F1 Faltou falar nas asas traseiras móveis - Julianne Cerasoli Skip to content

Faltou falar nas asas traseiras móveis

As asas traseiras móveis prometem dar pano pra manga nessa pré-temporada. Ninguém ainda tem certeza de como elas funcionarão – ou se darão certo. A promessa é, como sempre, aumentar as chances de ultrapassagem, mas a solução não poderia ser mais artificial.

Funcionaria como um duto aerodinâmico, mas sendo operado por um botão, evitando que o piloto tire a mão do volante. Assim como o invento da McLaren, uma parte da asa traseira vai estolar quando o dispositivo estiver acionado, aumentando a velocidade em reta.

A diferença é que a asa móvel só poderá ser ajustada quando um carro estiver seguindo o outro em condições de ultrapassagem. Quem estiver na frente não poderá usá-lo. Aí que o regulamento ainda não está claro.

O melhor é torcer para a asa não funcionar direito e esquerecem essa ideia logo

A FIA definirá qual é essa tal distância entre os carros que significa uma situação de ultrapassagem. Fala-se em 1s de diferença no momento em que o carro de trás entrar numa curva procedida por uma reta, mas isso ainda não está decidido.

O piloto receberá a informação – estuda-se uma solução via rádio ou por meio do visor – de que o dispositivo estará liberado (isso deve ser controlado pela ECU, assim como acontece com o KERS) e só então poderá acionar o botão. Ainda não se sabe se o espectador receberá alguma informação de quando o piloto estiver usando a asa.

O que se sabe, afinal? E se houver uma fila com mais de dois carros, não estariam todos com o dispositivo ligado, sem conseguir passar um ao outro? O fato é que é mais uma artificialidade, outra regra de difícil entendimento e que, na verdade, ninguém sequer tem certeza se terá efeito.

E o efeito, nesse caso, seria facilitar a ultrapassagem, mas não muito. Os engenheiros não querem que a engenhoca funcione muito bem, pois, caso isso ocorra, a troca de posições se tornará banal – ainda mais com a volta do KERS, outro botão para ganhar velocidade. Mas será que todos  pensam assim? Será que, com essa regra ainda nebulosa, não vai haver algumas interpretações mais extremas que outras? E, não custa perguntar isso de vez em quando: será que não perceberam que ter pneus pouco duráveis e pistas melhores já resolve a questão?

5 Comments

  1. essa artificialidade está fadada ao lixo. como tentar aumentar a facilidade de ultrapassagem, mas impondo restrição de uso? há um paradoxo! parece que o trauma de abu dhabi está fazendo os caras tropeçarem nas idéias! se já é difícil ver um piloto ultrapassando o safty car, imagina vários casos de distância/ultrapassagem simultâneos!!?? quantos resultados finais serão questionados? Ju, tenho uma dúvida, mas não sei se dá para responder: – quando havia o câmbio manual, os pilotos em maior parte do tempo, andavam com uma mão apenas no volante. a dúvida seria: -apesar da maior velocidade de contorno em curvas hoje, da frenagem mais forte, justificaria esta preocupação na retirada da mão do volante, visto que os pneus hoje têm mais grip? esta solução não seria, o famoso caso que cobre-se uma parte, e a outra fica de fora? afinal, segurança é importante, mas, apenas a adoção do kers, não resolveria a preocupação ultrapassagem/segurança? não seria uma vantagem não ser utilizado?

    • bom, uma dúvida sua está relacionada à outra. A diferença da asa traseira móvel – que é uma reação ainda à corrida do Bahrein – é justamente ser restrita ao carro que segue o outro. Isso porque, como ambos podem acionar o KERS ao mesmo tempo, ele acaba não fazendo diferença. Mas acho que a ideia já nasce morta porque ninguém quer ver ultrapassagem fácil.
      A questão do duto é que ele é, tecnicamente, ilegal, já que o piloto é usado como apêndice – não tenho certeza se esse é o termo correto – aerodinâmico (e não se pode usar apêndice aerodinâmico móvel). Foi liberado para esse ano por aquelas questões políticas desse tipo de decisão sobre as quais discutimos. E, para somar, o problema é que eles estavam tirando as 2 mãos do volante (para o duto e o equilíbrio de freio) – isso sem contar o diferencial, a asa dianteira, o rádio e a água, para citar alguns dos botões mais usados. Tudo num carro, como vc bem apontou, mais arisco e veloz que os antigos.

  2. Sinceramente, não gostei nada dessas regras novas. A asa traseira móvel seria uma dessas que não gostei nenhm pouco. Mas espero queimar minha lingua e que funcione bem, mas continuo não gostando.

    • Sobre essa tal asa ainda não vi ninguém apoiar de cara, no máximo um “vamos ver como é na pista”, mas do que mais você não gostou?

  3. Gostei do que disse o Pat Symonds: estabeleçam um teto orçamentário e deixem os caras “engenheiros” pensarem!

    Chega de regras artificiais!

    [ ]’s


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