F1 Grandes domínios: Mercedes 2014- - Julianne Cerasoli Skip to content

Grandes domínios: Mercedes 2014-

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A Mercedes repetiu em grande parte a receita do sucesso da Red Bull, com quatro anos de amadurecimento de uma organização projetada para dominar quando uma grande mudança de regulamento abrisse essa possibilidade, algo que já expliquei por aqui.

Mas a supremacia dos alemães tem ingredientes bem mais perigosos para a Fórmula 1. E é por isso que a categoria vem tendo de rever alguns conceitos que já estavam bastante enraizados para evitar que isso se estenda por muito tempo.

A última decisão nesse sentido foi o fim do sistema de tokens, medida de extrema importância para o futuro e que começa a apontar para uma nova diretriz: o combate à escalada de custos por meio de limites orçamentários, e não nas regras.

Essa liberdade de desenvolvimento é fundamental tanto para a evolução da tecnologia dos atuais motores, quanto para dar a possibilidade real de quem está torrando milhões no esporte – Ferrari, Renault e Honda – desafiar os alemães. E também abre uma porta factível para quem quiser entrar na festa – algo importante para salvar a pele da Red Bull.

Liberar o desenvolvimento dos motores, colocando como único porém o preço que poderá ser repassado aos clientes, parece ser, no momento, a única forma de derrubar o domínio da Mercedes. Afinal, ainda que o time esteja operando bem (lembrando que isso é sempre mais fácil com menos pressão, ganhando provas com 20s de vantagem, como no fim do ano passado) e tenha um carro forte, a Ferrari também não vem cometendo grandes erros e a Red Bull tem o melhor chassi do grid – e, ainda assim, nenhuma das duas equipes representou um risco real para a conquista dos dois últimos campeonatos.

Uma parcela bastante significativa do sucesso da Mercedes vem do motor e da proximidade com que a equipe trabalha com quem o desenvolve e não é por acaso que as brigas políticas do momento se centrem nisso.

O risco, por outro lado, é a Fórmula 1 se desesperar tanto na busca de aumentar a competitividade do campeonato em si e esquecer tudo o que foi feito nos últimos anos para tornar as corridas… competitivas. Existe a chance de retorno dos carros velocíssimos e com pneus perfeitos de meados dos 2000, receita que geralmente tornar as provas entediantes. Pior ainda se a revolução for tão grande que faça o domínio apenas trocar de mãos.

6 Comments

  1. A única equipe capaz de salvar a lavoura em 2016 é a Ferrari. Pelo campeonato, torço pra que eles acertem nas mudanças digamos que ousadas no qual eles estão fazendo. Agora a Honda e a Renault não terão desculpas, vão ter que passar a entregar motores decentes com o desenvolvimento liberado. Enquanto aos pneus, se eles forem parecidos com os do início dos anos 2000, em que tinham carros que largavam e terminavam a prova com o mesmo pneu, isso vai ser uma P!?@ de uma burrice!

  2. Post maravilhoso como sempre Julianne!
    “Uma parcela bastante significativa do sucesso da Mercedes vem do motor e da proximidade com que a equipe trabalha com quem o desenvolve e não é por acaso que as brigas políticas do momento se centrem nisso.”
    Por causa disso que sempre penso:
    Equipes como Force India e Willians, deveriam buscar parcerias com fábricas como a Aston Martin, Lamborghini, Ford, entre outras pára que essas produzam as suas unidades de potência, eles podem falar o que quiserem, mas não acredito que possam ser campeões como equipe cliente. A única que talvez possa ser campeão como cliente é a RedBull por causa do orçamento quase infinito que possui, vamos ser a equipe de fábrica da Renault coloca essa teoria abaixo…
    Guilherme,
    Muita gente critica uma certa época da F1 em que as corridas eram definidas nos boxes, fosse nas paradas de pneus ou no reabastecimento, particularmente gosto dessa época, a inteligência com que as táticas de paradas eram modificadas para isso e como as equipes se estruturamvam para isso era interessante, existia uma certa beleza nessa inteligência, que sinto falta.
    Importante lembrar também que não era qualquer piloto que se aproveita dessas paradas, um bom exemplo é o próprio Felipe Massa, embora seja bom piloto, nunca o vi tomar posição de ninguém nos boxes de forma espetacular. Só conheci um que conseguia posições espetaculares nos boxes: Michael Schumacher.
    Julianne, não sei se você já tem ideia sobre posts, mas vi uma notícia que me deu uma sugestão de post a você. A notícia de que a Jordá seria 12s mais lenta no simulador do que os compaheiros de equipe, seria interessante um post sobre as mulheres que poderiam realmente correr em alto nível na F1. Atualmente só tenho conhecimento da Danika Patrick e da Simona de SIlvestro que poderiam realmente serem competitivas na F1.
    Um grande abraço a todos do blog!

