F1 Estratégia do GP da Coreia: de olho no dianteiro direito - Julianne Cerasoli Skip to content

Estratégia do GP da Coreia: de olho no dianteiro direito

Em plena 16ª etapa, as equipes largaram sem a certeza de quanto os pneus durariam. Porém, ao contrário da primeira metade, quando os ponteiros preferiam parar mais vezes a arriscar ver o “penhasco” (termo usado para designar quando a borracha acaba totalmente e os tempos de volta vão às alturas), hoje se tem maior controle e os carros e pilotos estão mais adaptados aos pneus, fazendo com que as estratégias se tornem mais previsíveis.

Desta vez, estavam todos de olho na parte interna do dianteiro direito, aquele que sofre a maior carga em Yeongam. Porém, as primeiras paradas na volta 13 e a expectativa de que o pneu macio duraria cerca de 24 voltas, foram boas notícias.

Isso, no entanto, não fez com que os pilotos pudessem relaxar. Tudo bem que os repetidos alertas que Vettel recebeu no final mais pareceram uma forma de evitar que o alemão corresse riscos desnecessários para buscar mais uma volta mais rápida, mas a prova inteira foi marcada por um ritmo determinado via box a fim de garantir que o pneu chegaria até o final.

Na luta pela vitória, Vettel chegou mais inteiro ao final de cada stint e construiu sua vantagem para Webber, que também perdia em relação a Alonso, mas não o suficiente para se sentir ameaçado.

Na Ferrari, a justificativa de Alonso para ter um ritmo pior que Massa no terceiro stint foi a economia de pneus, na tentativa de chegar em Webber no final. De fato, quando o brasileiro recebeu a mensagem que de “agora Fernando começou a forçar”, na volta 46, a tendência anterior se inverteu, mas inegavelmente Felipe guiou a Ferrari mais rápida do dia.

Lotus travada

Algo curioso ocorreu com a Lotus. Há algumas etapas, Raikkonen vem reclamando que tem dificuldade em ultrapassar com esse carro e, na Coreia, isso se mostrou decisivo, tanto para ele, quanto para Grosjean. Kimi andou perto de Massa no primeiro stint, mas, ao retornar do pit atrás de Perez, demorou a passá-lo, permitindo que o brasileiro abrisse 2s5. Depois, perdeu mais 6s5 com Hamilton ainda que, a essa altura, o inglês já tivesse problemas de suspensão. Sem ritmo, ainda teve de se preocupar com Hulkenberg no final.

O alemão havia superado a outra Lotus após uma luta que durou praticamente todo o GP. Hulk ultrapassou o cuidadoso Grosjean na largada que, mesmo mostrando mais ritmo, não conseguiu dar o troco no primeiro stint – e a equipe não ajudou ao pará-lo na mesma volta do alemão. O francês permaneceu colado na caixa de câmbio da Force India até logo depois da segunda parada, quando – aí sim – parou uma volta antes de conseguiu o undercut, mas Hulkenberg lhe daria o troco, na pista.

Toro Rosso brilha

No meio do pelotão, a Toro Rosso pontuou com ambos os carros mesmo largando em 16º (Vergne) e 21º (Ricciardo) com uma estratégia que, surpreendentemente, tem sido mais rara nesta era Pirelli. Normalmente, quando vemos um piloto que vem de fora do top 10 para pontuar, é porque, largando com os pneus mais duros disponíveis, consegue fazer uma parada a menos que aqueles que, por força da regra, já começam com os macios desgastados.

Mas isso não funciona em provas como a da Coreia, em que os pilotos que tentaram fazer uma parada ou perderam muito tempo (Maldonado) ou desistiram no meio do caminho (Perez e Di Resta), pois o desgaste era muito acentuado.

As táticas, em si, foram diferentes – Ricciardo largou com os supermacios e Vergne, os usou na última parte da prova – mas o lucro da Toro Rosso foi usar a aderência e durabilidade maiores dos pneus não utilizados por seus pilotos na classificação. Além disso, adotaram um acerto de baixa pressão aerodinâmica, facilitando as ultrapassagens.

E pensar que tudo parecia perdido para o francês, que perdeu tempo atrás de Maldonado no início, lutou contra uma ordem de equipe (quando ouviu que estava atrapalhando a estratégia do companheiro, se negou a entregar a posição e foi para cima do venezuelano para mostrar que poderia ser mais rápido) e levou os pneus macios apenas até a volta 13. Porém, no segundo stint, Vergne fez ultrapassagens importantes em cima de Perez e Di Resta e conseguiu fazer os pneus durarem por 25 voltas. Nessa altura, estava em décimo e lucrou com os problemas de Hamilton e do próprio Ricciardo para ser oitavo.

Corrida para esquecer da Williams

Bruno Senna perdeu muito do terreno que ganhou na largada ao ser ultrapassado pelas Toro Rosso ainda no primeiro stint, quando relatou problemas de inconsistência com sua asa dianteira. A falha fazia com que o consumo de seus pneus fosse maior, algo que se repetiu no final do segundo stint, quando já era o último do pelotão descontando as nanicas. Após a segunda parada, tirou em 3 voltas os 5s de desvantagem para Maldonado, que errara ao apostar em uma parada, mas amargou quase 20 voltas atrás do companheiro bem mais lento, sem que a equipe interferisse. A quase 20s da zona de pontuação, no entanto, isso não mudou muito seu resultado em um final de semana em que a Williams não andou bem em condição alguma.

3 Comments

  1. Julianne boa tarde, vc tem alguma ideia por que a Lotus caiu de performance, digo especialmente em relacao aos pneus, entendo que antes a Luts era o carro que mais economizava pneus e tinha um bom desempenho nos stints finais das corridas e agora isso jah nao acontce.

    Thanks

    FP

    • Olá, Fernando. Vejo mais um crescimento especialmente de McLaren e Red Bull em relação a isso do que uma piora da Lotus. Eles ficaram para trás em termos de desenvolvimento, simplesmente não têm ritmo para acompanhar as equipes da frente.

      • Depois que te perguntei, que acabei pensando nessa resposta 🙂

        Muito obrigado pela resposta.


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