F1 Balanço de meio de ano: Hamilton vs Rosberg - Julianne Cerasoli Skip to content

Balanço de meio de ano: Hamilton vs Rosberg

“Não tenho me sentido 100% neste carro por algum motivo. É a primeira vez na minha vida que isso acontece”, dizia Lewis Hamilton antes de fazer a segunda de suas três poles seguidas no ano, na Alemanha. Perguntei a ele o que estava faltando. “Não sei o que é. Quando você pilota um carro de Fórmula 1, você precisa se sentir conectado para conseguir extrair o máximo de rendimento em lugares nos quais os outros não conseguem – é assim que você ganha uma vantagem.”

Os mais céticos podem dizer que Hamilton está jogando para a torcida. Afinal, pelo andar da carruagem, imagine a encrenca que Nico Rosberg terá quando o inglês pegar a mão do Mercedes. Mesmo dizendo-se desconfortável, Lewis tem 7 a 3 em classificação e 5 a 3 em corridas completadas – perdeu em duas das três vezes que Nico fez a pole e quando teve o pneu estourado em Silverstone.

Mas é notório como o campeão de 2008 ainda não parece totalmente adaptado ao carro. As fritadas de dianteira e traseiradas de sempre estão lá, mas o inglês parece um tanto engessado, talvez fruto da necessidade constante de poupar pneus em um carro que costuma superaquecê-los. A explicação ganha força se pensarmos que a evolução do time alemão no trato dos Pirelli foi acompanhada da virada de Hamilton em cima do companheiro, que tem uma tocada mais suave. À medida que o carro suporta ser mais “atacado”, Hamilton cresce.

Posições de chegada

AUS MAL CHI BAH ESP MON CAN ING ALE HUN
Lewis Hamilton 5 3 3 5 12 4 3 4 5 1
Nico Rosberg 4 9 6 1 5 1 9 19

Comparação de performance

Lewis Hamilton Nico Rosberg
Classificações à frente 7 3
Diferença media de classificação -0.231s
Corridas à frente 5 3
Voltas à frente 309 240

Rosberg, por sua vez, vem tendo um desempenho irregular até aqui, ainda que seja difícil julgar os pilotos da Mercedes sem observar que a própria equipe viveu muitos altos e baixos. Porém, do Canadá para cá, vem ficando clara uma tendência do alemão ser superado, mesmo que por pouca margem, em classificações, algo que se repete na corrida.

Quase três meses depois do teste de Barcelona, é inegável que a Mercedes teve seus benefícios, mas até que ponto? Farei um post explicando como os novos compostos de kevlar ajudariam de qualquer maneira o time alemão. Outra diferença é a maior compreensão das necessidades do pneu, algo relacionado ao sistema de captação de informações em tempo real por infravermelho instalado na asa dianteira. Ter dados mais precisos ajudou o time a responder melhor às demandas dos Pirelli, o que é um bom sinal para o restante do ano. Porém, temos de esperar pistas mais representativas para determinar se será o suficiente para colocar pilotos e equipe na disputa pelo título.

12 Comments

  1. Virada do Hamilton? Quando que ele esteve atrás no placar do campeonato? Ele pode não ter as vitórias do Rosberg, mas sempre esteve bem nas provas e com excessão de Espanha ele só tem Top 5. Lembrando, estou falando de Hamilton, aquele que até a dois anos atrás era “win or wall”. Se ele seguir assim e a Mercedes tiver um trato legal com os pneus ano que vem, vai ser difícil parar o Lewis.

    • Refiro-me a um certo momento no campeonato – Espanha, Mônaco – em que ele estava com dificuldades de acompanhar Rosberg e reclamando de falta de adaptação aos freios. No placar geral, nunca esteve atrás.

      • O HAMILTON NÃO NASCEU P FICAR ATRÁS DE NINGUÉM.

        • Muita calma que ele também não colocou o Button no bolso. Por essas e outras acredito que nenhum piloto no grid é realmente fantástico. Hamilton ficou de igual pra igual com Button, mas ganhou de Alonso em sua estréia. Alonso destruiu Massa, que competiu de igual pra igual com Kimi nos dois anos deste na Ferrari. E Kimi foi sempre um piloto que estava lá nas cabeças, embora só tenha ganhado um título. O único que não dá pra comparar muito é o Vettel, ainda assim não está tão longe deles (seja a frente ou atrás, depende da torcida).

          • A maioria das vezes que o Hamilton terminou a corrida o button ficou para trás, e sem contar a classificação, o button teve sorte em algumas situações

      • Aí está. Com essa resposta sabemos como irá pesar a balança para o lado do inglês, mesmo numa equipe alemã e com companheiro alemão.

  2. Pois é, está obvio que o “test-gate” em Barcelona foi fundamental pro desempenho da Mercedes.

    Isso já me desanima em continuar acompanhando essa temporada. Não que eu seja ingênuo e pense que tem gente boazinha na F1 mas convenhamos, teste “secreto”, mudanças de regras e equipamentos no meio da temporada… tudo isso é um escândalo.

    E ao que parece todo mundo entubou.

    • Nao sei Palmeira….acho q. o “test-gate” nao ajudaram muito, pois mesmo depois eles estavam com problemas nos pneus. Em Monaco, o próprio Vettel falou q. eles pareciam um onibus, nao uma flecha, ou seja, estavam lerdos, mas como é dificil ultrapassar o Nico segurou a galera. Montreal eles nao conseguiam acompanhar a RB, Inglaterra eles ganham mas porque o Vettel quebrou o cambio. Alemanha eles foram P5 e P9. A virada só vei com as mudanças da composiçao…nos treinos se vc acompanhar os tempos. verá q. eles foram crescendo durante o final de semana. E a RB nao teve o mesmo desempenho nos treinos. Agora as mudanças nos pneus pra Kevlar, beneficiam, claramente as equipes q. tem mais Dow-force (vamos esperar o post da Julianne explicando melhor), no caso Red-Bull e Mercedes, como a Mercedes é mais rápida, pode ser q. ela acabará levando alguma vantagem.
      Espero q. continue assim, ver só a Red Bull disparando sem concorrente estraga o sentido do esporte. Ter disputas por 1° posiçoes.

      • ops: dow-force = down-force

      • Sem falar que RB sofreu com o Kers o fim de semana inteiro. Webber nos treinos e Vettel na corrida.

  3. Hamilton entra no seleto grupo dos quatro grandes da F-1 atual, sendo assim, teoricamente, com o bom carro da Mercedes, está na briga. O fato é: encaixará poles e vitórias? Creio que poderão fazer, talvez, todas as poles até o fim do ano, mas vencer é outra história…Sobre o fato do Testgate, a FIA errou na não punição aos alemães, com receio de abandonarem a categoria, na minha opinião, justo seria “errar” com as outras equipes, possibilitando a elas testar peças aerodinâmicas com os pilotos oficiais no último teste coletivo, enfim, se a Mercedes ganhar no fim do ano, ficará marcada pela ilegalidade, mais grave até que o “faster than you”, quebra de lacre, multi 21,…Ps: é inconcebível uma categoria que vive de atualizações, com pneus que se gastam mais rapidamente, tornar ilegal testes em pista, mesmo que escassos! É paradoxal! O que seria de Shumacher se não pudesse corrigir os erros de engenharia da Ferrari testando em pista…

    • Mas a regra de proibir testes surgiu exatamente por conta desse período em que Schumi e Ferrari dominavam. Só que a FIA pegou pesado demais e ano que vem haverá alguns dias de testes.


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