F1 Drops do GP de Singapura e o “ônibus” de 2021 - Julianne Cerasoli Skip to content

Drops do GP de Singapura e o “ônibus” de 2021

Não repercutiu bem no paddock a renovação de Romain Grosjean na Haas e, não importa o que Guenther Steiner possa justificar, o grande motivo para a permanência do francês é o dinheiro que ele traz ao time. Embora Gene Haas tenha lenha para queimar, como todo bom milionário, ele faz de tudo para não colocar a mão no bolso, e inclusive a renovação de Kevin Magnussen ano passado foi condicionada a mais dinheiro de seus patrocinadores.

Isso também explica por que Nico Hulkenberg está a pé, já que ele não conseguiu encontrar patrocinadores na Alemanha. A sorte dele pode ser sua relação com Vasseur, chefe da Alfa, que foi quem bancou sua ida para a Renault. Mas a Ferrari tem que concordar com isso, já que a vaga de Giovinazzi é de indicação da Scuderia. Para a Alfa, poderia ser um bom plano de sucessão para a vaga de Kimi, que ainda tem um ano de contrato pela frente, mas terá 41 anos no final de 2020.

Mas a grande discussão no paddock em Singapura foram as mudanças que estão sendo estudadas para as próximas temporadas. A FOM e a FIA estão abertas a criar fórmulas diferentes para algumas corridas, e o que está sendo estudado no momento é a implementação de mini corridas para definir o grid aos sábados. Elas aconteceriam em três etapas no ano e o grid da mini corrida seria a classificação do campeonato invertida, ou seja, George Russell na pole e Lewis Hamilton no fundão. A questão da alocação de motores e pneus seria resolvida pelo fato da prova ter mais ou menos a mesma duração da classificação – fala-se em 100km. Essa corrida do sábado não valeria pontos para o campeonato, somente definiria o grid do domingo.

Existe a preocupação do formato ser complicado demais para explicar aos fãs, além de considerações sobre o parque fechado, por exemplo. Então no momento as equipes disseram à FIA que aceitam testar a ideia, mas deram à entidade uma lista de fatores para serem considerados. 

Outra regra que está sendo considerada é impedir que as equipes testem os três compostos durante os treinos livres, para gerar mais imprevisibilidade na corrida. Houve uma discussão sobre a obrigatoriedade de usar três compostos na corrida – ou seja, de sempre termos dois pit stops – mas isso não foi adiante.

O que vai sair mesmo é o teto de gastos, de 175 milhões de dólares. Essa é uma boa notícia, mas não resolve a discrepância entre as equipes porque há muita coisa fora – como os salários dos funcionários e o gasto com marketing. Não surpreende, portanto, que Gene Haas esteja procurando compradores para sua equipe, já que ele não vê nenhuma mudança prática que realmente faça os grandes deixarem de ser muito melhores.

Fiquei sabendo que as peças padronizadas (odiadas pelas equipes) e os pneus de 18 polegadas vão tornar os carros 35kg mais pesados em 2021 e, com as restrições aerodinâmicas, espera-se que eles sejam 5 a 6s mais lentos que os atuais. Como bem apontou Otmar Szafnauer, milhões serão gastos para fazer um carro que não é muito mais rápido que um F-2.

Não por acaso, as equipes ainda não estão contentes com o regulamento de 2021, e estão falando inclusive em um desenvolvimento open source de peças como alternativa à padronização de peças, que está sendo adotada para fazer o teto orçamentário funcionar.

Mas o problema continua o mesmo de sempre, como falou Andrew Green, diretor técnico da Racing Point: “Algumas equipes estão defendendo suas pautas de maneira cômica”.

7 Comments

  1. Oi Julianne, eu não entendi a parte que você diz: “os carros vão estar 35kg mais carros”

  2. Ju vc tem ideia de porque Leclerc nao foi sequer avisado que tinha que andar forte naquela volta pois iria parar nela ?

  3. Oi Julianne!
    Lendo seu post entendi o pq do titio Bernie sempre ter dito que o teto orçamentário não resolveria muita coisa.
    Mesmo que os salários de funcionários entrassem no bolo do teto, as equipes que têm grana podem simplesmente demitir funcionários como James Alisson, Adrian Newey (que já está trabalhando assim pra RedBull) e mais alguns outros e contrata-los como consultores ou coachs da equipe, sem relação legal nenhuma e portanto, ficando fora do teto.
    Só não entendi como o gasto com marketing faz as equipes maiores continuar a serem melhores do que as outras.
    Pq o anúncio da renovação do Grosjean não caiu bem no Paddock? Que foi uma surpresa foi, mas pq não gostaram?
    Não achei esse formato complicado para os fãs, e bem mais fácil até para quem não conhece nada de F1 do que o formato atual de definição do grid. É bem simples:
    Para entender o grid de sábado basta olhar a tabela do campeonato e inverter, para entender o grid de domingo basta olhar o resultado final de sábado. Num entendi a complicação que viram nisso.
    Me parece que a F1 será bem ruinzinha a partir de 2021, o que você acha de dentro do Paddock?
    Grande abraço a todos!

  4. Não sabia que o Grosjean traz dinheiro para a equipe? Quais são os patrocinadores dele?

  5. Oi Ju desculpe a insistência no assunto mais gostaria que falasse mais sobre o assunto da semana poxa , pois na minha visão o grande problema não foi simplesmente o undercut e sim a Ferrari parar Vettel enquanto pedia pra Leclerc segurar o ritmo da prova

  6. Falei bastante sobre isso no Twitter domimgo (na verdade, se vc leu as aspas do Binotto sobre isso, era respondendo para mim). E hj tem post de estratégia, como toda quarta pós GP

  7. Muito bacana sua participação no podcast do Strategy Report desta semana!


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