F1 Guia do GP da Rússia - Julianne Cerasoli Skip to content

Guia do GP da Rússia

A Fórmula 1 se prepara para a antepenúltima corrida no circuito de Sochi, que não vai deixar muitas saudades quando for substituído pela pista permanente de São Petersburgo em 2023 (à exceção da Mercedes, que venceu todas as edições da prova até aqui).

A pista tem suas peculiaridades: a primeira freada é a curva 2, e a reta de ativação do DRS é a segunda, entre as curvas 1 e 2. Elas são duas das quatro retas do circuito, o que poderia nos levar a crer que se trata de uma pista de alta velocidade, mas não. A configuração aerodinâmica usada é de médio para alto downforce para dar estabilidade ao carro nas várias curvas de 90 graus, em que a tração é o que fala alto, sendo que a única curva mais diferente é a três, que dura quase 10s e é feita em sétima marcha (e deixa os pneus pegando fogo, algo que os pilotos têm de saber administrar ao longo de uma volta lançada). As zebras baixas e o asfalto liso costumam ‘conversar’ bem com a suspensão da Mercedes, embora eles já tenham perdido uma pole em Sochi para a Ferrari, que só não converteu isso em vitória por uma execução ruim no domingo. Será que a Red Bull pode fazer o mesmo?

A punição de três posições no grid para Verstappen pode atrapalhar este plano, mas aí começam as estatísticas interessantes de Sochi, uma corrida em que muita coisa costuma ser definida na primeira volta. Largar em segundo, por exemplo, não é um negócio tão bom quanto largar em terceiro: o segundo colocado no grid jamais liderou a primeira volta, enquanto o terceiro o fez em duas oportunidades nos últimos quatro anos. E 40% de todos os abandonos registrados na prova desde sua primeira edição, em 2014, ocorreram justamente na volta de abertura do GP. E 70% dos períodos de Safety Car aconteceram nas cinco primeiras voltas

E por que acontece tanta coisa na primeira volta? Essa grande possibilidade de pegar o vácuo nesta “reta dupla” antes da primeira freada e a histórica falta de oportunidades de ultrapassagem ao longo da corrida fazem com que os pilotos arrisquem mais na largada, sabendo que esta será sua grande oportunidade de ganhar posições.O que pode mudar essa lógica do GP da Rússia é a grande possibilidade de chuva especialmente para o sábado. Se bem que se cair toda a água prevista no momento vai ser difícil ver carro na pista…

NOTAS DE ESTRATÉGIA

A dificuldade de ultrapassagem de Sochi tem muito a ver com o asfalto, bastante liso. Os números não mentem: houve só 28 ultrapassagens no GP da Rússia em 2020. A Pirelli tentou até levar seus compostos mais macios esperando que isso mudasse a história da prova, mas a alocação acabou caindo como uma luva para os times da ponta, que conseguem fazer o Q2 com os médios, e uma corrida tranquila de uma parada com médios e duros. Para o líder, é só uma questão de manter o rival mais próximo fora de sua janela de undercut (ou seja, uns 3s atrás) e cobrir se ele tentar parar antes. 

A única disputa fica mais atrás, entre aqueles que só conseguem passar para o Q3 usando os macios e os que largam logo depois do top 10. Como tem sido praxe na F1 e ficou muito claro nas duas sprint que tivemos até agora, a disputa por posições depende muito do desgaste de pneus. Ou pelo menos será assim até que cheguem os carros do ano que vem.

Mas não dá para tentar algo diferente na estratégia? A perda de tempo de pitstop é alta, na casa dos 25s, então isso é um motivo e tanto, ainda mais quando somado a um asfalto que gera pouco desgaste, para as estratégias serem mais conservadoras.

Isso significa que é só assistir a largada e ir fazer outra coisa da vida? Depois da clara dificuldade das equipes com as novas regras dos pit stops em Monza, este será um momento crucial da prova, e os muros nunca estão muito longe em Sochi. Como bônus, também há a possibilidade de a Red Bull trocar o motor de Verstappen, o que o obrigaria a fazer uma corrida de recuperação.

FIQUE DE OLHO

Os segundões de Mercedes e Red Bull costumam andar bem em Sochi. Valtteri Bottas fez pódio de Williams na Rússia; venceu duas e ficou por duas vezes em segundo (uma delas recebendo ordem de equipe) nas quatro últimas edições do GP. Já Sergio Perez é um dos únicos dois pilotos, juntamente de Lewis Hamilton, que pontuaram em todas as edições da prova até aqui. O mexicano foi terceiro com a Force India em 2015 e quarto ano passado.

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