F1 Fim de uma era? (parte 2 – Jenson Button) - Julianne Cerasoli Skip to content

Fim de uma era? (parte 2 – Jenson Button)

jensonbutton_honda_hungaroring_20061

Em 2015, ele mesmo admitiu que foi por pouco. Neste ano, podemos ver Jenson Button pela última vez em uma corrida de Fórmula 1. Com uma carreira sortuda para alguns, azarada para outros, o inglês é um dos pilotos mais queridos do circo, chegando a ser mais popular em seu país natal do que o tricampeão Lewis Hamilton.

Mas nem sempre foi assim. Button chegou à Fórmula 1, em 2000, como garoto prodígio e grande esperança da Inglaterra, que buscava um campeão para substituir um Damon Hill em fim de carreira. Confusões contratuais com a Williams e a fama (justificada) de playboy colocaram sua carreira em risco.

Os primeiros sinais de maturidade só ficaram mais claros a partir de 2004, quando se tornou líder da BAR. Isso, contudo, não era o suficiente para salvar sua reputação, uma vez que o time alternava altos e baixos e os anos iam se passando sem que o tal prodígio conquistasse uma vitória sequer. Nem quando isso aconteceu – e de forma espetacular, no GP da Hungria de 2006 – as dúvidas cessaram.

Com o passar do tempo, ficou claro que Button era um piloto extremamente sensível. Com isso, ao mesmo tempo em que conseguia ler como poucos as mudanças nas condições do asfalto, especialmente com chuva, seu rendimento caía bruscamente quando não estava confortável com o carro. Quantas vezes não o ouvimos reclamar de falta de aderência e equilíbrio? Button precisaria de um carro estável para ser campeão.

Isso parecia que nunca iria ocorrer no inverno europeu de 2008, quando a Honda decidiu tirar o time de campo e deixou o inglês a pé. Naquela época, prestes a completar 29 anos, Button tinha apenas uma vitória e um distante terceiro lugar no campeonato, em 2004, no currículo. Sua carreira poderia ter acabado ali. Foi então que o inusitado aconteceu: acreditando no carro que tinha projetado com o orçamento quase ilimitado da Honda, Ross Brawn salvou a equipe – e a carreira de JB.

Com o carro de que precisava para ser campeão, Button aproveitou as oportunidades, conquistou o título de forma incontestável e abriu um novo capítulo na carreira, na McLaren. Lá, unindo a experiência na pista e uma diplomacia que desenvolveu ao longo dos anos no trato interno da equipe, se tornou o único companheiro até hoje a bater Hamilton quando o inglês caiu de produção em 2011.

Mesmo sofrendo há três anos com a queda da McLaren, Button ainda conseguiu outro feito, andando de igual para igual com Fernando Alonso e sendo, também, o primeiro companheiro a superá-lo em número de pontos em uma temporada.

Button se tornou aquele piloto que costuma estar por perto quando as oportunidades surgem nas corridas, característica esperada de quem está entrando em sua 17ª temporada na categoria. Superar Alonso por uma segunda temporada seguida seria fechar a carreira com chave de ouro – e até animá-lo para seguir em 2017. Mas isso, também, depende da evolução do conjunto McLaren-Honda. Ou vocês acham que o espanhol vai seguir burocrático como foi pela maior parte de 2015 se perceber que tem um carro competitivo nas mãos?

10 Comments

  1. O Jenson “balance” Button precisa de: pressão & temperatura estáveis para que ele possa ser competitivo. E mesmo assim tem de contar com a variável do companheiro (o trio-de-ferro) estiver numa maré baixa de sorte. Más eu o coloco na categoria de Rosberguinho em nível de pilotagem. Éh como você bem observou no final de sua análise Jullianne: dificilmente ele será páreo pro Alonso se a Mclaren-Honda fizer um carro competitivo!

  2. É um piloto que depende de uma série de condições pra bater de frente com seus rivais. Não consegue domar um carro instável, não tem arrojo e nem aquela velocidade pura. Falam que seu estilo de pilotagem é suave, pra mim é limitado.

    • Não, não é limitado, um piloto campeão do mundo não é limitado. Ele é o melhor piloto na chuva.

  3. Meu cozinheiro de galos em banho-maria preferido! Grandíssima, brilhante e perfeita análise, Julianne! Vou apenas acrescentar alguns aspectos sobre Button. Sempre abominei cozinheiros de galos em banho-maria, mas o EM GERAL SUBESTIMADO BUTTON é o ÚNICO que aprecio. Aliás, gosto muito de suas “receitas”. . . Por que? Porque Button é um cozinheiro de galos ÚNICO, e chega a ser hilariante vê-lo servindo seus “galináceos”, hahaha. . . Button cozinha, cozinha, cozinha o galo e, no momento certo (e inesperado pra todo mundo), costuma serví-lo aos seus adversários jogando TAMBÉM a ÁGUA FERVENTE em cima deles, hahaha! Que o digam Schumacher e Hamilton, em Monza em 2011, vitimados ambos por belíssima, inesperada e antológica ultrapassagem de Button! Schummy e Lewis vinham se engalfinhando há várias voltas, com Hamilton tendo feito várias tentativas para ultrapassar Schummy sem nada conseguir, e Button só observando, a prudente distância. Mais eis que de repente, e inesperadamente pra todo mundo, Button mergulhou vindo de longe pra cima deles, na aproximação de uma curva, ultrapassando indefensável e categoricamente os dois, que devem ter arregalado os olhos quando viram o chapéu, digo, o capacete do “mestre-cuca” já correndo na frente deles! Foi com água fervente e tudo, hahahaha!!! Já procurei muito no Youtube essa ultrapassagem linda e antológica, mas não consegui encontrá-la. Mas não foi esse o único “galináceo” servido deliciosamente por Button.

