F1 Como a Red Bull deu emoção a 2010: prova a prova - Julianne Cerasoli Skip to content

Como a Red Bull deu emoção a 2010: prova a prova

Aproveitando a semana do GP Brasil, o FasterF1 inicia uma parceria com o Café com F1. A quatro mãos, traremos análises mais detalhadas e maior volume de informações. E, quando a temporada de 2010 acabar, será só o início de uma série de posts sobre quem fez – e continua fazendo – a história da categoria.

Começamos com uma análise sobre os erros e acertos da temporada que a Red Bull tinha tudo para dominar, mas que acabou se tornando uma das mais emocionantes de todos os tempos.

Não é novidade que a Red Bull tem o melhor carro de 2010. 14 poles em 17 possíveis, colocando-os a 1 de igualar os recordes de Williams (92 e 93) e McLaren (88 e 89) não deixam nenhuma dúvida. Mas não são eles que lideram o Mundial de Pilotos. Falhas mecânicas, erros de pilotagem e um mal gerenciamento dos pilotos ditam o ano, até aqui, do time austríaco. Isso, sem contar na clara preferência em relação a Vettel, demonstrada na Turquia, na Inglaterra e na resistência em dar o suporte a Webber na luta pelo mundial.

Bahrein

O que o carro permitia: a briga foi equilibrada com a Ferrari, mas era realista pensar em 2 vagas no pódio ou um 3º e 4º na pior das hipóteses.

O que aconteceu: Vettel foi pole e liderou até ter um problema no escapamento, perder rendimento e cair para 4º. Webber errou na classificação e ficou a mais de 1s do companheiro. Na corrida, ficou preso no tráfego e terminou em 8º.

Austrália:

O que o carro permitia: 1º e 2º.

O que aconteceu: A classificação foi toda da Red Bull, com dobradinha. Na corrida, Vettel abandonou quando liderava por um problema nos freios e Webber se perdeu em várias disputas desastradas por posição, além da equipe ter errado na estratégia (fez 2 pitstops). A batida em Hamilton nas voltas finais coroou o GP caseiro do australiano, que foi 9º.

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Malásia:

O que o carro permitia: 1º e 2º.

O que aconteceu: A Red Bull foi a única das grandes a acertar num encharcado Q1 e colocou seus carros em 1º e 3º no grid. Vettel passou o companheiro na largada e ambos dominaram a prova.

China:

O que o carro permitia: 1º e 2º.

O que aconteceu: Dobradinha com 0.4s de vantagem para Alonso, 3º. No domingo, a Red Bull errou na estratégia numa prova sob chuva, obrigando seus pilotos a fazerem uma parada a mais e sua recuperação na pista não foi nada brilhante (eles fizeram o mesmo número de paradas que Hamilton, que foi o 2º, mas só conseguiram um 6º e 8º lugares).

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Espanha:

O que o carro permitia: 1º e 2º.

O que aconteceu: Foi a dobradinha mais impressionante até então, com quase 1s de diferença para Hamilton, o 3º. Parecia um 1-2 fácil, mas Vettel perdeu a posição para o piloto da McLaren (que depois abandonou) no box e outra para Alonso no final da prova, por um problema mecânico. Webber venceu com tranquilidade.

Monaco:

O que o carro permitia: 1º e 2º.

O que aconteceu: Depois de dominar os treinos livres, os pilotos da Red Bull foram separados no grid por Kubica, mas Vettel passou o polonês na largada e garantiu uma dobradinha tranquila.

Turquia:

O que o carro permitia: 1º e 2º.

O que aconteceu: Webber fez a pole, enquanto Vettel errou em sua volta rápida e largou em 3º, com Hamilton em 2º. O alemão passou o inglês na largada, foi ultrapassado de volta e chegou ao 2º posto depois de um erro no pitstop da McLaren. Na tentativa de promover Sebastian à 1ª colocação, a equipe instruiu que o alemão usasse uma regulagem que deixava o motor mais potente, enquanto fez o contrário com Webber. Vettel chegou com facilidade na reta, mas errou a manobra, bateu com o companheiro e abandonou. Mark chegou em 3º.

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Canadá:

O que o carro permitia: 5º e 6º

O que aconteceu: Os Red Bull se classificaram em 2º e 3º, num dia em que Hamilton foi pole em circunstâncias bem particulares. Mas era esperado que fossem presa fácil na grande reta de Montreal. Numa corrida complicada devido à pouca durabilidade dos pneus macios, a equipe errou na estratégia e terminou com um 4º e 5º. Vettel teve um problema mecânico nas voltas finais, mas não chegou a perder posições.

Europa:

O que o carro permitia: 1º e 2º.

O que aconteceu: Largando da 1ª fila, Vettel dominou a prova, enquanto Webber teve uma má largada, caiu para 8º e antecipou sua parada. Lidou mal com a ultrapassagem sobre o Lotus de Kovalainen e teve um acidente impressionante.

Inglaterra:

O que o carro permitia: 1º e 2º.

O que aconteceu: Largaram em 1º e 2º com 0.8s de vantagem para Alonso, o 3º. Vettel sai mal e, na tentativa de bloquear Webber, sofre um furo no pneu. O Safety Car no meio da corrida o coloca novamente na disputa. Faz algumas ultrapassagens e termina em 7º, enquanto o australiano vence com facilidade.

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Alemanha:

O que o carro permitia: a briga foi equilibrada com a Ferrari, mas era realista pensar em 2 vagas no pódio ou um 3º e 4º na pior das hipóteses.

O que aconteceu: Vettel fez a pole por 2 milésimos, enquanto Webber errou e largou em 4º. Com os 2 Red Bull saindo mal, Vettel foi ultrapassado pelas 2 Ferrari e terminou em 3º, enquanto Webber foi superado por Hamilton 1ª volta e por Button na estratégia de box e chegou em 6º.