    • NATO, metendo a colher, e peço desculpas à JULIANNE, sou um defensor da presença feminina nas competições automobilísticas, “juntas e misturadas” com os marmanjos, pois já mostraram que capacidade para isso elas tem: serem competitivas disputando contra eles com os mesmos equipamentos. Isso ficou sobejamente demonstrado por duas competidoras: a francesa MICHELE MOUTON e a alemã JUTTA KLEINSCHMIDT, das quais falarei adiante, e ate mesmo por SABINE SCHIMITZ, também alemã, conhecida como a Rainha do Ring por conhecê-lo melhor ninguém (que não deixou cair a peteca e venceu com seus parceiros por dois anos consecutivos as 24 HORAS de SPA, para carros de turismo e GT).

      Isso sem falar em PAT MOSS, cujo irmão, um tal de STIRLING, que volta e meia dá declarações de que não bota fé nas meninas, apesar da maninha caçula dele ter feito uma apreciável e COMPETITIVA carreira nos Rallys Britânicos e Europeus (vencendo trechos), o que inclusive culminou com o seu casamento com a primeira grande lenda do RALLY MUNDIAL: ERIC CARLSSON – o MAGO sueco que fazia “misérias” com os pequeninos e subpotenciados SAAB de tração dianteira (vixe!), aos quais deu projeção mundial. Contudo, quando fala de sua irmã, STIRLING MOSS ameniza, reconhecendo que ela dava trabalho para os marmanjos. PAT foi navegadora de ERIC CARLSSON em muitas ocasiões e em outras tantas sua adversária com o mesmo carro. Competia em alto nível.

      MICHELE MOUTON para mim é o paradigma da COMPETITIVIDADE em pé de igualdade das mulheres com os homens. Em 1982, com o AUDI QUATTRO OFICIAL DE FÁBRICA, ela simplesmente DERROTOU seu companheiro de equipe, HANNU MIKKOLA, sagrando-se VICE-CAMPEÃ MUNDIAL DE RALLY, com 3 VITÓRIAS, atrás apenas do FRED ASTAIRE dos pedais WALTER ROHRL, para mim o MELHOR PILOTO de Rally de todos os tempos (embora outros tenham tido estatísticas mais rechonchudas).

      Vou fazer um parêntese para dimensionar a grandeza do feito de MICHELE: HANNU MIKKOLA é uma das lendas do Rally, ele levou o título no ano seguinte. MICHELE MOUTON em 1982 LIDEROU a Equipe de fábrica da AUDI, em cima de MIKKOLA, e deu muito trabalho a WALTER ROHRL e seu Opel Ascona, valorizando o título de ROHRL, cujo carro supostamente seria inferior aos novos QUATTRO, por ter tração traseira somente. Só que ROHRL, que depois assinou com a AUDI para vencer o título em 1984, DECLAROU que achou a tração nas quatro rodas, à qual não estava acostumado, cheia de segredos e macetes na pilotagem, tendo dito na ocasião que precisou de uma semana inteira para “aprender” a pilotar o QUATTRO! E aqui estamos falando da época MAIS ESPETACULAR e DIFÍCIL DO RALLY MUNDIAL, a época do insano GROUP B FIA, cujos carros acabaram banidos por serem considerados mais rápidos que os reflexos humanos! Isso tudo mostra o valor e o talento de MICHELE MOUTON, que, de quebra, ainda venceu uma classe numa edição das 24 Horas de Le Mans pilotando um protótipo, além de ter estabelecido um recorde na famosa subida de PIKES PEAK, com o AUDI QUATTRO. MICHELE não tinha um estilo espetacular de pilotagem, mas sim muitíssimo eficaz (vamos considerar que JIM CLARK também não tinha um estilo espetacular, mas era estupendo, genial ao volante). Loas também para as admiráveis ANNE HERTZ, por treze anos NAVEGADORA de HANNU MIKKOLA, e FABRÍZIA PONS, NAVEGADORA TAMBÉM VITORIOSA DE MICHELE MOUTON, em suas façanhas no Rally.

      JUTTA KLEINSCHMIDT é outro parâmetro fortíssimo! Ela venceu em 2001 NA GERAL o duríssimo Rally Paris-Dakar, disputado ainda nas areias traiçoeiras do SAARA!. Não é pouca coisa! Vale a pena conhecer mais sobre a sua carreira, inclusive visitando o seu site pessoal.

      No panorama atual, REALMENTE apenas DANICA e SIMONA são capazes de competir em alto nível nas categorias TOP. Eu gostaria muito de ver – em especial – a SIMONA DE SILVESTRO na F 1. Que pena que não tenha ingressado na categoria como resultado de sua passagem pela SAUBER!

