Às vezes a tabela final do campeonato não mostra o que foi uma briga interna. É o que dois dos pilotos que entram na lista do segundo post sobre os duelos entre companheiros em 2015 viveram neste ano. Confira:
Sauber
Nasr | Ericsson | |
Placar em classificações | 10 (-0s041) | 9 |
Placar em corridas | 8 | 6 |
Voltas à frente | 494 | 436 |
Porcentagem dos pontos | 75% | 25% |
Na análise da metade do ano, essa briga interna estava no grupo das lavadas, mas terminou com números apertados. Ainda que seja verdade que a diferença nos pontos (27 a 9) se deve muito em função do bom início do brasileiro, quando a Sauber tinha mais condições de chegar ao top 10, foi Nasr quem se aproveitou da grande chance do time no segundo semestre, chegando em sexto no GP da Rússia, provavelmente sua melhor corrida no ano.
Porém, é de se notar a evolução de Ericsson na segunda metade da temporada. Perguntei a ele o que tinha mudado: “estava tentando andar mais que o carro no começo do ano e cometi muitos erros”, admitiu o piloto, ansioso para mostrar serviço depois de um ano praticamente perdido na Caterham, onde “não disputava com ninguém”. O sueco chegou a estar perdendo por 7 a 2 em classificações e igualou o jogo, em que pese não ter sofrido tanto com os problemas de freio que limitaram as performances de Nasr e que devem ser resolvidos para o ano que vem, com a melhora do sistema de refrigeração do carro. E é bom Nasr não deixar essa briga ficar parelha novamente para seguir progredindo na F-1.
Toro Rosso
Sainz | Verstappen | |
Placar em classificações | 9 (+0s192) | 7 |
Placar em corridas | 5 | 5 |
Voltas à frente | 371 | 514 |
Porcentagem dos pontos | 26,8% | 73,3% |
Este é mais um duelo que entra na lista dos apertados, mas no qual um dos pilotos fez muito mais pontos que o outro. Isso, contudo, é o que acontece quando alguém abandona sete vezes no campeonato, todas por problemas técnicos. Foi o que viveu Carlos Sainz em seu ano de estreia, enquanto Verstappen foi o responsável direto por dois de seus quatro abandonos. Ainda que o holandês leve a fama, o espanhol também mostrou bastante agressividade em seu ano de estreia – e também teve sua dose de erros, como a batida com a placa na entrada do box na Itália. De qualquer maneira, ver a dupla da Toro Rosso na pista foi uma das melhores coisas da temporada. Nas minhas observações ao lado da pista, de Carlos, lembro a maneira atirada e precisa com que contornava os esses da piscina em Mônaco, e de Max, a linha única com que contornava uma das chicanes no México. Tem coisa especial vindo por aí.
Williams
Bottas | Massa | |
Placar em classificações | 11 (0s436) | 8 |
Placar em corridas | 7 | 8 |
Voltas à frente | 614 | 388 |
Porcentagem dos pontos | 53% | 47% |
No segundo duelo mais apertado do ano em termos de pontos – o primeiro acabou entrando no rol das surpresas, como vocês verão no terceiro post desta série – Massa obteve seu melhor resultado frente a um companheiro desde antes do acidente de 2009. Para se ter uma ideia, sua média de participação de pontos na Ferrari na era Alonso nunca passou de 36% – algo comparável ao que Raikkonen sofreu com Vettel neste ano. Pode não parecer muita coisa mas, para um piloto que viveu o fundo do poço há três anos e que divide a equipe com alguém que não costuma cometer muitos erros, não deixa de ser uma conquista.
Por outro lado, também é justo dizer que Bottas não fez a melhor de suas temporadas. Ele, inclusive, é o primeiro a admitir. Em entrevista nos EUA, o finlandês me disse que passou boa parte do ano desconfortável com o equilíbrio do carro, algo que a Williams certamente vai querer resolver para 2016, o último de seu contrato.
4 Comments
Ainda acho que para almejar algo a mais na F1, como uma equipe média, o Nasr tem que bater o fraco Ericsson de maneira convincente, lavada. Mas soube aproveitar bem as oportunidades e fez uma boa corrida na Rússia.
Já o Bottas, cotado por muitos como futuro campeão, teve uma temporada baixo do esperado. Bater o Massa, que mesmo sendo rápido em classificação, é muito irregular, é uma obrigação para quem almeja ser campeão. Também decepcionou ao ficar perdido quando começou a chover em Silverstone. Tem que provar que foi só um ano ruim.
