F1 Estratégia do GP da Itália: de novo, Perez - Julianne Cerasoli Skip to content

Estratégia do GP da Itália: de novo, Perez

Com 12 corridas de experiência com os pneus – e vindos de uma prova em que os mesmos compostos, médio e duro, foram usados – as equipes tiveram mais dados para determinar sua durabilidade e, assim, correram um risco mais calculado ao adotar a estratégia de uma parada. Outro fator que contribuiu foi o tipo de degradação existente em Monza: ao invés do desgaste por temperatura, ou seja, provocado pelo calor – que esteve presente no asfalto italiano, mas interferiu menos nos pneus devido à natureza da pista, com predominância de retas, que ajudam a esfriá-los – no caso de Monza, o dianteiro direito sofre desgaste pelo uso nas freadas e reacelerações. E isso gera uma queda de rendimento mais fácil de ser observada e prevista.

Ainda assim, os pneus chegaram bem perto do fim de sua vida útil no final dos stints e pudemos observar como cada conjunto carro/piloto os trabalha. Este, obviamente, foi (mais uma vez) um dos trunfos de Sergio Perez, cujo primeiro stint foi fundamental para que se colocasse na disputa pelo pódio – que poderia ser da vitória, caso não tivesse dois “contratempos”. Em contrapartida, vimos como Massa sofreu em relação a Alonso no final do primeiro stint ou como as Mercedes têm sérios problemas de degradação. Outro ponto curioso foi como Kimi Raikkonen não conseguiu se aproveitar de uma oportunidade em que uma das principais qualidades de sua Lotus, a baixa degradação, foi tão importante.

Como já havia ocorrido no GP do Canadá, o sucesso da estratégia de Perez está intimamente ligado a sua má posição de largada. Saindo em 12º, o mexicano não só podia escolher com que pneu largaria, como também apenas usaria jogos zerados. Impressionante que ninguém que largou por perto do top 10 tenha tentado algo semelhante e se aproveitado da maior aderência do pneu médio no momento em que os carros estariam mais rápidos – pelo emborrachamento da pista e diminuição do combustível.

Mas, ainda que outros tentassem, provavelmente ninguém chegaria tão longe quanto Perez, que já mostrou que, a bordo de um carro que conserva os pneus, tem uma tocada ao mesmo tempo forte e leve com os Pirelli.

Afinal, nem tudo é estratégia no segundo lugar de Perez. O mexicano não ganhou posições na largada, mas, na sétima volta, já era oitavo, após se livrar de Nico Rosberg, Bruno Senna, Paul Di Resta e Kamui Kobayashi. Não ter ficado preso no tráfego lhe ajudou a adotar um ritmo mais forte e a conservar pneus. Essa agressividade nas primeiras voltas, quando os carros estão mais próximos, foi a receita utilizada inúmeras vezes nessa temporada por Alonso para se recuperar de classificações ruins, como foi o caso novamente em Monza.

Com as paradas dos sete que iam a sua frente, foi alçado à liderança, mas antes perdeu um tempo precioso com Raikkonen, que limitou seu ritmo por sete voltas. Perez também perdeu por estender demasiadamente o primeiro stint, pois, quando fez sua parada, cerca de 10 voltas depois da maioria do top 10, perdia cerca de 1s em relação aos concorrentes. E vimos que não faltou pneu no final.

O piloto da Sauber voltou de seu pit em oitavo, em nova batalha com Raikkonen que, ainda mais que da primeira vez, roubou-lhe segundos preciosos. A dupla foi ganhando terreno com o abandono de Button, a punição de Vettel e a parada de Schumacher e, quando superou Kimi, após 7 voltas de luta, era quarto – e andando 2s/volta mais rápido que as Ferrari, que tiveram dificuldade com os duros no final.

A impressão pelo aumento do ritmo de Hamilton logo que o inglês foi avisado de que o mexicano superara as Ferrari é indicativo de que ele tinha cartas na manga. Mas certamente a McLaren teria muito com que se preocupar caso Perez não tivesse perdido tanto atrás de Raikkonen e adiando demais a parada.

Monza para os brasileiros

Massa facilitou sua vida ao conquistar a melhor posição de largada desde o GP do Canadá de 2011. O piloto que mais posições ganhou nas largadas neste ano não decepcionou e chegou a emparelhar com Hamilton. No entanto, foi o que mais sofreu com a degradação entre os cinco primeiros e começou a perder tempo em um momento crucial para a Ferrari, quando a equipe perdeu toda a telemetria dos carros. Talvez pelo contratempo, ou tentando atrasar ao máximo a parada para aguentar até o final com o pneu duro, a equipe demorou a reagir e acabou devolvendo Massa à pista no tráfego.

De qualquer maneira, o brasileiro, que sofreu muito com a degradação no final e por pouco não foi superado por Raikkonen e Schumacher, não teve ritmo para chegar mais à frente.

Bruno Senna foi um exemplo de piloto que, ao invés de capitalizar nas primeiras voltas, perdeu terreno. O brasileiro largou bem e chegou a estar em décimo na segunda volta, mas foi superado por Kobayashi e Rosberg. No bololô do meio do pelotão, acabou cruzando com Di Resta e, em lance polêmico, foi para fora da pista e voltou atrás de Webber, em 12º. Tentando retardar ao máximo sua parada, a Williams deixou o brasileiro por tempo demais na pista. Quando fez o pit, na volta 24, já perdia 3s/volta para os rivais diretos, caindo para 14º ao retornar à pista. Lucrou com os abandonos de Button, Vettel e Webber e com o problema na última curva de Ricciardo para marcar um ponto.

6 Comments

  1. Julianne, pergunta :

    O Bruno Senna nao tem voz ativa com este tema de estrategia ou timming de parada ? Entendo que esse tipo de equivoco vem acontecendo com uma certa frequencia na Williams, nao acompanho muito ao Maldanado , mas o Senna vem tomando na cabeca com essa paradas retardas da Williams nao ?
    Ha solucao ? Ou o menino tem que fazer o que mandam e ficar quieto tambem ?

    • Nessa prova, Bruno explicou que os dados que eles tinham na sexta-feira fizeram com que eles errassem, sem entrar em detalhes. Acredito que as simulações apontavam que o pneu duro duraria menos do que, de fato, durou, e por isso eles retardaram a troca.
      Sinto que o Bruno, por não ter muita experiência, tende a confiar na equipe em relação a acerto/estratégia.

      • Desculpa JU, mas o cara esta com as pompas sentadas no cockpit, ele deveria dar um feed back e ser mais direto, anyway eh uma pena o que a falta de experiencia dos pilotos e o excesso e a ganancia fez com esta equipe de Formula 1, se a Williams tivesse bons profissionais acredito que poderia estar melhor que a Force India e a Sauber que tem duplas de pilotos novos mas acredito que de qualidade e equipe tecnica mas competente vide como estao no campeonata,
        Muito obrigado pela resposta vc sempre eh muito atenciosa.

        FP

  2. Teste. Julianne, não estou conseguindo mais enviar meus comentários, que não são captados pelo sistema.

  3. Essa estratégia de Perez, me lembra se não me engano, uma aposta de Alonso na Inglaterra, apostando na durabilidade dos médios no final da prova, mas por peculiaridades da pista, mesmo estando mais emborrachada, não oferecereu a mesm resistência/velocidade que a encontrada pelo mexicano…


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