F1 Blog Takeover: Por que tantas mulheres gostam de F1 hoje? - Julianne Cerasoli Skip to content

Blog Takeover: Por que  tantas mulheres gostam de F1 hoje?

A primeira oportunidade que tive de ser lida por um público maior do que eu conseguia atingir com meu pequeno blog que tinha começado alguns meses antes foi quando o Luis Fernando Ramos convidou três produtores de conteúdo que ele gostava de ler para escrever um artigo para o blog dele. Foi lá no final de 2010. Lembro até hoje de onde estava e como as ideias foram surgindo para o texto.

Foi um tijolo na história que me levou à F1, mas um tijolo importante por me dar confiança. É como se alguém que estava dentro do barco me visse tentando embarcar e puxasse minha mão. Venha, você pertence aqui.

Então já faz um anos que tento retribuir isso e convido o pessoal para me enviar textos sobre F1. Aqui estão os 10 selecionados de mais uma temporada do Blog Takeover.

Por Clarissa Amariz

A resposta dessa pergunta parece óbvia para alguns. Como vi esses dias em alguma rede social, o principal motivo é, obviamente, a quantidade de pilotos bonitos no esporte hoje! Além de bonitos, são estilosos, e cada mais presentes nas redes sociais estreitando o contato antes tão longínquo com os fãs. 

Tais constatações têm tantas camadas que daria um livro inteiro e não apenas um singelo texto aqui, porém, vou me debruçar sobre a primeira razão apontada, e ir um pouco mais além. 

Muitos setores da sociedade ainda são majoritariamente masculinos, e isso não é diferente nos esportes. Além de privilegiar tal gênero em muitos aspectos, há uma tendência em diminuir qualquer coisa que seja do agrado das mulheres. Em outras palavras, a impressão que tenho é que simplesmente não podemos ter hobbies mais. Não podemos gostar de F1 porque não temos capacidade de compreender as especificidades de um carro, ou não sabemos nada de mecânica, ou não temos a capacidade de compreender as fortes que a alta velocidade é capaz de causar. É até engraçado porque os mesmos que nos acusam de intrusas em um universo supostamente apenas masculino, também não aceitam que veneremos pessoas ou coisas que são tipicamente consideradas femininas, como ir no show da nossa artista pop preferida, por exemplo. Lembro que quando fui no show da cantora Taylor Swift ouvi comentários maldosos dizendo que “como é que pode mulheres dessa idade ficarem histéricas por causa de outra mulher que nem conhecem”. Pois é, mulheres dessa ou daquela idade, aparentemente, não podem se interessar ou se dedicar a nada que não seja aquilo que a sociedade impõe que fizemos, os papéis impostos que devemos cumprir sem descanso, sem respiro.

Bom, você leitor que chegou até aqui deve estar se perguntando: “então, por que você, Clarissa, gosta de F1?” E eu irei responder: “não é pelo fato de entender de carros -confesso que não entendo muito não- e, claro, que a adrenalina e a velocidade me chamam a atenção. E óbvio que vez e outra um piloto me salta aos olhos, afinal, sou humana e filha de Deus heheheh 

Mas não são os fatores acima que me fizeram devorar a série Drive To Survive da Netflix, ou que me fizeram continuar interessada na categoria mesmo após eu ter esgotado todos os episódios. O que mais ficar e vir aqui escrever um texto para vocês, caros leitores, e a imprevisibilidade que esse esporte tem corrida a corrida, a cada decisão tomada por um diretor, um engenheiro ou um piloto. É o fato de que, por mais que tentamos prever, não conseguimos de fato ter nenhuma certeza de como os GPS ou temporadas inteiras serão. É pela possibilidade de testemunhar a decisão de um grande piloto e campeão de mudar de equipe pode causar uma dança das cadeiras imprescindível e até então não vista em muitos anos.

É, também, poder ver tanta gente boa (incluindo muitas mulheres!) fazendo conteúdo de melhor qualidade sobre o assunto e poder aprender muito: sobre carros, inclusive, mas não só.

Acho que a principal pergunta desse texto não deveria ser “por que tantas mulheres gostam de F1 hoje?” E sim “por que causa tanto espanto e revolta ver mulheres entendendo e curtindo que por muito tempo foi de domínio do clube do bolinha?”. Sobre isso eu só posso dizer que lamento, mas as meninas/mulheres estão pra ficar. As coisas mudam, às vezes não tanto quanto gostaríamos, mas a tendência é essa, assim como o esporte tema principal desse texto a da constante mudança e imprevisibilidade, então o negócio é apertar os cintos, aceitar e esperar pra ver.

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