F1 De casa nova: quem ganhou e quem perdeu na dança das cadeiras - Julianne Cerasoli Skip to content

De casa nova: quem ganhou e quem perdeu na dança das cadeiras

Motor Racing - Formula One Testing - Bahrain Test One - Day 3 - Sakhir, Bahrain

As surpresas desta temporada 2014 já começaram antes mesmo da luz vermelha se apagar no grid do GP da Austrália – e não me refiro a nada que tenha acontecido nos testes. Em um ano de muitas mudanças, as equipes não se preocuparam em trocar de pilotos: metade do grid ou trocou de time, ou faz sua estreia. Veja quem perdeu e quem ganhou com a dança das cadeiras.

Os veteranos: Raikkonen e Massa

Há um mês soava até injusto colocar os ex-companheiros de Ferrari no mesmo barco. Afinal, Massa parecia buscar a sobrevida em uma decadente Williams, enquanto Raikkonen voltava por cima a um time que o desprezou há quatro anos. Mas um carro bem nascido e uma boa adaptação logo de cara deram ao brasileiro o que faltava na Ferrari: confiança. E um Massa confiante muda de figura, como vimos em 2008. Resta saber se o brasileiro conseguirá adaptar seu estilo agressivo às demandas do novo regulamento e se a Williams vai acompanhar a corrida de desenvolvimento ao longo do ano.

O problema de Kimi, por sua vez, Massa conhece bem: o eficiente e político Fernando Alonso. Ainda que ele não pareça se importar muito com o segundo item, não há dúvidas de que, dentro da pista, o espanhol vai testá-lo ao máximo – e vice-versa. Ambos têm o ritmo de corrida como trunfo, o que será importante em 2014. Claro que pensar em título depende do tamanho do prejuízo em relação ao motor Mercedes e de como será a recuperação; a Ferrari começa atrás, mas se mostrou feliz com a correlação de dados do remodelado túnel de vento, grande bicho-papão dos últimos anos, e promete não ficar pelo caminho.

Quero ser grande: Ricciardo e Hulkenberg

No papel, Ricciardo deu um grande passo adiante trocando a Toro Rosso pela Red Bull, enquanto Nico Hulkenberg ficou na mesma ao voltar para a Force India, vindo da Sauber. Mas o alemão deve alinhar bem à frente do australiano no grid em Melbourne em um carro que se apresenta como a quinta força do campeonato. Com o regulamento caindo como uma luva para seu estilo e o motor certo nas mãos, é a hora de Hulk mostrar que não é apenas consistente, como também brilhante.

O desempenho de Ricciardo, por sua vez, vai depender muito da recuperação da Red Bull: se o carro conseguir andar, deve funcionar do ponto de vista aerodinâmico. A atuação em corridas e o feedback aos engenheiros foi o que chamou a atenção dos tetracampeões e o australiano terá de mostrar essas qualidades a rodo para ajudar seu time a sair da atual situação.

Numa fria: Maldonado e Kobayashi

A draga da Lotus era anunciada, com sérias dificuldades financeiras desde o ano passado e o êxodo de engenheiros, e só piorou com as carências do motor Renault. Com regras que desafiam seu estilo agressivo e um companheiro com o mesmo nível de experiência que o seu tendo de ajudar no desenvolvimento de um carro ousado e, à primeira vista, problemático, deve penar em 2014. Da mesma forma, Kobayashi sabia que não teria vida fácil na Caterham, mas não imaginava ter “ritmo de GP2”, como ele mesmo disse. Pelo menos será diversão garantida vê-lo lutar sem ter nada a perder – contando que haja com quem lutar.

Sou ou não sou? Perez e Sutil

De mansinho, Sutil vai conseguindo sua vaga no grid pela sétima temporada, mesmo com um orçamento “honesto”. Só não fez uma boa troca indo da Force India para a Sauber, que penou mais que a rival direta na pré-temporada. Tem a obrigação de superar Gutierrez, mas será que é suficiente para manter-se vivo na categoria?

Já Perez deve estar com a cabeça inchada: teve sua chance na McLaren logo no que parece ter isso um ano isolado de draga, sem um pódio sequer. Mas também é verdade que o mexicano não fez muito por sua permanência e acabou não saindo perdendo tanto assim, com uma Force India equipada com motor Mercedes. Veremos como a experiência em time grande vai pesar contra o mais completo Hulkenberg, em um dos duelos internos mais interessantes do ano.

