Comecei meu final de semana com a missão de perguntar a todos os pilotos nascidos após 1994 o que vinha à sua mente quando era mencionado o nome de Ayrton Senna. Percebi um distanciamento enorme, com Albon chegando a falar algo como “ouço o Lewis falar sempre dele, então deve ter sido muito bom”.
Já estava meio que perdendo as esperanças de ouvir algo diferente até que Charles Leclerc me surpreendeu. “É o meu maior ídolo, sempre foi”. Influência, claro, do pai de quem nasceu apenas em 1997.
Já entre os brasileiros mais novos, a palavra foi curiosamente outra: Heroi. Foi assim que Sergio Sette Camara, Pietro e Enzo Fittipaldi – que é de 2001! – definiram o tricampeão.
Serginho, aliás, levou bronca da direção da Fórmula 2 depois de reclamar do motor via rádio no início da corrida. Na categoria, todos usam o mesmo motor, então a interpretação foi de que a declaração mancharia a imagem da competição. Ele, na verdade, só tinha achado realmente que havia um problema no motor. Nem estava pensando em todas as especulações que já estão circulando sobre favorecimento a Mick Schumacher. Inclusive, se surpreendeu quando lhe falei que deveria ter sido esse o motivo da bronca.
Mick, por sua vez, foi o centro das atenções. Em uma raríssima entrevista coletiva, ele mais sorriu do que respondeu, evitando todas as perguntas que tinham a ver com sentimento. Até que entrou em pauta as férias que as famílias Schumacher e Verstappen costumavam passar juntas. Max, que é dois anos mais velho que Mick, já disse que era pequeno demais para lembrar algo. Mas mesmo assim insistiram, e ele dava respostas evasivas. Até que um colega, creio que holandês, me vem com a pergunta: “Mas quem era melhor no esqui?”. Mick arregalou o olho e respondeu “esqui?”, meio que não acreditando na pergunta. Foi o fim da coletiva.
Um desenvolvimento interessante da carreira de Schumacher Jr. é uma mudança na gestão de sua carreira. Agora, Sabine Kehm, empresária de Michael na parte final de sua carreira e grande “guardiã” do segredo sobre seu estado de saúde, passa a ser a assessora de imprensa, e Nicolas Todt assumiu a carreira de Mick. O que não chega a ser surpresa pelo fato dele ter entrado na família Ferrari.
Mas é curioso porque ele é piloto Prema. A equipe, que Lawrence Stroll comprou há alguns anos para garantir o futuro do filho, deveria ter entrado como como parte da negociação para permitir a venda da Force India ano passado, mas algo azedou na negociação e Stroll não vendeu, como fora combinado, o time a Nicolas Todt. Não precisa ser gênio para perceber que, ao fazer isso, Stroll comprou uma bela briga “simplesmente” com a FIA.
Falando em chefões, o CEO da Fórmula E, Alejandro Agag, ficou instalado no escritório da Liberty Media em sua passagem pelo paddock, e foi recebido pela comitiva em peso: Chase Carey, Sean Bratches e Ross Brawn. O Liberty Group, que comanda a Liberty Media, também tem ações da categoria elétrica.
Por fim: tentei fazer uma pegadinha com Kimi Raikkonen. A entrevista dele começaria em finlandês e depois continuaria em inglês. Perguntei ao único jornalista finlandês o que ele perguntaria. “Primeiro vou contar uma piada e depois perguntar o que ele acha do fato de ter feito quase 30% das corridas da história da F-1.” Então primeiro eu ri da piada, depois falei para o Kimi, “como você estava dizendo em finlandês, como é ter feito quase 30% das corridas da história?” para ver se ele achava que eu tinha realmente entendido. E ele: “Não era eu que estava falando isso”. Kimi 1 x 0 Ju. E segue o jogo!
2 Comments
Ju, que matéria espetacular! Vc está melhorando cada dia que passa! Em tempo: conseguiu pegar seu casado? O Guilherme disse numa entrada ao vivo que vc tinha ido lá rapidinho pegar…
KKK kIMI É O MELHOR
pARABENS E OBRIGADO POR ME INFORMAR NOTICIAS, QUE QUASE SEMPRE FORAM TAO TRADICIONAIS NA FORMULA 1 NO BRASIL
oBRIGADO!