O final de semana do Japão começou com uma notícia que deu o que falar no paddock: a mudança dos direitos de transmissão da NBC para a ESPN nos Estados Unidos. Em primeira análise, é um retrocesso: nos últimos 5 anos, desde que tomou os direitos do Speed Channel, a NBC dobrou o número de espectadores, investiu apenas em 2017 5 milhões de dólares na cobertura e divulgação, com cerca de 300 horas de F-1 na programação, e tinha programado para o ano passado colocar a categoria em outros programas de sua rede, como talk shows.
A ESPN terá 125 horas de transmissão, ou seja, vai mostrar só as corridas, da largada ao pódio, e simplesmente reproduzindo o sinal da Sky britânica, sem equipe in loco. O valor do contrato também seria inferior ao atual. O motivo para a mudança? A ex-empresa do chefe da Liberty Sean Bratches concordou em desenvolver as plataformas digitais que serão usadas pela FOM no futuro. Resta saber como estará a visibilidade da F-1 nos EUA quando isso acontecer.
No Japão, ao contrário de alguns outros países, como Estados Unidos, Rússia e China, os jornalistas não precisam de visto especial para entrar. Mas as equipes, sim: eles entram como provedores de entretenimento, pois na visão japonesa a F-1 se apresenta em seu território.
Isso está longe de ser a única diferença do Japão com todo o resto do mundo, como quem acompanhou o turistando desse GP pôde ver. Nesta corrida, temos a opção de comer na sala de imprensa – até aí, não há muita novidade: mas só em Suzuka ninguém consegue identificar nem 70% do que está nessas simpáticas caixinhas que nos são oferecidas. Mas tudo bem, a gente come sem saber o que é, mas gosta mesmo assim!
A notícia de que Palmer faria sua última corrida pela Renault em Suzuka veio surgiu quando a grande maioria já tinha saído do circuito. E tudo indica que a decisão também foi tardia: quando foi entrevistado logo após a classificação, cerca de 3h antes, Pierre Gasly não sabia que teria de renunciar à possibilidade real de título na Super Fórmula.
E houve quem chegou a imaginar que a Toro Rosso escreveria que “devido à falta de opções, teremos Kvyat de volta ao cockpit”, tamanha a má vontade do time com o russo. Agora é torcer para ele se comportar em Austin e não arrumar os dois pontinhos que faltam para levar uma suspensão no México..
Em relação ao mercado, Nico Rosberg apareceu no paddock tentando de tudo para arrumar apoio para Kubica, até porque o polonês seria sua salvação, já que ele vem cobrando muito caro para fazer aparições pela Mercedes, e tem sido deixado de lado por conta disso. Mas o problema de Nico é que os chefes do Liberty Media não parecem ser da mesma escola do jogo de influências de Ecclestone.
Sim, Kubica fará os testes com a Williams, mas qualquer decisão em Grove não será tomada apenas levando em consideração critérios técnicos. O time perdeu dois patrocinadores para o ano que vem e a imagem de que os Stroll colocarão o quanto for possível no time é errada. A Williams precisa de um bom pacote, e esse é um problema grande para Massa, que não traz dinheiro ao time. E a situação de Kubica não é muito diferente.
Falando em Nico, ele sentiu um pouco de seu próprio veneno participando da programação da Sky Britânica. Ted Kravitz nem sempre dá bolas dentro, mas deem uma olhada neste vídeo e apenas sintam todo o sarcasmo. “É difícil quando você faz uma pergunta e o cara não te dá nada em troca, né?” Priceless. E depois ao fundo enquanto ele fala sobre a pole do Hamilton e mostra ele dando entrevistas vocês podem ver o que eu fico fazendo no cercadinho: batendo papo 😉
http://www.youtube.com/watch?v=1l28bkGNZ1w
Por fim, sinto que ficaram algumas dúvidas sobre a bronca da imprensa com Sebastian Vettel após o alemão ter dado algumas entrevistas na garagem da Ferrari e depois ter ido embora. Assim como existe um procedimento de grid, de pódio, também há o procedimento da FIA que determina que os pilotos deem entrevistas após o fim da corrida. E, desde o incêndio no box da Williams em 2012, há o acordo de que isso seja feito no cercadinho, uma área designada para tal, e não atrás das garagens. Vettel não apareceu por lá, foram feitas várias reclamações formais à FIA e à FOM, e provavelmente haverá consequências (não esportivas, claro).
