Um dos pontos mais simples da transmissão da BBC, que costumam acrescentar bastante e poderiam muito bem ser copiados pela Globo, é o chamado “gridwalk” de Martin Brundle. O comentarista aproveita que todos estão reunidos na pista, minutos antes da largada, para conseguir várias entrevistas e informações quentes.
Em Suzuka, por exemplo, entrevista Schumacher, Button, Vettel, pega Adrian Newey dando uma conferida na Ferrari, e consegue uma informação exclusiva de Alonso.
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Em Cingapura, acaba levando uma bronca de Rosberg por ter interrompido a repórter alemã Tanja Bauer – e Nico nem sabia que era a 2ª vez que os dois se encontravam. Brundle ainda conversa com Barrichello, Vettel, Danny Sulivan, que trabalhava como comissário no GP, Ron Dennis e, como Hamilton não fala com a imprensa quando está no grid, Nicole Scherzinger.
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Em Mônaco, como era de se esperar, mais celebridades que pilotos. Para driblar o aperto incrível entre os carros das primeiras colocações, onde todos querem estar para serem vistos, Brundle visita o meio do grid.
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No GP da Itália, Brundle topa com Alan Permane, engenheiro da Renault, com a dupla da Williams, um Massa sorridente, Button (como de costume) e Christian Horner (outra figurinha fácil na BBC). Duas bandas britânicas, Kasabian e Stereophonics, também apareceram por lá.
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9 Comments
É, se a Globo copiasse isso seria incrível, mas o problema é: A maioria dos pilotos no grid atende Brundle com muita má vontade, por diversas vezes ele é mal tratado, e praticamente rasteja pra pedir um minuto com algum piloto ou membro de equipe.
E olha que é um ex-piloto a agora comentarista da poderosa BBC.
Celebridades são diferentes, estão lá pra serem vistas e falam com ele sem problemas.
Pode ser que eu esteja enganado, mas acho que seria um pouco difícil pra Mariana Becker ou outro repórter chegar ali facilmente e falar com alguém.
Depois das corridas tem aquele cercadinho onde os pilotos encontram a imprensa e é mais fácil conseguir um depoimento, mas no grid de largada…
não desconfiando dos jornalistas da globo, mas seria um passo bem mais alto, tendo em vista o grau de desenvoltura que o entrevistador teria que ter. não sei se é impressão, mas, o fato de ser um ex piloto, torna os atalhos mais fáceis, até mesmo nos improvisos e na abordagem. consigo ver apenas burti ou reginaldo com estas qualidades, pelo conhecimento técnico. atualmente, acho que os anos estão pesando para reginaldo, pois, ele não demonstra o mesmo entusiasmo! penso que a curto prazo, os quadros mais curtos que você mostrou anteriormente, seriam mais aplicáveis! o rítmo alucinante requer muita quilômetragem e afinco! não há como negar, que a dramaticidade do clima, os olhares espiões, tomam cores mais fortes. achei muito interessante a barreira humana atrás dos carros. para começar, os “quadrinhos” de um minuto e meio ajudariam muito, além das entrevistas após treinos e corridas. como foi muito bem dito anteriormente, em 7 horas de programação, há muito material! haja coração! haja boa vontade!
Na Globo, só o Burti poderia fazer isso, mas ele ainda teria que praticamente fazer uma tradução simultânea para o povo daqui. Não seria fácil.
mas até que seria engraçado, não?
Acho que qualquer repórter poderia fazer isso, não precisa ser ex-piloto. Em outras emissoras, são jornalistas mesmo que fazem. É lógico que, como em todo meio, precisa de um certo tempo para que as pessoas aceitem a solicitação da entrevista – e isso serve para qualquer área do jornalismo, todo repórter já passou por isso, é uma questão de tempo, de mostrar que você entende do assunto e ganhar confiança. Então acredito que isso não seria um problema, até porque os assessores estão sempre ao lado dos pilotos.
