F1 Duas corridas para acabar com a brincadeira - Julianne Cerasoli Skip to content

Duas corridas para acabar com a brincadeira

A lista de determinações que a FIA enviou hoje pela manhã para as equipes pode mexer com a relação de forças entre as equipes. São limites mínimos de pressões, máximos de cambagem – área em que alguns visivelmente vinham explorando ao máximo e de forma até temerária – e a proibição da inversão dos pneus traseiros.

Acredita-se que particularmente esta inversão, dissecada neste post, explique grande parte dos problemas vividos em Silverstone, pois faz com que os pneus sejam usados de uma maneira para a qual não foram projetados. Mesmo que Lewis Hamilton, na coletiva de imprensa de ontem, tenha garantido que sempre correu com os pneus invertidos, os compostos deste ano são determinados – existe um pneu feito para o lado direito e outro para o esquerdo – o que nem sempre ocorreu. Ano passado, por exemplo, eles eram idênticos.

Como, a partir da Hungria, a Pirelli voltará à construção de 2012, a inversão deixa de fazer sentido. O que falta entender é se a combinação construção de 2012 e composto de 2013 será suficientemente segura especialmente para Spa. É pouco tempo, mas o retorno de uma fórmula já comprovada joga a favor da Pirelli.

Lembro que me perguntaram logo depois do GP da Espanha se o pneu não seria inseguro para pistas como Monza e Spa. O exemplo de Silverstone comparado com a corrida de Barcelona mostra que o perigo não mora nas curvas de alta em si, mas sim nas mudanças rápidas de direção. Em curvas rápidas de raio longo, não há problemas de segurança nem mesmo com esse pneu atual. E, daqui até o fim do campeonato, há algumas pistas com características, como Spa, Suzuka e até mesmo Índia. Por isso estas provas de Alemanha e Hungria são fundamentais.

Questionaram-me também sobre o efeito de um pedaço de pneu chocar-se com o capacete de um piloto. Com a borracha se soltando de uma vez, como vimos em Silverstone, a massa é de aproximadamente 3kg. Lembremos que a mola que atingiu a cabeça de Massa na Hungria tinha 1kg, ainda que com densidade muito maior. Na dúvida do estrago que um choque desses traria, ainda bem que Alonso decidiu passar Perez pela direita. Seria um tanto irônico ver um acidente grave com a estrela de um dos times que barrou, por motivos de performance, uma mudança que nem Pirelli, nem FIA, tiveram pulso para admitir por dois meses que era necessária por questões de segurança.

3 Comments

  1. Bom dia Julianne!

    Perguntas que ficam no ar: essas limitações que a Pirelli apresentou só agora já não deveriam ser respeitadas? É certo de que equipes sempre vão andar sempre no limiar do regulamento, dos equipamentos e materiais que estão usando, tudo em prol da performance e durabilidade, mas um pneu se dissolver desse jeito é meio estranho, mesmo se montado em posição invertida. E tem outra coisa: a F1 é um esporte extremo, em que o limite é logo ali; será que o senhor Bernie não pensou na segurança quando encomendou à Pirelli esses pneus farofa?? O que importa é o bolso dele estar cheio….

    Mudando de assunto: Julianne, muito obrigado, mesmo, pela sua cobertura completíssima de F1; sou apaixonado por detalhes técnicos e bastidores do automobilismo, e somente você, juntamente com toda a equipe do Totalrace e o Lívio Oriccio oferecem esse tipo de cobertura tão completa. Mais uma vez, parabéns pelo seu trabalho.

    Bernardo.

  2. O que fica certo é que o prejuízo de imagem para a F-1 e para Pirelli já foi extremo e isso é lamentável.

    Fosse eu um dos CEOs da fabricante italiana e já teria desistido da categoria.

  3. Julianne, quem falou das curvas de alta em Spa e Monza(especificamente curvas Eau Rouge e Parabólica) fui eu. E o meu temor é por um motivo muito simples. Tal qual Barcelona e Silverstone, Spa e Monza tem curvas de alta com muita força G. Gostaria de crer que o problema é apenas mudanças rápidas de direção, mas tenho motivos pra crer que não seja tão simples.
    O GP do Canada também tem mudanças rápidas de direção e ali não se viu muitos problemas com pneus. Mas mesmo que seja esse o problema(mudanças rápidas de direção), não alivia muito as coisas, porque Suzuka e Spa, na própria Eau Rouge, também se exige esse movimento dos carros.
    Por qualquer cenário que se veja, os riscos são iminentes. Torço muito pra que venham logos as mudanças nos pneus e elas sejam eficazes.


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