F1 É o chefe quem manda – ordens de equipe que marcaram - Julianne Cerasoli Skip to content

É o chefe quem manda – ordens de equipe que marcaram

Schumacher e Barrichello, GP da Áustria, 2002

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Schumacher liderava o campeonato – ganhara 4 das 5 primeiras provas –, o carro era imbatível, mas mesmo assim Jean Todt achou que os 4 pontos que Michael levaria a mais se ganhasse a prova fariam falta no final e ordenou a troca de posições com Barrichello, que dominara todo o final de semana. Schumacher ganhou o campeonato por 144 a 77 e a Ferrari, por 221 a 92. A Ferrari foi multada em US$ 1 milhão, metade porque Schumi trocou de lugar com Rubens no pódio. Foi o episódio que desencadeou a regra que ninguém cumpre e que obriga a encenações bobas. Impossível comparar com o que aconteceu na Alemanha.

Pironi e Villeneuve, GP de San Marino, 1982

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Faltando alguns voltas para o fim da prova, a Ferrari mostrou a placa “Slow” para ambos os pilotos. Traduzindo, “mantenham posições”. Villeneuve à frente. Eles começaram uma disputa maluca, mas com o final premeditado. Ou não. Pironi acabou vencendo, para a ira de Villeneuve, que morreu nos treinos do GP seguinte, justamente tentando bater o tempo do companheiro. Vale lembrar que o canadense respeitara as ordens de equipe em 1979, que determinou que Jody Scheckter vencesse o campeonato.

Hakkinen e Coulthard, GP da Austrália, 1998

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Era a 1ª corrida de 1998. A McLaren dominava, com Hakkinen na frente, até que o finlandês aparentemente ouviu mal uma cominucação via rádio e entrou no box no momento errado. Coulthard o passou, mas como havia um acordo de que quem ficasse à frente na 1ª curva ganharia a corrida, deixou o companheiro retomar a ponta.

Alonso e Massa, GP da Alemanha, 2010

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Por erros dele, por erros dela, por decisões desastradas da FIA, Alonso estava a 47 pontos do líder e a Ferrari sabia que perdera pontos demais. O espanhol precisava de uma vitória para respirar no campeonato e é realisticamente a única esperança de título em 2010. Por outro lado, Massa fazia uma corrida brilhante, era apenas fracionalmente mais lento – não o suficiente para uma ultrapassagem na pista – e Vettel não ameaçava. A equipe decidiu pensar no campeonato e ordenou a troca. Massa e seu engenheiro deixaram claro demais o que havia acontecido e a FIA não gostou nada do que viu.

Raikkonen e Massa, GP do Brasil, 2007

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A única chance de Raikkonen ser campeão em 2007 era vencer, torcer para que Alonso não fosse 2ª e Hamilton, 5º. Estava tudo dando certo, a não ser o fato que Massa era o líder. Começou então uma encenação que durou voltas, Raikonen foi diminuindo a distância, parou para reabastecer algumas voltas depois e correu pro abraço.

Massa e Raikkonen, GP da China, 2008

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Era a penúltima corrida do campeonato. Hamilton liderava a prova e o campeonato, e a Ferrari inverteu as posições de Raikkonen, que era segundo, e Massa para diminuir a desvantagem do brasileiro de 9 para 7 pontos antes “daquele” GP do Brasil.

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O comportamento já era antecipado pela imprensa e considerado normal. Afinal, qual o cabimento de tirar pontos do único piloto que tem chances de ser campeão na equipe?

Hill e Ralf Schumacher, GP da Bélgica, 1998

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Eddie Jordan foi um dos mais ácidos críticos à atitude da Ferrari neste final de semana. Mas é impossível esquecer seu desespero ao ver a possibilidade de ter a 1ª vitória de sua equipe – e melhor, uma dobradinha – jogada fora quando um afoito Ralf Schumacher começou a pressionar Damon Hill. O próprio inglês pediu ao chefe que “sugerisse” ao companheiro que ficasse onde estava, e o irlandês o fez.

Alonso e Fisichella, GP da Turquia, 2005

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Era a 14ª etapa do campeonato, que começou com Alonso dominando. A Renault perdeu terreno para a McLaren, e o objetivo do espanhol passou a ser perder o mínimo de pontos possíveis para Raikkonen. Fishichella se classificou à frente do companheiro Alonso, mas o time instruiu o espanhol a passá-lo e chegar em 2º.