O principal problema seria a tradução. Na espanha, eles usam tradução simultânea em estúdio, o que eu particularmente não gosto, o áudio fica muito misturado. Acho que o próprio repórter traduzir é melhor.
Hoje temos as falas dos brasileiros – raramente todos – pré-gravadas, por falta de tempo. Essa é a prova de que é possível conseguir entrevistas!
A F1 é uma das únicas categorias do mundo em que você pode entrevistar os protagonistas minutos antes do evento começar. A transmissão de um jogo de futebol, por exemplo, começa antes, mas com qual conteúdo? Nenhum.
Este era o gridwalk que comentei contigo sobre aquele post sobre a cobertura da BBC em comparação a nossa. Martin Brundle é simplesmente um achado da BBC e já foi muito disputado pela ITV também… Julianne, mandei um email a respeito do material que me perguntaste. Qualquer coisa é só dar um toque… abs
Na verdade eu acho o Brundle meio chato.
Ele tem sempre uma piada no bolso e invariavelmente sem muita graça.
Mas ele faz o dever de casa, informando com competência ao público leigo detalhes como o comportamento de um carro na pista, a maneira como um determinado piloto procede em uma curva, etc…
Isso já seria mais fácil de se produzir, são matérias gravadas com antecedência pra ir ao ar antes da transmissão. A maioria dos repórteres têm acesso à pista durante o fim de semana e uma equipe pequena daria conta.
esse caso do piloto/repórter, cria uma situação inusitada. é o outro lado da moeda, pois, o cara passou a vida toda sendo entrevistado. claro que brundle possui boa interação com as câmeras, mas o diferencial como ex piloto, é justamente abordar os envolvidos sabendo os atalhos e fazendo as perguntas triviais que os pilotos dão abertura. as traduções para burti, acho que seriam facilitadas, pelo fato da vida de piloto sempre exigir raciocínio rápido e resumitivo dos assuntos. pensando em burti, acho que o gridwalk seria possível! sobre a possibilidade de se mostrar as entrevistas dos poles (sábado) e dos participantes do podium (domingo),as legendas ou tradução simultânea, tornariam o evento atrativo para o grande público! basta querer!
Oi povo,
Concordo com o Dé Palmeira que o Brundle é meio chato e suas piadas não são as melhores, mas discordo que é só o público leigo que se beneficia com seus comentários. Eu diria que apenas quem é piloto de verdade ou aficionado de verdade em F1 não aproveita nada do que ele diz e acha tudo muito básico.
Eu voltei a ver F1 há pouquíssimo tempo, muito por causa dos comentários do Brundle ainda na ITV. Com certeza sou público leigo, mas ainda me impressiona o tipo dos comentários que ele faz e a capacidade de enxergar o que ocorre ao mesmo tempo com vários carros em situações como a de uma largada tumultuada.
Eu costumo ver as corridas pela Globo, mas com o áudio da Band News. As pouquíssimas vezes que escutei o Burti foram boas, mas ele é muito talhado pelo Galvão Bueno. Cheguei a ver corridas na qual ele se restringiu a traduzir a comunicação de rádio, isso quando não tinha alguém falando durante ela… Por tudo isso, não sei, nem quero, comparar o Burti a qualquer outro ex-piloto comentaria.
Mas costumo rever a corrida alguns dias depois pela transmissão da BBC. Como sei o que vai acontecer, me impressiona os comentários táticos do Brundle antecipando coisas que irão acontecer. Ou as observações no meio da muvuca que eu não tinha visto, nem a boa equipe da Band News, e que preciso usar o replay em câmara lenta para confirmar que ele tinha razão. São comentário feitos no momento, não depois da recuperação da imagem. Ele erra alguns, e corrige sem nem se preocupar com isso, mas acerta vários e isso é impressionante.
Talvez por isso ele tenha sido um achado da BBC como o Paulo Coruja disse. E eu concordo que é um achado.
Enfim, tudo isso para dizer o quanto um ex-piloto comentarista pode acrescentar à transmissão, se deixarem…