9 Comments

  1. Apos primeiro dia de treino nas antipodas, posso ter minha primeira impressão.
    RBR: hehehehehehe, chupense essa mixirica azeda aqueles que achavan morrida. Ve55el tá vivo e até o Ricardão pode com Melbourne. Imaginem o eslogan “A Red Bull te da asas”. Esses caras sabem de Marketing.
    Mercedes: Pois eh, muito bom.
    Ferrari: A percorrer esse caminho de furia. Vou apostar de kimi em Melbourne na frente, só para imaginar à prima dona asturiana de vermelho ferrari.
    Force India: Vão seguir extrapolando o Whokemberg?
    Williams: Nem tão Bonitinha, nem tão eficiente como tenho palpitado. Massa ja levou o primeiro na cola. Pois eh, caiam na real, O bicho é da Finlanda.
    Lotus: Vai ser foda, mas acredito que o projeto do carro é bom. Vou contra a maré. Espero ver essa bela caranga andando na frente.
    O resto é resto.
    È claro que primeiro treino vale quase nada, mas deu um sorriso confirmar um pouco minha primera impressão desde Bah!rein. Vai ser uma temporada de meio saco com mais faladeira do que pura competição, mas fazer o que… gosto até de corrida de baratas.

    • Tenho mais dúvidas que você quanto ao carro da Lotus, no resto concordo em tudo, Bruz. WHOkenberg brilhante? Huum. . . E tinha gente já de garfo e faca pensando que ia saborear filé de Touro. . . Vão comer mesmo é carne de pescoço quando vier o prato principal, a partir da Europa.
      Abs.

      • Um prazer em lhe saludar homem. Sei que temos muitas ideias em comúm.
        Tem reportes que indicam que esse bolido da Lotus é um bem nacido, apenas reportes de tunel de vento e engenhocas para estabilidade e penetração indicando que devería ser rápido, lembra que o desenvolvimento é do mesmo pessoal do E-20 e E-21 (que foram embora alguns é outra coisa). O problema da Lotus é de atraso, pq até quase nem tiveram cavalaria para puxar o E-22.
        Viu que esquecí da Mc Larem?… estou avaliando se foi um lapsus ou foi proposital mesmo. Claro que vai ser melhor que 2013, mas…
        E sim, eu já vi vc alertar bastante que o Bottas não é um coadjuvante, ante tanto ufanista que da o Massa disputando o título como primeiro piloto. Espero pelo menos que o brazuca mantenha a combatividade para não ter que ver tanta pachecada escrevendo tanta porcaria.
        Pode ser que tudo não seja tão ruim e o ganho em tecnología seja positivo nesta “cerebral” F1, ao ponto que logo logo vão acelerar sem tanto rolo de novo. Vamos lá Aucam, chegou a hora de novo.
        Fuerte abrazo mi viejo.

  2. “Mas o alemão deve alinhar bem à frente do australiano no grid em Melbourne em um carro que se apresenta como a quinta força do campeonato.”

    Só se for o alemão que é tetra 😛

  3. FP1 e FP2 não mostra ainda a relação de forças. A Williams simulou long runs e não se preocupou muito em tempo de classificação e nessas condições a quantidade de combustivel de um adversário para outro é difícil de quantificar.

    Mas já dá para ter noção que a briga vai ser mesmo Mercedes x Ferrari x Red Bull com Mclaren e Williams ainda correndo por fora, tal qual a Lotus ano passado.

    Praticamente igual ao que os especialistas cravaram a única diferenca entre o top 5 equipes é a Red Bull no lugar da Force India.

    Vamos esperar o qualifying nessa madrugada para ver se o Q3 será com essas 5 equipes mesmo.

    Abraço Julianne e amigos

    • Dé Palmeira

      Nessa análise do Coulthard ele postou que o Kimi fez mais pontos do que o Massa enquanto correram juntos pela Ferrari, mas ele levou em consideração os pontos que o Kimi fez após o acidente do Massa. Ao meu ver não é justo comparar dessa forma. Enquanto correram juntos em 2009 estava 22 a 9 para o Massa e no total foi 214 a 194 para o brasileiro.

      Claro que no cômputo geral a vantagem é do Kimi já que ele foi campeão em 2007 e Massa vice em 2008.

      Abs

      • É, acho que a isso que ele se refere e também usa a performance de Massa pra fazer uma comparação ao que poderá ser o duelo entre Kimi e Alonso.

        De minha parte acho que esse duelo já foi vencido por Fernando, se Kimi tivesse realmente um projeto de ser campeão jamais teria aceitado correr ao lado do espanhol.
        Ele é o nº1 da Ferrari.

  4. Knock-down, Know-how?

    Bom, eu cheguei a pensar que o piloto com o carro que explodisse por último seria o vencedor, mas apesar de tudo eles pareceram ter certa consistência.

    Mas, apesar de terem dito que a Renault se atrasou nos preparativos (o que fez com que a RBR sofresse um “knock-down”), eu acredito que tanto os pilotos, quanto os engenheiros não tem o “know-how” pra chegar até o fim do campeonato com tantas mudanças drásticas e com um regulamento tão exigente e que não preza uma tão suave adaptação.

    Resumindo: É mais fácil tirar no palitinho.

    Mas se tudo der certo, e eu espero que dê, no fim desse campeonato os engenheiros e os pilotos serão conhecidos como deuses e a F1 provará mais uma vez que é a referência em engenharia, mesmo sob pressão.


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