Finalmente está chegando a hora de começar a desvendar uma série de questões que estão no ar sobre os próximos nove meses. Ou até mais, já que deixei de fora o grande fantasma do coronavírus, com o qual a Fórmula 1 está lidando no momento com a cabeça nos dólares. Com a expectativa de mais adiamentos pelo caminho e a certeza é que vai ter gente pelo menos de quarentena em algum momento, vamos às (minhas) perguntas da temporada. Fiquem à vontade para acrescentarem as suas:
Quem leva queda de braço política?
Começando de onde parei no último post. As cartas estão na mesa, assim como os contratos das equipes para permanecerem na Fórmula 1 além desta temporada. Depois de tanta demora para se chegar a um denominador comum em relação às regras, muita água deve passar por debaixo da ponte. Perguntei a Horner se o contrato poderia ser assinado logo e ele disse que sim, “até o meio do ano”. Isso não é o mesmo que “logo” no meu dicionário…
Confiabilidade será problema para motor Mercedes?
Chamou a atenção nos testes o fato de três motores Mercedes terem tido problemas, dois deles com a pressão de óleo. Sabe-se que eles arriscaram para recuperarem o terreno especialmente em relação à Ferrari. Chamou a atenção também o fato deles terem aparentemente usado tudo do motor no final do primeiro teste, mas não no segundo.
Ferrari vai ou implode?
Isso, em vários sentidos. Depois de Binotto ter dado nota seis para sua pré-temporada, o campeonato pode ser decepcionante dentro das pistas, em que o suíço já tinha sarna suficiente para se coçar gerenciando Leclerc e Vettel. E, para completar, agora os rivais se “amotinaram” contra o time italiano.
Regulamento estável vai aproximar?
A resposta costuma ser sim, mas esta temporada é um pouco diferente devido à extensão das mudanças de 2021. Uma comparação válida – para o mal – é 2013, ano que começou muito competitivo mas que foi se encaminhando para a mão da Red Bull. Quando chegou na metade e os demais julgaram ser difícil virar o jogo, todos tiraram o pé e tivemos uma lavada de Vettel e companhia.
F1 mais competitiva ou mais protecionista?
Essa questão tem ligação com as duas próximas. Trata-se de uma discussão que ficou muito forte durante a definição das regras de 2021: a F1 deve proteger ao máximo o fato de cada carro ter de ser produzido por cada equipe (ou seja, o fato de ser um campeonato de construtores) para manter sua relevância em termos de tecnologia e engenharia, ou é mais importante dar ferramentas para que equipes menores também tenham acesso a carros/conceitos vencedores?
Até onde vai a cópia da Racing Point?
Não sabe do que estou falando acima? A Racing Point é quem vai acender essa discussão, com seu carro copiado ao máximo da Mercedes – inclusive usando o mesmo túnel de vento. O carro parece ter nascido bem e, se eles começarem a andar mais que Renault e McLaren, cujo orçamento é maior, vai ter chiadeira.
Fim da linha para Haas e seu modelo de negócio?
No caso do protecionismo ganhar, é mau sinal para a Haas. Eles chegaram na F-1 ouvindo que o futuro era ter mais peças padronizadas e que um teto orçamentário seria adotado. Isso vai acontecer em 2021, mas em níveis muito menores do que o esperado por eles (e pela própria Liberty, algo que ocorreu devido à pressão dos grandes). Não é a toa que Gene Haas já avisou que, se este for mais um ano de draga, o time já era.
A última de Raikkonen?
Vai se falar muito de Raikkonen neste ano, quando ele superar o recorde de GPs que hoje é de Rubens Barrichello. Não sei bem se ele vai gostar de toda essa atenção por uma marca que ele já cansou de dizer que não lhe importa. Mas a questão é outra: ainda haverá espaço para Kimi dentro da revolução de 2021?
Hamilton bate Schumacher?
Outro assunto que vai dominar as manchetes por algumas provas – quando ele chegar a uma vitória, quando ele igualar, quando ele passar. Sim, é uma questão de “quando” para Hamilton bater as 91 vitórias do heptacampeão, e arrisco dizer o mesmo para a igualdade de títulos. Mas será que ele consegue as oito vitórias que faltam ainda neste ano?
3 Comments
Vamos lá, tenho uma dúvida sobre 2020. No final do ano passado foi comentado sobre algumas mudanças para 2020 e uma delas incluía o seguinte: Os carros deverão usar os ajustes (set-up) feitos no 1° treino livre para corrida. Surgiu a dúvida: O que as equipes fariam nos outros treinos livres ? E como a FIA iria controlar isto? Este “detalhe” é muito importante, pois se a equipe fizer uma leitura de pista errada e ajustar o carro de uma maneira que não seja boa para corrida, haverá imprevisibilidade nos resultados. Esta regra será mesmo validada para 2020?
A proposta é que os carros entrem no regime de parque fechado no terceiro treino livre, e não na sexta-feira. Isso chegou a ser discutido, mas não está nas regras publicadas pela FIA. De qualquer maneira, essa mudança é para 2021.
Julianne, minha pergunta pergunta é sobre Vettel… seria este o último ano do alemão? Se sim, quem poderia substituí-lo?