É a hora de tirar as dúvidas e saciar as curiosidades vocês no F1 on demand dessa semana, em que são os assinantes do projeto No Paddock da F1 com a Ju é que mandam:
Jessica Oliveira: Ju, te acompanhando um pouco mais de perto agora e vendo outros repórteres ao longo dos anos na Fórmula 1, acabo me perguntando o quão tarde vocês ficam no autódromo. Porque a corrida acaba por volta das 17:00 no horário europeu, e queria saber se existe horário limite que o repórter pode fica no mediacentre e como é para vocês após as corridas? São curiosidades dos bastidores.
Há limites de horários todos os dias, menos no domingo, em que o media centre tem que ficar aberto até o último jornalista sair. Geralmente, é algum japonês, já que eles trabalham com o fuso bastante complicado.
Todos os quatro dias de trabalho no circuito, de quinta a sábado, são de pelo menos 10h por dia para nós freelancers, que temos que atender a vários clientes. Já o pessoal dos tabloides ingleses, por exemplo, basicamente vão na coletiva do Hamilton, fazem uma matéria sobre ele e alguma coisa menor para o digital e vão embora bem mais cedo. E o pessoal de TV depende: quem faz a cabo geralmente não precisa ficar produzindo coisa para depois, faz o ao vivo e está liberado. Já os repórteres da Globo, por exemplo, têm de ter os textos aprovados antes de gravar, e isso pode virar uma novela dependendo do fuso.
Para mim, chego perto do horário do início das sessões porque geralmente estou com “vantagem” no fuso em relação ao Brasil. E fico por umas 10-12h. No dia da corrida, chego pelo menos 4h antes da largada e saio, no mínimo 5h depois da bandeirada. Isso se não tem alguma investigação que exige mudanças em todo o material já produzido, o que não é incomum. Mas o que tento fazer é deixar o material de segunda já pronto, uma vez que é o dia em que volto para casa. Alguma coisinha, contudo, sempre sobra para o avião.
Cleber Balieiro: Tenho a impressão de que a questão do desgaste dos pneus da Ferrari tem se tornado mais crítica – é isto mesmo?
Eu fiz uma pergunta nessa linha para o Vettel depois do GP de Abu Dhabi e ele nem me deixou terminar. “Eu discordo”, ele repetia. Disse que foram as pistas do início da segunda metade da temporada que deram a impressão de que a Ferrari tinha melhorado mais do que ela efetivamente tinha conseguido. Curiosamente, ele destacou o GP da Rússia como um ponto fora da curva, em que o time conseguiu um bom desempenho onde não esperava ir tão bem.
Mas que o final da temporada ferrarista foi confuso, isso foi. Por mais que Binotto jure que eles estavam experimentando com o nível de downforce dos EUA até o fim, esse período coincidiu com a chegada da diretiva técnica acerca do motor, que certamente foi a grande arma ferrarista, especialmente aos sábados.
Li sobre possibilidade de Vettel na Red Bull. Seria possível?
Escrevi sobre uma sensação que tive em Abu Dhabi, mas não tenho nenhuma informação, de fato, nesse sentido. Desde que saiu da Red Bull, Vettel mantém uma boa relação com Horner e com Newey, que gosta muito dele. E, por mais que ele tenha crescido especialmente aos domingos a partir de Singapura, o mais natural é que a Ferrari vire a equipe de Leclerc. A vontade política é forte e as performances dele sustentam isso. Assim, se a vontade dele for realmente ficar na F1, tentar uma volta nesse “relacionamento antigo” é uma saída que vale a pena.
E por que digo “se a vontade dele for realmente ficar”? É porque lembro da entrevista que ele deu em Austin logo depois das regras de 2021 terem sido anunciadas. Ele disse que queria estudar com calma, mas de supetão basicamente reclamou de tudo o que foi decidido.
3 Comments
Pois sobre o Vettel e a Red Bull. vou fazer uma previsão a lá mãe Diná:
Vettel volta pra Red Bull, a Red Bull não pode se dar ao luxo de correr com Albon e Gasly, nenhum dos 2 tem característica de liderar um time, pelos menos não por uns 3, 4 anos. Porque Verstappen vai pra Mercedes correr ao lado de Russel, já que Hamilton vai pra Ferrari ao lado do Leclerc. Bottas pendura as botas ou volta pra Williams, Force India vira oficialmente Aston Martin F1 team, o pai do Stroll vai comprar a fábrica Inglesa, Red Bull vira Red Bull Honda, os japas decidem assumir decisivamente o time de energéticos.
Ju, é impressao minha ou sem brasileiros a F1 meio que “amadureceu”, “filtrou”, “selecionou” o publico no país do futebol e deixou inclusive uma sensaçao de q, enfim, o esporte é admirado em primeiro lugar e sem mais todo aquela empolgaçao nacionalista ? ( ps: te amo.. vamos casar ?)
Estava falando com o Odinei isso, que o fato de não ter brasileiro ajuda a própria transmissão a focar em outras coisas que criam essa cultura do esporte.