F1 “Energizado” por desafio na McLaren, Gil de Ferran rasga elogios a Alonso - Julianne Cerasoli Skip to content

“Energizado” por desafio na McLaren, Gil de Ferran rasga elogios a Alonso

Foi difícil arrancar alguma coisa de Gil de Ferran no primeiro dia em que o brasileiro deu entrevistas como chefe da McLaren. Tranquilo, porém escolhendo cuidadosamente cada palavra, o novo cartola do time inglês destacou que se sente preparado e, em suas palavras “energizado”. E não quer saber do rótulo de homem-forte de Zak Brown, que conhece há anos do automobilismo norte-americano, nem de Fernando Alonso, com o qual trabalhou na empreitada das 500 Milhas de Indianápolis ano passado. “Quero pensar que eu estou aqui por minha competência. E ponto”, disse ao blog em Silverstone.

Cuidadoso ao falar da situação da equipe, o novo chefe da McLaren esteve mais à vontade para falar sobre Alonso, a quem rasgou elogios, dando a entender que é importante para a equipe mantê-lo. “O meu respeito por ele como piloto cresce a cada dia e, como pessoa não tenho um ‘a’ para falar. Eu acredito que o Fernando Alonso é um dos melhores pilotos da história do automobilismo. E ponto, não precisa de mais nada. De fora, as pessoas não têm a mesma visão que eu estou tendo agora. Você vê o que o cara está fazendo e pensa ‘nossa senhora’. Em tudo, tudo. Tudo o que você pode pensar que faz um piloto bom ele é ou 9,5 ou 10 em tudo. O cara é realmente espetacular.”

Perguntei também sobre as declarações do piloto, querendo de afastar da imagem de alguém que teria uma grande influência nas decisões da equipe. Na quinta-feira, o espanhol falou insistentemente em sua entrevista coletiva que só pilota o carro e que seu poder dentro da McLaren se resumia a coisas relacionadas a isso. Para Gil, o discurso e a maneira como Alonso trabalha dentro da equipe estão alinhados.

“Ele é bem assim mesmo. Ele é importante no sentido de saber o que está falando. Quando ele fala, é melhor você prestar atenção porque ele sabe do que fala. É um piloto fantástico e tem muita experiência.”

Sobre a situação da equipe, Gil se mostrou alinhado ao discurso de Brown, falando em “olhar para dentro e entender o que está errado”, sem entrar em detalhes se vai comandar uma reestruturação total. “É claro que o carro está abaixo das expectativas. Estamos super determinados a olhar para dentro e fazer o que for necessário dentro da organização para tocar o negócio para frente.”

E, para tanto, o brasileiro se vê preparado. “Sinto-me muito mais preparado do que há 10 anos [disse, referindo-se a sua passagem pela BAR-Honda]. Hoje tenho 50 anos e sinto que todas as experiências que passei na vida me preparou de alguma forma para este momento, desde as conversas com meu pai, até os anos que passei tocando minha equipe. Desde que parei de correr, fui gestor, investidor, tudo isso fez parte da minha formação.”

E tudo isso será mesmo importante para um desafio grande que Gil de Ferran tem pela frente: a McLaren não faz um carro forte desde 2013, e não ganha um campeonato desde 2008. Hoje em dia, basicamente não há nenhum quesito em que o time se destaque – economicamente, tecnicamente ou mesmo na operação de pista (as estratégias não chamam a atenção, nem mesmo os pit stops, uma vez que o time é em média o terceiro mais lento no quesito no ano). E não é por acaso que o brasileiro começa sua jornada no comando sob os olhares atentos dos acionistas, presentes em Silverstone, onde o time se prepara para mais um fim de semana como têm sido os últimos anos: uma corrida para limitar os danos.

4 Comments

  1. O maior problema do Gil de Ferran será na área de engenharia, chassi e aerodinâmica (Matt Morris e Peter Prodromou), não tem profissional qualificado dando sopa e tirar um que já esta atuando em outro time tem a quarentena de 1 ano, portanto terá que ir com os mesmos que não lograram êxito, tomara que seja culpa do túnel de vento não calibrado de Woking, eles atualmente estão usando o da Toyota em Colônia, Alemanha .

  2. A McLaren não faz um carro bom faz tempo. E ainda sofre com a falta de patrocínios. Acho que criaram muita expectativa com o início da parceria com a Honda, principalmente com uma unidade de potência tão complexa. Deveriam ter tido mais paciência para crescerem juntos ainda mais sabendo da grande mudança que vem em 2021. Ainda mais recebendo uma grana e não pagando pelo motor. Mas para isso não pode ter um piloto top, desesperado para ter um carro em condições de disputar títulos e que não tem tempo para investir no desenvolvimento da equipe. Precisava de um bom piloto, como o Hulkemberg, mas que não vai ficar pressionando a equipe para brigar por vitórias.
    Perderam a Honda, devem ficar sem o Alonso no fim do ano e o motor da Renault não se mostra superior ao da Honda. Vai ser difícil voltar a ser uma equipe grande. Boa sorte ao Gil de Ferran.

  3. Mas um que já chega grudado na bolsa do espanhol. Gil foi uma desgraça na BAR e entrou pelo capricho do amigos, não muda em nada a McLaren. Mas pelo manos também não muda pra pior, porque pior que o Boulier não pode ser.


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