Calor da Hungria fez bem para Verstappen - Julianne Cerasoli Skip to content

Calor da Hungria fez bem para Verstappen. E para a McLaren

O GP da Hungria foi decidido pela administração dos pneus, numa tarde muito quente e num circuito cheio de curvas, em que não há trégua para a borracha. E esse é um cenário em que a Red Bull consegue uma vantagem maior do que o normal nesta temporada. O resultado? 

Max Verstappen venceu, pela sétima vez seguida, com 33s de vantagem para Lando Norris, que se surpreendeu com o desempenho da McLaren sob condições em que não iria bem antes das atualizações que chegaram na Áustria e mudaram a história da equipe no campeonato.

Mas a pole position ficou com Lewis Hamilton, aproveitando-se de uma Red Bull que estava acertada focando em proteger os pneus no domingo, e não conseguia aquecer tão bem principalmente os pneus dianteiros. 

O começo da corrida do inglês, contudo, foi desastroso. Largou mal, foi passado por Verstappen, e ficou encaixotado na primeira curva, permitindo também a ultrapassagem de ambas as McLaren, com Oscar Piastri saindo do quarto para o segundo lugar.

Na liderança, Verstappen pôde trabalhar seus pneus como bem entendia e sumiu na ponta. Mais atrás, a questão seria quem iria parar primeiro. Se fosse cedo demais, poderia arriscar não conseguia fazer duas paradas. Se desse a chance do rival conseguir o undercut, particularmente poderoso no Hungaroring, poderia perder a posição.

Entre os primeiros, Lewis Hamilton deu a cartada primeiro, na volta 16, quando estava a 3s de Norris e a 5s de Piastri. A McLaren defendeu com o piloto que tinha mais chance de perder a posição, deixando o australiano exposto. Deu certo as McLaren manterem o segundo e terceiro lugares, mas eles acabaram invertidos.

Mais atrás, Sainz já tinha feito sua parada, tendo largado com o pneu macio, o que o ajudou a ganhar cinco posições na largada. O ritmo das Ferrari parecia bom até ali e eles estavam em quinto e sexto. Mas foi quando eles colocaram o pneu duro que ficou claro que seria uma tarde defensiva para os ferraristas. 

À esta altura eles já tinham sido superados na pista por Sergio Perez, que largara em nono e vinha em ótimo ritmo. Quando Hamilton, Piastri e Norris pararam, ele surgiu em segundo. Ele só pararia na volta 24, uma depois de Verstappen, deixando clara a superioridade da administração de pneus da Red Bull.

Isso deixou a Mercedes numa situação difícil para defender a posição de Hamilton, pois Perez tinha construído um offset de oito voltas em relação ao inglês. Por conta disso, Hamilton foi instruído a diminuir o ritmo no começo do stint com pneus duros para tentar fazer essa perna com o máximo de voltas possível, tentando um ataque no final.

Foi o que Hamilton executou. Ele não só descontou o offset como parou sete voltas depois de Perez, que estava envolvido com outra batalha nesse momento da prova: com 30 voltas para o final, ele tinha chegado em Piastri, que não conseguiu, com os pneus duros, o mesmo rendimento do início da prova. Em 22 voltas, a diferença entre ele e Norris aumentou de 1s para 9s.

A McLaren tentou cobrir um possível undercut de Perez chamando Piastri cedo aos boxes, com 27 voltas para o final. O mexicano veio junto, e logo passou o australiano, com direito a uma empurrada para fora da pista. Isso danificou o assoalho da McLaren, que perdeu rendimento por conta disso. E a posição também para Hamilton.

Quando o inglês voltou à pista após sua última parada, com 21 voltas para o fim, Perez estava 14s na sua frente, em terceiro. A Mercedes chegou a ficar a 1s5 da Red Bull, sofrendo pela parada adiantada por conta da briga com Piastri, mas faltaram voltas para Hamilton conseguir pressionar.

Verstappen, Norris e Perez ficaram com as posições do pódio, seguidos por Hamilton, Piastri, Russell, Leclerc, Sainz, Alonso e Stroll.

O exemplo de Russell mostrou bem as características de um novo formato de classificação que foi experimentado na Hungria. Os pilotos foram obrigados a usarem os duros no Q1, os médios no Q2 e macios no Q3, e tiveram dois jogos de pneus a menos. Isso gerou algumas surpresas na classificação (Russell foi uma delas, atrapalhado pelo trânsito, sem conseguir fazer uma boa volta com o composto duro e ficando no Q1). Mas, na corrida, ele estava com pneus novos lutando contra carros que tinham gasto seus compostos duros e médios para ir adiante no classificatório. E usou essa vantagem para escalar o pelotão. 

O formato até gerou uma classificação complicada para os pilotos, mas acaba beneficiando os melhores carros. Haverá um novo teste, em Monza, e veremos se será a mesma história. A ideia é permitir que a Pirelli transporte menos pneus.

Nada que atrapalhe Verstappen, como ficou claro na Hungria. A evolução da McLaren também fica evidente, após o time andar bem com muito calor (a temperatura da pista passou dos 50ºC) e numa pista com várias curvas de média velocidade, que em teoria não seriam tão boas para seu carro. Ou não eram antes da atualização. Tendo andado bem na Áustria, Silverstone na Hungria, já dá para dizer que o crescimento dos carros laranjas é uma realidade.

Da mesma forma, é inegável que a Aston Martin caiu de produção. Faz sentido a teoria de que a mudança na construção do pneu não ajudou o time, e o carro também não gosta do calor, mas uma pista como a da Hungria em teoria seria boa para eles. E eles ficaram no fundo dessa briga para ver quem é a segunda força. A Mercedes até teve bom ritmo, mas a posição de Hamilton após a primeira volta complicou sua corrida.

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