F1 Balanço de meio de ano: Raikkonen vs Grosjean - Julianne Cerasoli Skip to content

Balanço de meio de ano: Raikkonen vs Grosjean

Se a Lotus já foi uma grata surpresa na temporada passada, mesmo com ambos os pilotos tecnicamente fazendo seu primeiro ano com a equipe – Romain Grosjean já substituíra Nelsinho Piquet em 2009, quando o time ainda chamava Renault, enquanto Kimi Raikkonen era uma incógnita em seu retorno após dois anos afastado – era de se esperar uma evolução em 2013. E, salvo alguns tropeços do francês, ela veio. E com força.

A compreensão única dos pneus ajudou Raikkonen e Grosjean a conseguirem ora adotar um ritmo mais forte na mesma estratégia dos rivais, ora surpreendê-los fazendo uma parada a menos. O baixo consumo dos Pirelli e o bom ritmo de corrida só não resultaram em mais do que a solitária vitória no GP da Austrália por dois fatores principais: táticas engessadas e, principalmente, classificações ruins.

Além disso, o time passou por dificuldades após o GP da Espanha e só deu uma nova guinada no desenvolvimento com profundas alterações no GP da Grã-Bretanha. Uma delas foi o uso do duto passivo, que melhora a velocidade de reta sem tirar rendimento aerodinâmico nas curvas. Trata-se de algo difícil de acertar e mostra a capacidade técnica de uma equipe que não tem o mesmo orçamento de Red Bull e Ferrari.

Posições de corrida

AUS MAL CHI BAH ESP MON CAN ING ALE HUN
Kimi Raikkonen 1 7 2 2 2 10 9 5 2 2
Romain Grosjean 10 6 9 3 13 19 3 6

 Comparativo de performance

Kimi Raikkonen Romain Grosjean
Classificações à frente 8 2
Diferença média em classificação -0.625s
Corridas terminadas à frente 7 1
Voltas à frente 385 163

Em relação aos pilotos, Raikkonen talvez não tenha tirado tudo do carro em todas as classificações, mas compensou com juros e correção monetária aos domingos, esbanjando sua inteligência em gestão de corrida. O recorde de 27 provas em sequência nos pontos – que só não é maior por um erro estratégico na China ano passado – pode não ser na mesma moeda do antigo, de Schumacher – obtido quando não eram os dez primeiros que pontuavam – mas é particularmente impressionante porque o finlandês passou grande parte destas provas no meio do pelotão, disputando com pilotos que não estavam lutando pelo campeonato e, por isso, tendem a arriscar mais.

Com uma máquina de maximizar resultados ao lado, a pressão era grande para o errático Grosjean mostrar serviço em uma temporada capital para ele. Um escorregão em Mônaco parecia que colocaria todo o bom trabalho do francês por água abaixo, mas as últimas provas têm mostrado um amadurecimento.

Com Button na Hungria, Grosjean passou do limite, mas sua evolução é clara. Prova disso são as duas classificações em que superou Raikkonen, haja vista que um dos problemas do francês é se afobar e não conseguir reproduzir na hora que importa o que faz nos treinos, segundo quem trabalha com ele na Lotus. O “maluco da primeira volta”, na verdade, só precisa de confiança. Veremos se a punição dupla em Budapeste não atrapalhou uma escalada que vinha sendo clara.

Evoluções à parte, em termos de campeonato, está claro que Raikkonen precisa de mais. As negociações sobre seu futuro podem interferir na difícil decisão que a equipe tem pela frente do quanto forçar o desenvolvimento deste carro, que precisa, urgentemente, trabalhar melhor os pneus em uma volta lançada, problema que já toma ares de crônico. Sem isso, não apenas será difícil chegar ao título, como também convencer Kimi a ficar.

8 Comments

  1. Os recentes resultados de Grojean foram realmente bons, mas custo a crer que o francês tenha amadurecido. Prefiro acreditar que ele tenha “encaixado” bem as performances. O carro é bom, ele já tem alguma experiência e as circunstâncias o favoreceram.
    Pode ser implicância minha mas não levo lá muita fé num amadurecimento tão rápido.

    Concordo totalmente quando você diz que Kimi precisa de mais. Ele é consistente, rápido e, como você disse, tem grande capacidade de gerenciamento. Mas sem uma boa performance em classificação sua vantagem é reduzida. Com um carro desses, se ele tivesse largado das primeiras filas, certamente já estaria com tantos pontos quanto Vettel.

    • Implicância? Vc é um gentleman. Vc não leva fé no amadurecimento. Implicante sou eu que não levo fé!

      • Hahaha! Pois é, sou darwinista e segundo Darwin a natureza não dá saltos. hahaha!

  2. Olá, concordo bom boa parte de seu texto, mas mesmo que Raikkonen faça grandes recuperações aos domingos não tenho dúvidas de que poderia estar fazendo mais se se classificasse melhor. Ele nunca foi um grande às em classificações e isso tem tornado corridas que o pódio deveria ser quase uma obrigação, em grandes conquistas.

    Na Hungria, se conseguisse o tempo que Grosjean conseguiu na classificação, venceria a corrida. Aliás, isso vale para a corrida do ano passado também.

  3. Julianne,

    Sei que o ponto principal do post eh sobre os pilotos, mas voce mesmo disse a alguns posts atras que a Lotus tem adotado pessimas estrategias de corrida. Ate que ponto os dois pilotos da equipe poderiam estar melhor no campeonato se a estrategias melhores tivessem sido adotadas?

    • Fique tranquilo, não esqueci da promessa de analisar as táticas da Lotus em um post separado.

  4. Raikkonen é fora de série, mas as vezes é subestimado pelo monotítulo e despojamento. Não tenho dúvidas que o bom momento da Lotus em pista tem grande parcela do finlandês e sua pilotagem certeira. Ju, sobre a dificuldade no sábado, na base do chutômetro, talvez a melhora em volta única não corrobore com o desgaste, coisa estrutural e talvez irreversível…

    • Ao que tudo indica, uma coisa tem a ver com a outra, mas é preciso encontrar um equilíbrio, como no caso da Red Bull por exemplo.


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