Notícia importante para os fãs da série do Netflix. Eles estavam filmando desde a primeira corrida, mas sem contrato. O acordo foi assinado na semana passada e o pessoal que faz as filmagens estava todo empolgado porque se veem “gerando um novo tipo de interesse no esporte” ao mostrar o meio do pelotão.
Mas eles perderam um momento quente no fim de semana em Baku. Cyril Abiteboul se irritou com a pergunta do repórter holandês Jack Plooij, bateu na divisória da área de entrevistas e ameaçou sair sem responder. Jack tinha iniciado a pergunta relembrando uma declaração de Abiteboul de que a Red Bull iria se arrepender de ter escolhido a Honda porque a Renault tinha resolvido seus problemas. “Você vai começar a entrevista com uma mentira? Então eu vou embora!”, disse o chefe da Renault, antes que o assessor de imprensa contornar a situação.
Enquanto isso, seu piloto, Daniel Ricciardo, assistia ao Q3 com os olho arregalados, exclamando um “that was beautiful” a cada curva que Vettel ou as Mercedes faziam, como se não acreditasse que eles estavam conseguindo carregar tanta velocidade nas curvas. E, quando Bottas fez a pole, Will Buxton, repórter da F1, disse “big”. E Ricciardo, que assistia ao treino conosco no cercadinho, respondeu “testículos”.
No cercadinho no sábado, aliás, estávamos todos pulando enquanto esperávamos os pilotos. Todo mundo morrendo de frio. Fazia algo em torno de 13 graus quando acabou a classificação, só para dar uma ideia de como estava difícil aquecer os pneus.
Isso porque demorou bastante para os fiscais limparem a pista, em um fim de semana difícil para os promotores em Baku depois do cancelamento da sessão de sexta-feira. Muita gente falou que foi o primeiro fim de semana em que a F1 sentiu mesmo a falta de Charlie Whiting. A FIA vistoriou duas vezes a pista antes da corrida, mas reconheceu que era possível que os bueiros não estivessem bem presos, porque em Baku eles não são soldados. Tomara que eles não tenham dito isso para a Claire Williams, que falou em um prejuízo de centenas de milhares de libras e queria compensação.
A chefe da Williams se surpreendeu, inclusive, por ter o carro reserva em Baku. Afinal, era a primeira corrida em que ele estava disponível. Quem não gostou nada de toda a história, contudo, foi Kubica, que estava bem rabugento no sábado. Ele acha que há diferenças entre os dois carros, então a Williams fez o terceiro chassi justamente para dar a ele na Espanha e resolver o problema. Agora, esse chassi está com Russell.
O fim de semana em Baku foi marcado por muitas conversas sobre o calendário do ano que vem. Isso porque o cenário atual é muito incomum: cinco corridas não têm contrato para o ano que vem. São elas Espanha, Alemanha, Itália, México e Inglaterra. Perguntei para Perez como está a situação mexicana e, com o gravador ligado, ele disse que espera boas notícias logo. Mas foi só eu parar a gravação que ele falou. “A situação não parece boa”, e explicou que a questão política pesa muito. O governo mudou e o atual não quer gastar dinheiro com a F1.
No Brasil, o contrato é até o fim de 2020 – assim como o da Globo – e a Liberty está, sim, considerando seriamente a mudança para o Rio de Janeiro. O problema é que eles desconhecem completamente a realidade da cidade ou as dificuldades da construção de um novo circuito. Basicamente, citando uma expressão inglesa, eles têm muita coisa no seu prato no momento.
Não desistiram de Miami ainda, mas conversei com gente que trabalha em equipe que garante que não vai sair do papel. Diferentemente do retorno da Holanda, que está bastante encaminhado. Não me surpreenderia se alguma das etapas europeias que estão na berlinda não dará lugar a Zandvoort.
Para quem tem curiosidade para saber como é a relação de Baku com a F1, geralmente só converso com gente que odeia a prova por conta da confusão que a cidade fica e por não saber direito de onde vem o dinheiro para gastar com o esporte. Mas quando fui comprar meu chip e mostrei o passaporte, o vendedor olhou para minha cara e falou, sem expressão nenhuma. Barrichello. Massa. E continuou fazendo o registro para a venda.
Quem não esteve em Baku e nem estará na Espanha é Nico Rosberg, que levou uma punição por fazer vídeos no paddock. Sim, as próprias TV que detém os direitos dedaram o campeão de 2016 por andar para cima e para baixo com sua equipe de blogueiros, já que você só pode filmar no paddock com permissão – nem stories são permitidos. A punição foi entregar a credencial por essas duas corridas. Ele não iria de qualquer maneira, mas veremos se a festa das filmagens continua.
7 Comments
Foi um fim de semana bem agitado do lado de fora da pista, mais do que a corrida em si.
Não sabia que o Nico Rosberg não tinha permissão para filmar no paddock.
E enquanto que a situação da Claire está complicada, a posição do Cyril está se provando a cada dia mais insustentável.
E eu também sinto muito a falta do Charlie Whitting.
Kubica dijo eso o es una especulación “Ele acha que há diferenças entre os dois carros, então a Williams fez o terceiro chassi justamente para dar a ele na Espanha e resolver o problema. Agora, esse chassi está com Russell.”
É uma informação.
Acho patético a presença do Nico Rosberg no ambiente da F1. Ele se mandou e deveria guardar distancia da F1 já que não estava mais afim. Mas fica tentando gravitar ao redor da F1, sem dúvida alguma, por motivos financeiros, criando conteudo como se fosse um “influencer”, postando foto ao lado da Mercedes do Hamilton, vìdeo de dentro do paddock, etc… Algo muito pequeno por um ex-campeào mundial.
Como vc assiste a corrida no paddock, Ju?
Na sala de imprensa
Oi Ju,
Depois de assistir a série do Netflix fiquei mais interessado no “meio do pelotão”. Mas noto que nas transmissões pouca atenção se dá a esses pilotos. Existe algum resumão em algum lugar que fale sobre essa parte da corrida? A transmissão, de imagens, é a mesma em todo mundo, correto? Ou cada país “escolhe” quais imagens transmitir?