    Jenson não apenas bateu Hamilton em 2011, como também foi o vice-campeão mundial com todos os méritos e fez uma estupenda temporada naquele ano, tendo, inclusive, feito talvez a melhor de todas as suas corridas ao vencer no Canadá – com pista molhada o tempo todo – largando do 20º e último lugar depois de a corrida ter sido interrompida pelo dilúvio que caia. Uma vitória de mestre, em cima de um Vettel que vinha todo faceiro, pimpão e lampeiro em primeiro e deu um tremendo vacilo no finalzinho da prova! Além de tudo, Jenson parece ter um serviço completo de meteorologia dentro de si, rsrsrs, que lhe permite pressentir como nenhum outro adversário as mudanças de condições climáticas e de pista.

    https://www.youtube.com/watch?v=sVk4nV01t2Y

    Também lembro de um duelo memorável e antológico que Button manteve em Silverstone contra Lewis, ambos de McLaren, no melhor estilo Lewis x Rosberg no Bahrein em 2014, talvez até melhor, pois houve TROCA REAL de posição entre ambos várias vezes, com ética e respeito mútuo, embora no final do embate Lewis tenha prevalecido. Também não consigo localizar esse duelo no Youtube, apesar de já ter tentado. Button pode até ser burocrático, mas já nos deu momentos eletrizantes, ao contrário de um Prost, por exemplo. Por mais que eu me esforce, não consigo me lembrar de um único lance emocionante do superpiloto francês, que tinha desempenhos inacreditavelmente patéticos em pista molhada.

    A meu ver, ao contrário de Raikkonen, que parece acabado para a F 1, salvo alguns eventuais brilharecos que possa ter aqui e ali, considero tanto Button como Alonso dois pilotos muito vigorosos, que até aqui demonstram ainda ter muita lenha pra queimar. Se considerarmos que um Jack Brabham aos 44 anos ainda conseguia andar alucinadamente na frente de um velocíssimo Jochen Rindt com apenas 28 – e com o preparo físico cuidadoso e esmerado que ambos, Jenson e Fernando, demonstram ter (Button inclusive é triatleta) – acredito que a continuação de suas carreiras para além de 2016 vai depender apenas do fator motivação, em função de terem um equipamento à altura de seus talentos. Alonso tem tenacidade para dar e vender, e Button, apesar de não ser propriamente genial, é um piloto extraclasse. Se esse McLaren corresponder em 2016, eu presumo que ainda veremos um Alonso muito brilhante e um Button dando muita canseira no espanhol.

  4. Acho q esse duelo da mclarem, se der button dinovo mesmo com um carro bem melhor q o de 2015( coisa q eu num acredito, acho q a mclarem vai andar atras das manor), e o duelo da red bull tb será interessante com o kvyat ja adaptado a equipe e ricardo querendo resgatar o prestigio dentro da equipe, pq o vestappem em 2016 vai esta pedindo passagem pra red bull, sobre button gosto muito dele, num é um fora de serie ,mas é um excelente piloto e justo com os demais , e em 2011 aucam no finalzinho button vinha bem mas rapido e vettel tentando a todo custo defender a aprocimação findou errando e o resultado foi o mas justo pq REALMENTE button merecia aquela vitoria q corridaça ele fez.

  5. Apesar de não ser tão veloz, compensa com uma tocada suave, tem uma excelente leitura de corrida, é bom de chuva e melhor ainda quando alterna seco e molhado. Eu o coloco logo abaixo do trio de ferro, mas pronto para dar o bote se tiver oportunidade. Além disso é um cara muito gente boa e com ótimo relacionamento com a equipe.
    E o espanhol que trate de andar na frente, porque pressão psicológica não afeta o Jeson.

  6. Não só, foi o único a fazer mais pontos que Hamilton e Alonso em uma unica temporada, também no somatório dos 3 anos que correu junto com Hamilton na McLaren, foi superior. Convenhamos, um título mundial e derrotar dois companheiros de equipe do “naipe” desses não e pouca coisa.

  7. Julianne, Renault no rumo certo: Frederic Vasseur será o Diretor de Corridas da equipe. Agora, é torcer pra ele dar um jeito de levar com ele o pupilo Vandoorne COMO TITULAR. Pode ser no lugar de qualquer dos dois que estão lá. Vasseur é um Chefe de Equipe supervitorioso, já teve sob seu comando um timaço de astros, a começar por Hamilton.

    http://www.autosport.com/news/report.php/id/122494


Add a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Adicione o texto do seu título aqui