Vettel não cumpriu o procedimento (que, inclusive, está em processo de se tornar regra em breve), mas também alguns jornalistas não cumpriram o combinado, que seria esperá-lo no cercadinho. Foram até a garagem, Vettel falou com alguns deles lá e foi embora. Sim, o piloto estava frustrado e com razão, mas faz parte do trabalho da assessoria de imprensa conduzi-lo até o cercadinho.
Acontece que chefe de imprensa da Ferrari, Alberto Antonini, é conhecido por sua total inoperância. Até mesmo seu antecessor, Luca Colajanni, que hoje é chefe de imprensa da FOM, estava revoltado, lembrando que, em seus dias de Ferrari, chegou a multar pesadamente Schumacher por ter feito o mesmo que Vettel.
Acabou sobrando para a assistente pessoal de Vettel, Britta, que foi tentar se explicar com os jornalistas no cercadinho e ouviu muita coisa. Eles foram duros, mas não desrespeitosos, e ela acabou aos prantos muito em função do estresse da situação, não por qualquer ataque em si. Britta é muito próxima de Sebastian, existe uma simbiose na maneira como eles trabalham juntos desde os tempos de Red Bull e, assim como ele, a alemã sentiu o golpe.
24 Comments
Está entendida a situação com o Vettel Julianne. Obrigada. Outra coisa, você é muito corajosa. Eu jamais iria comer algo que não sei o que é.
Como não? É a parte mais divertida!
Vídeo indisponível!
Tiraram o vídeo do ar Julianne.
🙁
Nesse caso, Di Resta, é candidato real na Williams?
Estou chocado!
Kubica poderia trazer algum (ou muito) retorno de marketing ou essa visão é errônea?
Abraços pros meninos e beijos pras meninas!
Ele está tentando a vaga por meio de Lawrence Stroll. Já o Kubica seria interessante comercialmente, mas é um risco.
nada de bom na cobertura da nbcS aqui. durante a prova eles mostram um comercial atras do outro e as vezes dividem a tela ao meio com comercial. da uma vontade de ir embora…
em relacao aos outros programas fora dos horarios das provas, we have a life. passo.
espn deve ser menos pior nos comerciais durante as provas. tomara.
japao: para mim o melhor pais do mundo. e conheco bem o planeta… nihon shoku, que delicia de foto.
Julliane por que o nasr se quer é cogitado pra Williams?já que ele foi piloto de testes deles,e na minha visão é o que mais tem a oferecer a Williams!
Porque ele é fraco, apenas a imprensa brasileira fez estardalhaço com ele, teve aquele quinto lugar na prova de estréia e depois perdeu pro Ericsson.
E convenhamos, Marcus Ericsson não é parâmetro pra muita coisa, vencer dele é obrigação para qualquer um que se considere bom piloto.
Abraços pros meninos e beijos pras meninas!
Essa tua resposta só prova q tu é muito desinformado!
olha, nato, nao acho o nasr fraco, mas igual a ele so que com patrocinadores ha um montao por ai. ele teria lugar la se fosse um fenomeno, um cara bom para caramba. mas nao he tao especial…assim como nao eram zonta, da matta, e mais um outro bom punhado.