Hamilton e Kovalainen, GP da Alemanha, 2008

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Décima etapa do campeonato. Hamilton havia feito seu pit stop e saiu logo atrás de Kovalainen, já fora da disputa. Não demorou para Ron Dennis pedir para que o finlandês estacionasse sua McLaren. Sem ouvir as transmissões via rádio, tudo parece mais digerível. Hamilton ainda passaria Massa e Piquet para vencer a prova.

Colin McRae e Carlos Sainz, Rali da Catalunha, 1995

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Ordens de equipe não são “privilégio” da F1. Até pensar em um jogador de futebol muito famoso que atua mesmo longe das condições físicas ideais pode muito bem passar essa ideia de pressão corporativa. Aliás, esporte tem muito mais de entretenimento e negócio que muitos querem reconhecer. Era a penúltima prova do campeonato e a Subaru, preocupada com o campeonato de marcas, decidiu que Carlos Sainz venceria a etapa, mesmo que Colin McRae estivesse mais rápido. Com o resultado, ambos iriam empatados para o último round. O escocês não cumpriu as ordens, mas a equipe interferiu e tirou sua vitória. Nem Sainz ficou confortável com a situação. Mas o fato é que McRae foi campeão naquele ano.

6 Comments

  1. Esse acordo de que quem ficasse à frente na 1ª curva ganharia a corrida, foi feito entre Senna e Prost em IMO/89 não?

    Aliás, Prost disse que o acordo seria que quem fizesse a primeira curva na frente não seria atacado na primeira volta, já na segunda volta em diante a “briga” estava liberada. Prost teve essa idéia porque a primeira volta é um momento delicado, era uma forma de evitar que ele e Senna jogassem a corrida fora no início em caso de um toque entre os dois. Mas ambos sabiam que quem fizesse a primeira curva a frente venceria o GP, Senna na pole largou mal e Prost passou em primeiro na primeira curva, Prost disse que o desempenho entre eles eram muito semelhante e na pista de Imola uma ultrapassagem seria impossivel, quem fizesse a primeira curva a frente teria a corrida na “mão”, mas Senna jogou sujo e não manteve o acordo, ultrapassou Prost ja na primeira volta, acabou vencendo a corrida. A partir dessa corrida foi declarada “guerra” na Mclaren, mas Prost era uma raposa velha, no GP do JPN deu o “troco” e jogou seu carro em cima de Senna, deve ter pensado: “Vc fica com a vitória de IMO e eu com o título!”

    Nunca soube de acordo entre Hakkinen e Coulthard, o finlandês sempre foi o primeiro piloto na Mclaren(isso ninguém lembra). Em 94 Coulthard na Williams já tinha entregado uma vitória a D.Hill no GP de Portugal. Na Mclaren pelo menos umas 3 vitórias Coulthard entregou a Hakkinen e a FIA não disse nada, ninguém foi punido…

  2. Sim, acordos foram quebrados na McLaren e na Ferrari (em 1982). Senna e Pironi se sentiram lesados e mudaram as regras do jogo – no meio do jogo. Foi um risco que decidiram tomar e deu no que deu.
    Não há como saber, mas suspeito que Massa e Smedley tenham tentado algo parecido. Claro que houve uma conversa anterior na equipe, mas por algum motivo ambos quiseram deixar bem claro o que estava acontecendo. Cedo demais pra dizer se funcionou ou não.
    O Coulthard sempre fala na BBC que não esperava ganhar quando Hakkinen estivesse à frente. A relação de Ron Dennis com o finlandês é parecida com a que tem com Hamilton. Dê uma olhada: http://fasterf1.wordpress.com/2010/06/08/para-quem-acha-que-barrichello-foi-sacaneado-na-ferrari/

  3. Muito legal a lista, Julianne, casos bem interessantes. Esse Prost e Senna em Imola é um bom exemplo, só não entendi esse do rally, como a equipe tirou a vitória dele?

    • pelo que entendi (rali não é minha especialidade!) aquele sinal que a equipe faz funciona como um “pedido de tempo” que foi acrescido ao resultado final.

  4. é uma situação complicada. a melhor forma de se evitar tais situações é andar mais, por mais que pareça básico. no caso de senna e prost, com carros tão iguais, após a primeira volta, os pneus se aqueceriam, e como ultrapassar? só se ” alguém cometesse um erro” ( para a fortuna da Ju, hehe), o que prost quase não cometia. portanto, ler bem um contrato antes de assiná-lo, hehe!

    • o pior é que todos os contratos são homologados pela FIA e contém uma cláusula que diz que o piloto tem que obedecer as ordens do pitwall! Acho que não precisa falar mais nada, qualquer jurista ganha uma causa como a da Ferrari!


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