F1 Escola de pilotos - Julianne Cerasoli Skip to content

Escola de pilotos

Os programas de desenvolvimento de jovens pilotos como vemos hoje podem ser considerados subprodutos da redução do investimento de grandes montadoras no esporte, que se intensificou no final da primeira década de 2000. Afinal, apesar da importância de um aspirante à F-1 se vender como um bom pacote sempre ter existido, quem por um motivo ou outro não conseguisse se viabilizar financeiramente simplesmente se tornou carta fora do baralho, não apenas pelos custos da categoria principal em si, como também da caminhada até chegar lá.

Hoje, um piloto da GP2 tem de investir cerca de 2 milhões de euros para começar a pensar em lutar pelo título. Tanto, que certa vez Toto Wolff afirmou que, de acordo com seus cálculos, dificilmente alguém chega à F-1 sem investir 10 milhões de euros se percorrer todo o caminho, desde o kart.

Mesmo que de uns anos para cá optar por fazer GP2 ou GP3 tenha se mostrado um erro, pelo fato de ambas terem se tornado caras demais e virado um clubinho cheio de politicagem e questionável talento, dificilmente uma fortuna pessoal vai garantir uma carreira até a F-3 Europeia e, por mais que o piloto seja bom, é bastante improvável que ele vá conseguir, sem grandes patrocínios, uma vaga em um time que luta pelo título.

Porém, ainda que chamar a atenção de um programa de desenvolvimento aparente ser o caminho, a escolha está longe de ser simples. Afinal, temos visto nos últimos anos diferentes abordagens – e resultados distintos.

O programa mais sólido é o da Red Bull por cuidar de todos os degraus. A marca não apenas tem times desde a base como também é a única que controla totalmente duas equipes na F-1, além de ser famosa por ter um dos melhores simuladores de que se tem notícia. Ao mesmo tempo, por tirar qualidade de quantidade – e é de se questionar o tanto que foi obtido x o que foi investido – e por também ter politicagens intrínsecas a seus personagens principais não é garantia nenhuma de sucesso.

O programa da Red Bull tem um problema importante: qual a saída caso seu destino final não for o time principal? Já são mais de 20 anos de envolvimento da marca com o esporte e ainda não vimos ninguém sair de uma Toro Rosso da vida e traçar outro caminho rumo ao topo. Esse foi o motivo pelo qual Nasr não quis fazer parte do programa e é tudo o que Sainz mais teme. O espanhol, inclusive, tem tudo para ser o primeiro a quebrar essa barreira. Veremos.

A Mercedes é quem teve mais sucesso até o momento, com dois campeões do mundo em seu ‘portfólio’ – contando Hamilton como fruto da parceria McLaren-Mercedes. Basicamente o que os alemães oferecem são vagas em uma série de categorias em que estão presentes, o que parece ser o mais interessante para quem tem um plano de carreira que admite ir além da F-1. Não é claro, contudo, o quanto da estrutura do time principal os aspirantes têm acesso.

A Renault está voltando a apoiar a carreira de pilotos, mas o recente histórico de cortar e liberar dinheiro é um ponto contra, enquanto a Academia de Pilotos da Ferrari ainda não mostrou a que veio. Ainda que pareça ser uma boa escola, com preparação mental inovadora e utilizando a boa estrutura de treinamento de pilotos que existe na Itália, incluindo a própria pista de Fiorano, não existe ainda um caminho claro para seus pilotos. No final das contas, é o programa que mais tem condições de dar certo, mas em quantos aspectos da Ferrari não é aquela que, em teoria, tem tudo para deixar as demais comendo poeira?

7 Comments

  1. Programa Mercedes 4 campeonatos(3 Hamilton e 1 Rosberg).
    Programa Red Bull 4 campeonatos( todos com Vettel).
    Programa Ferrari Jules Binchi poderia se tornar um campeão, mas isso nunca ninguém sabera.

    • É um pouco controverso apontar Vettel como fruto do programa Red Bull, pois em uma parte importante da carreira ele foi apoiado pela BMW

      • Então por este raciocínio, talvez se pudesse incluir os títulos de Schumacher na conta da escola da Mercedez, não?

  2. Sempre tive curiosidade com relação aos programas de pilotos, muito interessante descobrir que o da Mercedes é o de maior sucesso, até seu post, teria apostado a vida no programa da RedBull.
    rs
    Interessante descobrir, também, que Vettel teve a carreira apoiada pela BMW achava que ele tinha sido RedBull desde criancinha.
    Por estar retomando o programa de pilotos, é que a Renault tem apoiado o russo Sirotkin, Julianne?
    Por vezes tenho a impressão de que a Ferrari não tem pressa em ver os seus investimentos darem resultados.
    Abraços pros meninos e beijos pras meninas!

  3. So much for escola de pilotos quando aparece alguem como o Max que corta a fila…

    Nem todos podem ser campeoes, a coisa fica ainda pior mais nessa epoca em que um time domina a categoria por anos e anos e muita gente boa nao consegue nem lutar por vitorias. Maximo que o cara mostra sao lampejos quando ha uma chuvinha…


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