      CARMEM JORDÁ técnicamente pode até não ser competitiva, mas discordo das diatribes de SORENSEN e dou total razão à espanhola. Prefiro mil vezes CARMEN a um desconhecido e fraquíssimo SORENSEN, que seria apenas mais um piloto sem talento. É muito mais importante manter CARMEN JORDÁ do que um SORENSEN, pois CARMEN pode ser um FATOR MOTIVADOR para a presença feminina no Automobilismo e na F 1. E é por isso que vemos POUCO SUCESSO das meninas: pela SUA PRESENÇA RAREFEITA como competidoras. É da quantidade que se extrai a QUALIDADE. Também achei mau a dispensa de SUZY WOLF, pelos mesmos motivos, substituída por um LANCE STROLL que francamente não apresenta nada de especial em sua pilotagem, a não ser a grana de seu pai, um dos maiores bilionários canadenses, listado na FORBES. Se não foi SUZY, não serão STROLL nem ALEX LYNN que vão levar a WILLIAMS de volta à antiga glória.

      Quem ficou em evidência agora, pelo menos para nós brasileiros, foi a colombiana TATIANE CALDERON, vice-campeã para o Pietro Fittipaldi em um campeonato de monopostos sem maior importância e com os competidores todos tecnicamente muito fracos, apesar de alguns sobrenomes famosos. Não boto fé no neto de Emerson. Ele vai ter que acelerar muito este ano para apagar o 17º lugar em que ficou na F 3 no ano passado, frente a uma concorrência de dar dó.

      Mas endosso sua sugestão, NATO, também gostaria de ver um post da JULIANNE dissecando o assunto, sob as perspectivas atuais. Sei que a visão dela bate com a minha: da quantidade sai a qualidade.

      • Ah caro Aucam, seus posts são uma aula de história do automobilismo!
        Fiz o pedido a Julianne justamente por acreditar que o automobilismo é um dos poucos (se não o único) esportes em que homens e mulheres podem realmente competir de igual para igual (desde que tenham o mesmo equipamento, não há manor que compita com Mercedes atualmente).
        A tentativa frustrada da Simona de Silvestro na F1 me dói até hoje no coração, a considero uma ótima piloto, faz grande trabalho na F-Indy e dá muito trabalho pros marmanjos de lá, também acredito veementemente de que da quantidade se extrai a qualidade, difícil conseguir qualidade em 03 gatos pingados, muito mais fácil achar qualidade em 50 ou 100, matemática, pura e simples.
        Não falo da Jordá pq não acompanhei a carreira dela, então cairia em erro ou injustiças em afirmar algo, mas sei que a Suzie Wolff não fez lá grande coisa no DTM ou outras categorias, mas achei a contratação do Sutil no mínimo falta de respeito com ela, prova de que sua presença não era levada a sério na equipe.
        Um post sobre os talentos femininos realmente capazes de correr na F1 seria portanto bem interessante,talentos existem para estar lá, as duas já citadas, num patamar um pouco abaixo delas podemos citar Bia Figueiredo, não a considero o mesmo talento que Simona e Danika e a Tatiane Calderon num futuro próximo talvez também tenha, se não me engano ela vai estrear na GP3 esse ano.
        Um grande abraço a todos do blog!

      • Se por um acaso ainda não viu, NATO, dê uma olhada na matéria aí embaixo, abrindo os vídeos. SABINE vai brilhar no TOP GEAR, como SEMPRE brilha em suas participações esporádicas em duelos contra o sempre empolgadíssimo TIFF NEEDEL (contemporâneo de Piquet na F 3) no FIFTH GEAR. Gosto muitíssimo da VICKY BUTLER-HENDERSON mas SABINE é pilota DE VERDADE – (embora VICKY já até tenha competido em torneios menores de Fórmula Ford e sido instrutora de pilotagem em Silverstone).

        http://www.telegraph.co.uk/women/work/sabine-schmitz–everything-you-need-to-know-about–top-gears-onl/

    • PS: vale lembrar também da italiana SUSANNA RAGANELLI, CAMPEÃ MUNDIAL DE KART em 1966 (em cima de um certo RONNIE PETERSON, com o qual viria a namorar depois, antes de o sueco conhecer a BARBRO), e SOPHIE KUMPEN, que andou vencendo uns caras chamados JARNO TRULLI, GIANCARLO FISICHELLA e GIORGIO PÂNTANO, nos tempos em que ela “brincava” de KART. SOPHIE KUMPEN tem um “pimpolho” chamado MAX VERSTAPPEN, ora vejam. . .


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