F1 Drops do GP do Canadá e o futuro da F1 - Julianne Cerasoli Skip to content

Drops do GP do Canadá e o futuro da F1

20180607_152336Duas perguntas: A, a Mercedes entrou em contato com você? B, a Ferrari entrou em contato com você? E Daniel Ricciardo sorri e diz. “A, talvez. B, talvez.”

Não há dúvidas de que o valor de mercado do piloto australiano aumentou significativamente neste início de temporada, mas apostar hoje em uma ida a uma destas duas equipes seria bem ousado. Na Mercedes, é bom lembrar que Wolff ainda leva uma parcela dos contratos de Bottas, e na Ferrari há a questão se Vettel poderia barrar Ricciardo – ou mesmo se Ricciardo dividiria o time italiano com o alemão da mesma forma que Raikkonen o faz.

Há, é claro, opções mais ousadas, como a Renault, equipe que mais vem crescendo nos últimos 18 meses na F-1, ou a McLaren, com Fernando Alonso cada vez dando mais a impressão de que cansou de esperar uma melhora do time e vai atrás mesmo é da sua tríplice coroa.

Falando nela, há quem diga no paddock que, se ele vencer Le Mans, não vai aceitar nada que não lhe dê a chance de tentar a vitória nas 500 Milhas em 2019. Não é a toa que Zak Brown disse em Montreal. “Não sei o que ele vai querer fazer ano que vem, mas tenho certeza de que será com a McLaren.”

O time não esconde que está estudando entrar na Indy, e oficialmente esse é um dos motivos pelos quais Gil de Ferran foi contratado como uma espécie de conselheiro. Nos bastidores, contudo, o nome dele já surge como um possível substituto de Eric Boullier, que para muita gente no paddock já está fazendo hora extra no cargo.

Mas voltando a Ricciardo, qualquer movimento vai ter que esperar algo maior que está acontecendo nos bastidores: a definição do regulamento de motores de 2021. Até porque outra definição, do fornecimento da Red Bull para 2019, está  atrelada a isso.

A Honda já deixou explícito que quer manter o MGU-H no regulamento, e se isso não acontecer pode muito bem sair da categoria ao final de 2020. A Mercedes também se colocou a favor da continuidade do MGU-H, mas ainda não há consenso e, em Montreal, deu para ver uma série de reuniões entre os chefões.

O problema da Red Bull é que existe a possibilidade de que não haja uma definição até o fim do mês, como as montadoras prometeram à FIA, e as negociações podem se estender por meses. Ou seja, por mais tempo do que o time gostaria para ou apostar na Honda, ou seguir com a Renault. Essa, sim, garantida por contrato para além de 2020.

E esse não é o único foco de tensão no paddock. As TVs à cabo, especialmente a Sky inglesa, cujo contrato fechado até 2024 vale quase 5 bilhões de reais, não estão gostando nada do aumento de conteúdo gratuito produzido pela FOM. O centro da discórdia é o programa ao vivo do Twitter, que teve 2.5 milhões de views em Mônaco, 50 vezes (!) o previsto inicialmente. Mais da metade desses views aconteceram durante a transmissão, ou seja, durante o pós-show da Sky, que é paga e tem audiência total na Inglaterra de cerca de 600mil espectadores por corrida.

Trata-se de um choque de cultura na maneira como a Liberty pensa em lucrar com a F1: disponibilizando o máximo de conteúdo grátis possível e cobrando pelos extras, revertendo a tendência de levar a F-1 à TV a cabo. O paddock club agora é controlado por uma empresa norte-americana, outro passo que muitos consideram um erro, além da flexibilização das taxas para receber as corridas. Basicamente, eles estão desconstruindo todo o mecanismo de receita de Ecclestone apostando nas plataformas online. Visão ou ingenuidade? A velha-guarda da F1 tem a resposta na ponta da língua.

7 Comments

  1. 2014 não foi um ano normal, não só o carro não se enquadrou com Vettel como os pneus foram decisivos, Riccardo se adaptou aqueles pneus melhor que todo mundo enquanto Vettel, pela primeira vez na sua carreira teve problemas com a durabilidade dos pneus, em 2019 a situação na Ferrari seria bem diferente, sobre a Mercedes, primeiro, seria sacanagem sacar o Bottas, segundo, o Verstappen é imensamente talentoso mas ainda imaturo, Hamilton é imensamente talentoso e totalmente amadurecido, ele perderia seu principal trunfo que é lucrar com erros do Verstappen enquanto o holandês caminha para seu difícil processo de amadurecimento, que também foi difícil para Hamilton.

  2. Entre a F1 ir para a TV a cabo ou para a rede a segunda opção é melhor, não ficamos refém do futebol, no ano passado a Fox deixou provas da fase final da Nascar de lado para passar futebol argentino ou pior.

    • Pois é, Eduardo. Eu ainda prefiro a TV, mas é interessante como as pessoas demonizam a Globo e acham que emissoras como Fox Sports ou ESPN são a salvação. O exemplo que você deu é perfeito.

    • Pra mim, a maior prova que a rede é viável e funciona é a MotoGP ser disponível (acho que no mundo inteiro) pela rede!

      • Um bom exemplo de que tudo vai acabar na internet, foi que Palmeiras, Internacional, Santos e un outro clube do brasileirão não aceitaram os contratos com aaTV e disponibilizam suas partidas no canal próprio ou na rede. Tanto que algumas vezes nem mesmo imagens das partidas desses clubes passam nos programas esportivos.
        Essa é a tendência, ir para arede, e creio que a resposta pra última questão da Julliane seja visão. A Liberty sabe dessa tendência e tá seguindo o fluxo.
        Grande abraço a todos!

  3. Mais cedo ou mais tarde, tudo vai acabar na internet. É só uma questão de tempo.
    Também não acho que o Ricciardo bateria o Vettel o Hamilton facilmente. É bem provável que largasse atrás na maioria das provas. Acho seu ponto forte mais a corrida que o treino. Mas para ser campeão atualmente, acho que até 2020, tem que estar na Mercedes ou Ferrari. No fim das contas, o mais viável vai ser continuar na Redbull e ter um bom aumento.

  4. Que noticia bacana essa do Gil de Ferran. Ja sabia dessa historia dele ser conselheiro da equipe para McLaren Entrar na Indy… mas essa de substituir o Boulier é novidade.
    Quanto ao tema Internet X TV….. a resposta é simples: visão. Daqui a uns 50 ou 100 anos tudo será internet. Não que a TV vai deixar de existir… mas é a world wide web que vai dominar tudo.


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