F1 A reação - Julianne Cerasoli Skip to content

A reação

Red Bull Ring, Spielberg, Austria. Thursday 18 June 2015. Daniel Ricciardo, Red Bull Racing, Fernando Alonso, McLaren, Carlos Sainz Jr, Toro Rosso, Sebastian Vettel, Ferrari, Nico Hulkenberg, Force India, and Nico Rosberg, Mercedes AMG, in the Drivers Press Conference. World Copyright: Alastair Staley/LAT Photographic. ref: Digital Image _R6T6475

Parecia discurso ensaiado. Em meio à chuva de críticas após o GP do Canadá, principalmente em relação à influência negativa que a necessidade de poupar combustível teve na corrida, a quinta-feira do GP da Áustria foi marcada pela reação dos pilotos.

Todos eles apontaram para a mesma direção. Primeiro: o circuito Gilles Villeneuve é o que mais requer a economia de combustível, tanto pela natureza do traçado, quanto pela expectativa de um Safety Car, o que faz com que as equipes optem por largar com bem menos do que os 100kg regulamentares. Segundo: apesar de não estarem forçando o ritmo tanto quanto nos dias de pneus mais duráveis e reabastecimento, isso não significa que a pilotagem se tornou mais fácil. Ela apenas é diferente e mais complexa em outros aspectos, como a gestão dos sistemas de recuperação de energia. Terceiro: é irreal pensar que houve um tempo na Fórmula 1 em que não se economizou combustível. A diferença é que hoje isso é controlado de uma maneira mais profissional, o que impede as panes secas do passado. E a divulgação das conversas no rádio faz com que o público tenha mais acesso a pedidos que não são de hoje.

Isso, contudo, não significa que os pilotos estejam felizes com a situação. Claro que nenhum deles admite que digam, de fora, que o trabalho deles é fácil, e por isso a reação até mais eloquente do que o normal para a classe. Mas eles também são os primeiros a reconhecer que o esporte precisa de mudanças.

Mas mudar o quê? Essa é uma questão difícil de responder. Para os pilotos, apenas o retorno do reabastecimento ou tornar os carros mais rápidos pode ter o efeito contrário do esperado, lembrando que, quando esse combo era a realidade da Fórmula 1, havia um sério problema de ultrapassagens. Os campeonatos de 2006, 2007 e 2008, por exemplo, foram bastante disputados e emocionantes, mas as corridas eram monótonas.

O esporte vive um momento importante, de auto-avaliação. Mas também é um momento perigoso. É importante ter em mente que há avanços que simplesmente não podem desaparecer. Os circuitos não voltarão a ter caixas de brita aos montes, os engenheiros não vão emburrecer. A Fórmula 1 precisa aprender a conviver com sua própria evolução. E pensar, pelo menos uma vez, no que quer ser no futuro.

1 Comment

  1. Pausa para notar a diferença de fisionomia entre o Holkenberg e o Alonso…

    Julianne, você escolheu de propósito essa foto, hein?

    hehehe


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