Com um ano completamente parado e sem patrocinadores fica impossível para voltar à F-1
Na minha opinião os pilotos deveriam ter o direito de não falar, seria melhor do que essas entrevistas de má vontade em que o piloto fala meia dúzia de frases ensaiadas e vai embora, o Verstappen foi embora uma vez sem dar entrevista justificando que não estava em condições e preferiu o silêncio, aliás Verstappen depois de inúmeras declarações polêmicas no início do campeonato está se policiando, para tristeza dos jornalistas.
Já que o Ricardo falou no Nasr, o fato é que ele está queimando na F1, você sabe o porque.
Será que o Kubica não pode ir para a Toro Rosso?
Tem fama de saber acertar o carro, é adorado pelos correios da Renault por isso. E a Honda vai precisar de um piloto experiente. Se livram do russo e se voltar bem, o Kubica pode até ser a solução da RedBull para 2019, caso perca seus titulares.
Considero o Kubica o melhor nome caso o Gasly não corra no Texas, com um teste de verdade daria para saber se ele realmente tem condições de voltar a categoria.
O problema d F1 nos USA é o horário. A FIA agrada a Europa e ninguém mais. No mais as emissoras oficiais. Tanto faz a NBsC ou quando ainda era a Fox, interrompem a corrida a cada 5 minutos para passar comercial, até comercial de desenhos animados os caras passam, aí quando volta a transmissão o grid já está todo diferente, tem piloto que abandonou e ninguém sequer fica sabendo. Os narradores são bons e sabem bastante de F1, além de aqueles programas antes das corridas com um monte de informações técnicas serem muito legais, mas na hora da corrida tem que mudar pra UNIVISION, que até está melhor depois que tiraram uma narradora que falava um monte besteira e ficava brava quando os outros diziam que ela estava errada (teve uma corrida na chuva que ele insistia que os caras deveriam parar pra trocar de pneus) E ainda tem o fato de que eu só assisto porque gosto muito. Pedir pra um americano acordar as 4, 5, 6 da matina pra ver um monte de carros Europeus e sequer nenhum piloto americano no grid é uma piada, com trocentas corridas locais onde tem GM, Ford e um montão de red neck ao volante.
Ju, ja teve o prazer de visitar o sushiman supremo Jiro Ono?
Quais são os patrocínios que a Williams perdeu? Poxa, já não são muitos… rs
A Unilever (Rexona) e a Randstad estão entre eles?
Poxa, achei estranho isso da Toro Rosso liberar o Sainz antes do final do campeonato. Praticamente abriu mão da luta pelo 5º lugar de Construtores e, mais importante, do dindim que isso traz. Com essa dupla nova, perigam cair para a oitava posição ao final do campeonato.
Gostaria de saber mais a respeito daquela exigência da Martini de a equipe ter um piloto acima dos 25 anos. Na Europa, o Massa aparece em peças publicitárias da Martini em TV, revista, jornal…? Ou, então, para participar de eventos organizados pela Martini também precisa ser maior de 25, daí, neste caso, o Lance Stroll não vai?
O comportamento de diva do Vettel no Japão e em Baku, como outros já fizeram só mostra que a maioria dos pilotos não consideram essa parte da profissão como algo importante, acho q colocam no mesmo nível daquelas brincadeirinhas ridiculas que são obrigados a fazer para promover patrocinadores. Considerando todos os milhões que ganham deveriam saber q ganham esses salários tb devido a cobertura jornalística que a F1 tem. Se a imprensa um dia abandonar a F1, todo esse dinheiro vai desaparecer.
Se você já está la´´, porque não comer, num é assim Ju ?
hahahahahaha
Parabéns pelo texo. Agora entendi a situação de Vettel e da sua assessora de imprensa.
Julianne, me explique uma coisa, o que o Rosberg ganha fazendo lobby para o Kubica?
Há dinheiro envolvido?
Outra coisa, caso quisesse voltar a correr, ele teria as portas abertas na Mercedes para esse fim?
Sim, haverá dinheiro se ele fechar, como qualquer empresário. E a chance dele voltar a correr com a Mercedes é mínima.