Mesmo que a Pirelli tenha levado ao Brasil os novos pneus macios – os quais ainda não decidiu onde estarão na escala de 2012, podendo ser os médios – o GP do Brasil manteve a tendência deste final de temporada de menos variação de estratégias. Desta vez, o caminho ficou entre duas e três paradas, com o médio sendo usado no final – salvo no caso de Button, por problemas específicos que teve com o rendimento do composto mais rápido no início da prova.
A predominância de uma estratégia em relação à outra teve muito a ver, como de praxe neste ano, com a maneira como cada carro lidou com os pneus. Vimos as Ferrari cerca de 0s8 mais lentas que a concorrência com os compostos mais duros, Williams e Renault sofrerem com degradação e a Mercedes tentando algo diferente com Rosberg, mas perdendo para Sutil em um dia no qual a Force India foi a quarta força.
Também como de costume, as Red Bull puderam se dar ao luxo de apenas reagir às paradas dos adversários, já que construíram uma boa vantagem logo no início, fugindo da DRS e do risco de desgastar demasiadamente os pneus. Deixaram os rivais acabarem com a borracha na luta entre si.
Fernando Alonso afirmou na entrevista após a prova que, depois de passar Hamilton na largada e Button por fora na Ferradura, poderia abandonar na volta seguinte que se havia dado por satisfeito: sabia que a partir dali seria superado pelos carros mais rápidos. De fato, com Button andando no mesmo ritmo do espanhol quando colocou pneus médios, logo no segundo stint, estava na cara que o pódio seria impossível.
Massa foi obrigado a tentar algo diferente: com um pneu macio furado na classificação, teve de fazer duas paradas. Poderia se dar bem caso começasse a chover ou o Safety Car fosse à pista, mas seu ritmo no pneu macio já havia sido lento demais para se aproveitar da estratégia – antes de colocar os duros, estava a 12s de Alonso. Terminou a prova a 31s.
Mas a briga mais interessante da prova foi entre Sutil e Rosberg. A Force India veio ao Brasil decidida a levar o alemão ao top 10 no mundial, e seu piloto não poderia ter feito mais dentro da pista para garantir que isso acontecesse – inclusive fechou o ano na frente de Petrov e Heidfeld, da Renault.
Os problemas de Rosberg começaram quando o piloto da Mercedes voltou de seu primeiro pit stop atrás de Sutil pois, mesmo com o bom trabalho da equipe, as duas voltas que Nico permaneceu na pista custaram caro demais.
Como estava perdendo tempo em relação à Force India – 6s em 10 voltas – ficou claro que manter a mesma estratégia do rival não funcionaria. Rosberg, então, tentou se aproveitar do fato de que tinha pneus novos – que guardara na classificação – e fez 26 voltas no segundo stint, mudando sua estratégia para duas paradas durante a prova. Enquanto isso, Sutil tinha de antecipar suas paradas para se livrar do tráfego de Massa, que estava em tática diferente.
O resultado foi uma terceira parada para Sutil no que normalmente seria a janela para o último pitstop em uma tática de duas trocas. Com isso, Rosberg estava com pneus apenas três voltas mais gastos e poderia ter conseguido manter-se à frente, mas Sutil fez o bastante para superá-lo, com um ritmo melhor no pneu médio.
Para o meio do pelotão, a estratégia de duas paradas se mostrou mais efetiva, como nos casos do companheiro de Sutil, Paul Di Resta, e de Kamui Kobayashi. Porém, sem o carro para fazer a tática funcionar, o GP Brasil foi mais um exemplo de que até para uma tática perfeita existe um limite.
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