Pelo menos em teoria, entre os cinco grandes postulantes ao título – calculo que estar a menos de 50 pontos do líder com praticamente meio campeonato pela frente, tendo em vista cenários parecidos nos últimos campeonatos, seja o requisito básico para tanto – Fernando Alonso tem Felipe Massa, ainda que o brasileiro precise melhorar seus resultados; Lewis Hamilton tem Jenson Button, embora o inglês não aceite se render tão cedo; Kimi Raikkonen tem Romain Grosjean, e a Lotus mostrou por duas vezes neste campeonato que está preparada para usar seu trunfo. Mas e a Red Bull?
A tabela mostra Mark Webber dois pontos à frente de Sebastian Vettel, vantagem construída basicamente pelas duas vitórias do australiano contra uma do alemão – e ajudada pela quebra em Valência e a punição na Alemanha, duas coisas que fazem parte do jogo, mas que levam a outra questão: nos últimos cinco GPs, Webber só andou na frente de Vettel em Silverstone. O bicampeão até virou o jogo nas classificações, de 4 a 2 para 6 a 5. Nas últimas duas provas, inclusive, o australiano não conseguiu fazer o carro render e sequer foi sombra para o companheiro.
Muito dessa paridade na pontuação vem do início do ano, quando Vettel teve mais dificuldades para se adaptar a um carro com a traseira mais solta após o banimento do difusor soprado – cuja técnica ele dominara como ninguém. À medida que o carro da Red Bull foi evoluindo e, de certa forma, foi se tornando mais parecido ao RB7, o alemão voltou a andar bem.
O mais óbvio seria deixar a bola rolar. Ainda que o duelo dos dois seja apertado desde quando passaram a formar uma dupla, em 2009 – com exceção do ano passado, quando Webber simplesmente não conseguia guiar com o difusor soprado em sua versão mais avançada – a corda sempre pendeu para Vettel no final das contas – por 14,5 na época da pontuação antiga em 2009, e 14 no ano seguinte. Nada que desagrade a empresa, pautada pela imagem jovem e despojada, que obviamente combina mais com seu bicampeão.
Mas o problema da Red Bull é que a história dos dois também conta que Webber terá exibições de gala vez ou outra e tirará pontos de seu companheiro. O suficiente para desafiá-lo? Provavelmente não, e não é por acaso que nem os rivais apostam por ele. O suficiente para minar suas chances de tricampeonato seguido, algo que apenas Juan Manoel Fangio e Michael Schumacher conseguiram na história? É um dos capítulos que prometem movimentar a segunda parte da temporada.
2 Comments
Julianne,
Essa segunda parte do campeonato promete pegar fogo. . .
Ju, vc tocou em um ponto mt importante: um piloto retirando pontos do outro….hehe, Alonso agradece!