriscar no início com medo de acabar pagando o preço no final.

Diferença entre os motores grande demais: pelo que vimos na pré-temporada, a Mercedes é a mais bem preparada entre as fornecedoras, com grande diferença em relação à Renault, que poucas vezes conseguiu fazer toda a unidade de potência funcionar. Isso gerou diferenças de mais de 20km/h nas retas nos testes, o que dividiria a F-1 em sub-categorias. O grande número de mudanças também pode gerar protestos e dúvidas a respeito da legalidade dos carros.

9 Comments

  1. O novo regulamento colocou todos juntos numa multidão de condenados. Os que conseguiram redenção na pré-temporada podem até se sair bem no começo, mas como vem sendo observado, é só o começo.

    Temos gênios em outras equipes e 2014 trará um pouco mais daquilo que se via nos anos 80.

    Pode ser que Vettel seja de fato o aclamado gênio de que tantos falam, pode ser que Massa seja o azarado de que tantos falam. Apenas uma coisa é fato, com tantas novidades, essa temporada é imperdível.

  2. Disputas em banho-maria: vai começar a F 1-Gincana. . . Huum. . . Montezemolo já criou o termo “pilotagem de taxista”.

    Julianne, fale algo sobre a luz verde/vermelha embaixo da câmera indicando se o carro pode ser tocado ou não. Isso vale para o carro inteiro? Imagino que os bandeirinhas, bombeiros e socorristas estejam devidamente instruídos. E nada de gente distraída! Até onde poderia ir o risco REAL para quem tocar nesses novos carros desavisadamente, em uma situação de estresse, de emergência? Não entendi o aspecto de o piloto ter que continuar acelerando após um capotamento, conforme li em algum comentário por aí. Mas, e se estiver desacordado? Ou se o carro apagar? Esses aspectos relacionados à eletricidade na nova F 1-Gincana chegam a ser ainda mais complexos – ou eventualmente perigosos – do que na Fórmula E?

  3. Oi, Julianne!

    O pessoal aqui nas transmissões da Indy em ovais (principalmente nos anos 90) costumava chamar os “marbles” de “farofa”, não sei se é o termo consagrado por todos os pilotos nas competições por aqui.

    No mais, contagem regressiva para os carros na pista amanhã!

    🙂
    César.

  4. Oi, Ju

    O Alonso passou 2013 inteiro atirando contra Vettel alegando que o domínio imposto pelo alemão era fruto do ótimo carro que ele pilotava. Em outras palavras o espanhol dizia que era o carro de Newey, e não o talento de Vettel que resultara no massacre que o binômio impôs na segunda metade do campeonato.

    Eu nunca concordei com as declarações de Alonso porque não há carro bom que ande com piloto ruim, e não há piloto ruim campeão só porque tem carro bom. Talvez o único que se enquadre no segundo item seja James Hunt (!?)

    Para dar certo tem que haver a junção das duas coisas, carro competitivo/ piloto bom. Mas agora chegou a hora de ver como Vettel se comportará, caso a Red Bull esteja mesmo muito abaixo da critica. Vai ser interessante, uma das atrações do campeonato sem dúvida.

    Abs e boa temporada!

  5. Ju, como sempre belo post. E também excelentes razões para não perdermos a temporada. Mas a maior delas é que somos loucos por F1.
    Sérgio concordo com vc. Só não sei dizer em relação ao Hunt.

  6. Sobre as leituras de corrida, por hora a F1 vai se tornar uma Nascar em circuito misto, pois como funciona lá: mais da metade da prova se corre em nível de estratégia e no último quarto de prova é que começa a disputa verdadeira, com as garantias de que se tem pneu e combustível para cruzar a linha de chegada. No último final de semana na Sprint Cup, o piloto que estava em 1º começou a ficar sem gasolina na metade da última volta e não deu outra, ficou em 2º. Mas foi empolgante! É certo que isso vá ocorrer em algumas etapas na F1.

    E uma coisa que tô meio desconfiado/preocupado é esse brake-by-wire. Parece que pode melar a campanha de muito piloto, fora os acidentes. As travadas e rodadas nos testes eram meio violentas pela velocidade que vinham.

  7. Gostaria de colocar em discussão aqui uma situação que foi criada com as novas regras. Li uma notícia sobre provável não participação das equipes no último treino livre, tendo em vista que o mesmo ocorre 1 hora antes da Classificação. Assim, se houver um problema com o carro, com a nova configuração do motor, uma equipe pode levar de 6 a 18 horas entre montar e remontar. Algum de vocês sabem, especialmente você Ju, se a FIA obriga a participação das equipes no último treino livre? Caso afirmativo, seria válido uma equipe mandar seus carros para pista e dar uma volta lenta e voltar para os boxes visando preservá-los para a Classificação?

    • Não existe a obrigação regulamentar de colocar os carros na pista. Dá para entender por que uma equipe não correria o risco de uma quebra, mas, por um outro lado, não há forma melhor de desenvolver e resolver problemas do carro do que fazê-lo andar. E só haverá alguns testes a partir da temporada europeia.

  8. DEPOIS DO SENNA, JÁ NÃO ASSISTIA C/FREQUENCIA, AGORA DEPOIS DO QUE FIZERAM, PARECE MAIS SOM DE KART INDOR, S/COMENTARIOS………..


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