A história do GP de Miami empolgou os pilotos, mas foi curioso perguntar a Sergio Perez se ele achava que mais uma prova na região seria boa para o México e ele olhar incrédulo: “Mas isso realmente vai acontecer?” Mesmo depois de responder, ele não continha a empolgação. “Então vamos nos livrar de Baku?” Perguntei por que ele gostaria disso, já que tem dois pódios lá. “Não que eu queira, é o que ouvi.”
Mas não, pelo menos para o ano que vem o GP está garantido e deve voltar a sua data original. Mas onde entra Miami? Fala-se que em Outubro mesmo, até em finais de semana seguidos com Austin. Se esse for o caso, é difícil pensar que a corrida em COTA vai durar muito tempo. Ainda mais com as negociações com New Jersey reabertas.
Há várias teorias sobre como o calendário ficará, mas esse está longe de ser o maior problema. Os organizadores do GP da Alemanha em Hockenheim e também de Silverstone estiveram em Barcelona para discutir a extensão de seus contratos basicamente com o mesmo pedido: dividir os lucros ao invés de pagar uma taxa para receber os GPs, a fim de “retirar o risco de prejuízo”. No caso dos alemães, que pelo menos neste ano estão empolgados com o boost de ter Vettel bem e Verstappen sozinho trazendo pelo menos ⅙ do público, o acordo acaba em 2018. Na Inglaterra, são só duas corridas garantidas.
Reduzir drasticamente o dinheiro ganho com as taxas teria um grande impacto no dinheiro que movimenta a F-1. Atualmente, a soma é superior a meio bilhão de dólares. O total dividido pelos promotores e times é de 1.8 bi.
A boa notícia para os organizadores europeus é que eles são os primeiros a admitir que, diferentemente da era Ecclestone, pelo menos agora eles sentem que há abertura para conversar. Mas nem todos estão contentes. Há quem veja um foco exagerado no business.
Bottas garantiu que esqueceu rápido do desastre de Baku, mas talvez a ressaca tenha sido pior que a decepção. Ou pelo menos foi para quem teve de tomar shot atrás de shot com ele no domingo no Azerbaijão.
Quem chegou sorridente em Barcelona foi Fernando Alonso. Conversei com pessoas que estiveram em Spa no WEC e têm boas conexões com a Toyota e a avaliação era sempre a mesma: ele não é o mais rápido entre os pilotos da equipe ainda, mas o nível que mostrou e o quanto vem trabalhando tem impressionado a todos.
Isso, até mesmo entre os colegas de F-1, que não acreditaram quando ele pegou carona no jatinho de volta de Baku, pegou o carro em Genebra e dirigiu por horas madrugada a dentro para a fábrica da Toyota em Colônia, na Alemanha. No dia seguinte passou horas dirigindo novamente, no simulador. Para Le Mans, contudo, não chega como favorito. Tem um certo Koba guiando mais que ele.
Voltando ao paddock da F-1, foi intensa a movimentação do pessoal da Liberty Media dentro do hospitality da Mercedes por todo o final de semana. O motivo é a desconfiança dos alemães de que o motor ferrarista é ilegal, o que teria a ver com a forma como eles usam o sistema de MGU-H, algo que expliquei por aqui. A FIA não quer fazer estardalhaço sobre o tema, mas os times estão pressionando-os a enviar alguma clarificação oficial até antes de Mônaco. Caso contrário, vai ter protesto.
4 Comments
Se competência pudesse ter uma foto, essa seria a da Julianne – e seria uma belíssima foto. É furo atrás de furo nesse blog! Essa menina está imparável! Continue assim!
– Mais um circuito de rua? Até entendo o desejo de aproximação com o publico, mas sinceramente com exceção de Melbourne eu acho chato.
Corrida de verdade é em Spa, Interlagos, Silverstone…
– Alonso não ser o mais rápido da Toyota? Normal. O Hulkenberg na época da Porsche também não era. Isso se chama expertise.
Carro mais pesado, freios diferentes, pneus…
É dificil encontrar o ponto.
Mas torço pelo sucesso.
Tentar a tríplice coroa é um feito e tanto.
Com todo o respeito para o Alonso, sou Koba e não abro, só espero que não tenha palhaçada em Le Mans.
Boa ! + 1 aqui (torcendo por Koba san).