Hungria:

O que o carro permitia: 1º e 2º.

O que aconteceu: O maior domínio do ano, 1ª fila com 1.2s de vantagem para Alonso, 3º. O australiano é superado pelo espanhol na largada, mas recupera a posição na estratégia de box. Vettel perde uma prova fácil ao não respeitar a distância devida do Safety Car e levar o drive through. É 3º.

Bélgica:

O que o carro permitia: a briga foi equilibrada com a McLaren, mas era realista pensar em 2 vagas no pódio ou um 3º e 4º na pior das hipóteses.

O que aconteceu: Numa sessão complicada pela chuva, a Red Bull acerta com Webber e consegue a pole. Vettel larga em 4º. Webber largou mal e caiu para 6º na largada. Passou Massa na pista, Kubica no pitstop e se beneficiou da batida entre Vettel e Button para ser 2º. O alemão levou um drive through pela lambança e ainda se encontraria com Liuzzi e faria 5 paradas para chegar em 15º.

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Itália:

O que o carro permitia: 5º e 6º.

O que aconteceu: Classificaram-se em 4º e 6º em outro circuito de retas longas. Webber outra vez larga mal e perde 5 posições. Vettel vem logo à frente do companheiro quando tem um problema no pedal de freio e é ultrapassado por Webber, mas, ao adotar uma estratégia diferente, termina em 4º, deixando Webber em 6º.

Cingapura:

O que o carro permitia: 1º e 2º.

O que aconteceu: Webber não se classificou bem (foi o 5º), enquanto Vettel perdeu uma pole que parecia fácil (0.3s mais rápido que todos no Q2), errou no Q3 e ficou atrás de Alonso. Webber apostou numa estratégia ousada, fez algumas ultrapassagens chave e contou com a sorte no choque com Hamilton para chegar em 3º, enquanto Vettel ficou esperando o erro que não veio do piloto da Ferrari e chegou em 2º.

Japão:

O que o carro permitia: 1º e 2º.

O que aconteceu: Primeira fila com 0.4s de vantagem para a concorrência traduzida em dobradinha tranquila na corrida.

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Coreia:

O que o carro permitia: 1º e 2º.

O que aconteceu: Conquistou a 1ª fila de forma menos contundente que no Japão. No domingo, Webber cometeu um erro bobo e bateu sozinho, enquato Vettel sofreu uma quebra de motor.

De onde vieram as falhas da Red Bull em 2010

Prova Piloto Mecânico* Equipe Classificação Corrida
BAH 1 1 1º e 6º 4º e 8º
AUS 1 1 1 1º e 2º DNF e 9º
MAL 1º e 3º 1º e 2º
CHI 1 1º e 2º 6º e 8º
ESP 1 1º e 2º 1º e 3º
MON 1º e 3º 1º e 2º
TUR 2 1 1º e 3º DNF e 3º
CAN 1 1 2º e 3º 4º e 5º
EUR 1 1º e 2º 1º e DNF
ING 1 1º e 2º 1º e 7º
ALE 1 1º e 4º 3º e 6º
HUN 1 1º e 2º 1º e 3º
BEL 1 1º e 4º 2º e 15º
ITA 1 4º e 6º 4º e 6º
CIN 1 2º e 5º 2º e 3º
JAP 1º e 2º 1º e 2º
COR 1 1 1º e 2º 2 DNF
Total/ 

Média

11 5 4 2.25 3.9**

*Sem considerar as más largadas, que podem acontecer por diversos motivos.

** Contabilizando as posições de chegada, sem os abandonos.

4 Comments

  1. Esse campeonato está, de fato, muito equilibrado. Poderia ser um campeonato parecido com 88 dado o domínio semelhante do “4” e do RB6. Mas seus pilotos não são do mesmo nível, não tem como negar.
    Mas pra mim a grande questão que auxilia no equilíbrio dessa temporada é o fato de o RB6 ser de outro mundo aos sábados, especialmente no Q3, mas ser um carro perfeitamente alcançável aos domingos. Os próprios pilotos admitiram que possuem um dispositivo móvel/ajustável em sua suspensão dianteira que eles usam na classificação e que volta ao normal no domingo (na coletiva de imprensa na Coréia – e eu gostaria de saber maiores detalhes, já que a FIA proíbe tais dispositivos). Apesar de isso já não ser mais tão forte, o ritmo de corrida do 25 sempre foi muito bom. Prova disso é que mesmo tendo tomado tempo na classificação da Turquia, nem Hamilton deixou Webber escapar e nem Button deixou Vettel tranquilo durante a primeira perna da corrida e quanto Vettel estava em segundo, Hamilton e Button os escoltaram muito bem. A Ferrari também, por cuidar bem dos calçados, não deixou os touros dominarem do jeito que eles queriam a temporada.
    A conclusão é que essa temporada é particular devido ao domínio dos sábados não ser convertido em domínio nos domingos por motivos além de apenas (ela contribui um pouco) incompetência de seus pilotos (incluo aqui a baixa confiabilidade do RB6).

    • Esse é um fator, com certeza, mas se observar no quadro, os únicos GPs em que não houve erros ou falhas mecânicas, eles fizeram dobradinhas.
      Sobre o tal dispositivo, o Webber estava sendo irônico na coletiva, até porque seria proibido.

      • Eu não ouvi o áudio, apenas li a transcrição, por isso acabei não pegando isso. Mas ainda assim acho que eles tem alguma coisa pro Q3. Em várias situações eles imprimiram uma diferença muito grande do Q2 pro Q3…

  2. Lendo ficou meio estranho mesmo. A solução deles deve ter a ver com o escapamento, ou melhor, com a alimentação do difusor quando não estão acelerando.


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