Já a dupla da Toro Rosso deve fazer uma temporada bem melhor com o motor Ferrari.
Mirando a vaga de Kimi, imagino que Bottas fará uma temporada bem melhor em 2016.
Dos Felipes não espero muito mais do que vimos esse ano, ao contrário da dupla Carlos e Max. Tomara que a Toro Rosso acerte a mão no próximo carro para eles brigarem mais à frente no grid.
Com as prováveis aposentadorias de Raikkonen e Massa e essa molecada prodígio arrebentando, a dança dos cockpits ano que vem será bem interessante.
“E é bom Nasr não deixar essa briga ficar parelha novamente para seguir progredindo na F-1.”
Bem, como eu já disse aqui em inúmeras oportunidades, Nasr até agora mostrou APENAS um talento BEM MEDIANO, não dá sequer para compará-lo, – em função de suas façanhas até aqui – com muitíssimos outros brasileiros muito mais competentes e vitoriosos que ele – os quais eu também já citei e esmiucei seus feitos em muitos outros comentários aqui neste indispensável Blog. Mas quero registrar que essa sua frase acima, Julianne, tem o significado de “CHAVE” PARA O FUTURO DE NASR NA F 1, ainda que ele sempre tenha robustos patrocínios.
Aliás, por falar em patrocínio, os de Nasr tem que ser fortes mesmo, para fazer frente a tantos novos jovens lobos mais talentosos do que ele, que estão na fila aguardando um lugar na ribalta (e ainda há os jovens QUE NÃO SÃO LOBOS, mas SÃO muito ENDINHEIRADOS, rsrsrs). . . Forte inclusive para competir com os misteriosos mecenas de Ericsson, que os não exibe (ao contrário, ele e a equipe “vestem” os patrocínios de Nasr) e ainda assim o sueco nunca cede o lugar, mostrando sua primazia de mando na Sauber, em detrimento do brasileiro. A comparação entre Nasr e Ericsson é como um copo cheio apenas pela metade: pode-se dizer que ele se afirmou em cima de Ericsson, assim como também pode-se dizer que não é tão melhor que o fracote Ericsson. Particularmente, vejo o copo meio vazio.
Com relação aos dois da Williams, Massa tirou de Bottas – na boa e pelas beiradas – a aura de uma pretensa grandeza que o finlandês vinha querendo demonstrar. No entanto, Massa está no mesmo caminho de Kimi e deveria se retirar enquanto é tempo, para preservar sua história (bem assemelhada a de Raikkonen: já deu o que tinha que dar). A fila na F 1 precisa andar! Se a Ferrari quiser em 2017 um bom substituto para Raikkonen e não quiser um estreante ou um novato, Grosjean deveria ser a primeira escolha (dependendo do que ele confirmar na HAAS em 2016). Nada de Bottas! E nem desses nomes da Academia Ferrari em 2015, que são tristes, aí incluídos o trapalhão Raffaelle Marciello (bate pra caramba) e os ainda mais fracotes Antonio Fuoco e Lance Stroll – este já se transferiu para a Williams como piloto reserva. O pai de Stroll é um Bilionário canadense, inclusive listado na Forbes. O outro reserva da Williams é um INGLÊS com mais fama do que talento, a meu ver: Alex Lynn.
No que tange a Max Verstappen e ao filho de Carlos “El Matador” Sainz, passo a palavra a Allan McNish, duas vezes ganhador das 24 Horas de Le Mans e hoje “pundit” da BBC, em recentíssima avaliação, no link abaixo (notem como ele destaca a percepção de espaço e a noção de carro que Max naturalmente tem):
“Verstappen has excellent spatial awareness; a very good feel for the extremities of his car and his rivals.”
E ainda destaco outro ponto, sobre a grande sensibilidade que Max tem sobre o quão profundamente em uma curva e perto do limite ele pode frear:
“He has great sensitivity for how deep he can brake into a corner and where the limit is, which I have not seen very often before.”
http://www.bbc.com/sport/formula1/34871338
Sainz é um grande piloto ,merecia algo mas nesse campeonato,mas foi muitas quebras na russia largou no fim e era 7° quando quebrou…gostei dele e vou observar mas ainda essa dupla da toro rosso q vai incomodar muito de motores ferrari.