F1 Erro da McLaren na estratégia foi encarar Mônaco como um circuito qualquer - Julianne Cerasoli Skip to content

Erro da McLaren na estratégia foi encarar Mônaco como um circuito qualquer

Quem leu o post comparativo das transmissões percebeu que, principalmente ingleses e espanhóis ficaram um tanto confusos quando Button fez sua terceira parada e Vettel e Alonso continuaram na pista. Afinal, ninguém esperava que os pneus macios durassem mais do que 45 voltas – a borracha do alemão já tinha 32 naquele momento e teria que aguentar mais 30.

A decisão de deixar Vettel na pista muito provavelmente foi tomada em função de Alonso. O espanhol havia parado na volta 34 e o próprio exemplo de Vettel mostrava que era possível fazer as 44 voltas restantes com o composto macio. Naquele momento, era claro que a Ferrari não voltaria aos boxes e, respeitando a lei fundamental de Mônaco, de que a posição na pista é mais importante que um carro rápido, a única reação plausível para a Red Bull seria tentar o mesmo.

Não foi esse o pensamento da McLaren, que jogou a corrida de Button fora quando colocou os pneus super macios na segunda parada do inglês. Com a obrigatoriedade de usar ambos os compostos, isso deixou o inglês de mãos atadas no final. Diferentemente das corridas até agora, em Mônaco de pouco vale ter o pneu mais rápido – isso não é garantia de ultrapassagem.

Esse, aliás, foi o erro da McLaren por todo o final de semana, como já discutimos em relação à classificação de Hamilton: enfrentar Mônaco como se fosse outra etapa qualquer do mundial. As ruas estreitas mereciam pensar de maneira diferente, como fizeram Red Bull e Ferrari.

A expectativa do time inglês era de que o pneus de Vettel durasse mais três ou quatro voltas no 69º giro. Como a prova foi interrompida logo depois, ficamos sem saber como seria o final da prova. De qualquer maneira, um fator importante para que os macios do alemão durassem tanto foi a tímida pressão que Button fez quando tinha super macios, ajudando-o a economizar borracha até o final. Naquele ponto da prova, Alonso também adotava ritmo bastante conservador, o que também o auxiliou.

Num dia em que parar menos foi mais lucrativo, ao contrário das últimas corridas, Kobayashi e Sutil marcaram pontos que as 13ª e 15ª posições do grid não permitiriam sonhar. Sutil, como de costume em Mônaco, sofreu com um toque do japonês, que causou uma quebra da asa e, logo depois, um pneu furado no guard rail. Caso contrário, seria o sexto, logo atrás do piloto da Sauber.

Foi, curiosamente, a única ultrapassagem de Kobayashi na prova, e pela qual levou uma reprimenda.

De resto, os pilotos preferiram a estratégia de duas paradas, salvo a Mercedes, que claramente tem problemas de alto consumo de pneus nesta temporada, algo que vem atrapalhando, e muito, um carro que vai bem nas classificações.

No Canadá, embora os mesmos compostos sejam utilizados, a história deve ser bastante diferente. Montreal é um circuito de maior velocidade, com grandes retas e tem um asfalto que castigou até os Bridgestone ano passado. Devemos ver os pneus super macios bem menos tempo em ação por lá.

Pneus utilizados e voltas dos pits em Mônaco

Vettel SMU MN (16) SMU (72) 1
Alonso SMU MN (17) MN (34) SMU (72) 2
Button SMU SMU (15) SMU (33) MN (48) MN (72) 3
Webber SMU MN (16) MU (55) SMU (72) 2
Kobayashi MN SMN (34) SMU (72) 1
Hamilton MN SMU (22) DT (43) MN (49) SMU (72) 3
Sutil MN SMU (34) SMU (68) 2
Heidfeld MN SMN (33) SMU (69) SMU (72) 2
Barrichello SMN MN (32) SMU (68) SMU (72) 2
Buemi MN MN (33) SMU (62) SMU (72) 2
Rosberg SMU MN (15) MN (33) SMU (53) SMU (72) 3
Di Resta SMU SMU (20) DT (27) MN (32) SMU (72) 3
Trulli SMN SMU (24) MN (46) SMU (72) 2
Kovalainen SMN MN (19) MN (52) SMU (72) 2
D’Ambrosio MN SMN (33) MN (63) MN (72) 2
Liuzzi MN SMN (32) SMN (72) 1
Karthikeyan SMN MN (25) SMN (33) MN (72) 2
Maldonado SMU MN (25) SMU (54) MN (72) 2
Petrov SMN MN (28) 1 NC
Alguersuari MN MN (29) SMN (56) 2 NC
Massa SMU MN (26) 1 NC
Schumacher SMU SMU (12) 1 NC
Glock SMN MN (22) 1 NC

MN: Macio novo
MU: Macio usado
SMN: Super macio novo
SMU: Super macio usado
DT: drive through
NC: não classificado

4 Comments

  1. Ju,

    Vettel está realmente passando por uma fase espetacular.

    Se olharmos para o Webber, que fez a primeira parada na volta 16 e que até aquele momento adotava a mesma estratégia de Vettel, podemos perceber que o australiano só conseguiu esticar o stint até a volta 55, enquanto que Vettel se viu em uma situação de ir até o final da prova.

    Vettel só trocou na volta 72 por causa da interrupção da prova. Então ele rodou com o mesmo pneu por 56 voltas ou 17 voltas a mais que Webber e poderia ter chegado a rodar 23 voltas a mais se a prova não fosse interrompida.

    Rosberg usando o mesmo pneu MN ( trocado na volta 15) só conseguiu rodar 18 voltas entre o 1º e 2º pit, em condição similar de peso de combustível.

    É muita diferença de Vettel para a concorrência!

    Abs.

  2. Me desculpe mas tem alguma coisa estranha nesta história da durabilidade dos pneus. Como é possível o Vettel andar tantas voltas quando até a ultima corrida TODOS diziam que o pneu não durava nada?
    Qual o pulo do gato? Ou não tem pulo do gato? É assim mesmo! O RBR é melhor? É claro, mas foi demais a durabilidade, sem duvida.

    • Olha, Celso, o que tenho lido a respeito dá conta de que essa durabilidade “estranha” tem muito a ver com o circuito. Aparentemente, os Pirelli degradam até menos que os Bridgestone em curvas de média e baixa, o que explica o “fenômeno” das 56 voltas de Vettel, além do carro obviamente equilibrado. Alguns fizeram cerca de 30 com super macio (contando classificação), então não acho um absurdo.

  3. Fica a dúvida: será que faz sentido quando disseram que as temperaturas maiores tornariam os pneus mais grudados no asfalto, deslizando menos e automaticamente gastando menos? Fica a grande dúvida para Montreal, onde as freadas são bem mais fortes.


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