A punição de Fernando Alonso no GP da Inglaterra ainda dá o que falar. Depois do diretor de prova, Charlie Whiting, dizer que avisou três vezes a Ferrari que o espanhol deveria devolver a posição a Kubica por ter tido vantagem sobre o polonês, dando a entender, ou o piloto, ou a equipe, desafiaram a FIA, os italianos responderam por meio da jornal Gazetta dello Sport.
A matéria mostra uma linha do tempo dos acontecimentos, desde a ultrapassagem, às 13:31:05 no horário local.
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13:31:06 – O diretor esportivo Massimo Rivola liga para os comissários. Depois de 11s, Whiting atende. Rivola pergunta se eles haviam visto a ultrapassagem e diz que a opinião da Ferrari é que Kubica não deu outra alternativa a Alonso. Whiting responde que tem que ver as imagens.
13:33:00 – Outra ligação da Ferrari. Alonso já se aproxima de Alguersuari. Whiting responde que os comissários acham que o espanhol deve devolver a posição. Rivola pergunta se essa é sua decisão final, e o diretor de prova responde que não, mas é a conclusão à qual eles estão chegando. Enquanto isso, Alonso passa Alguersuari.
13:33:22 – Barrichello passa Kubica. Whiting diz à Ferrari: “demos a chance para vocês devolverem a posição. Agora os comissários vão ouvir os pilotos depois da prova, mas entendo sua posição.”
13:35:30 – Kubica abandona.
13:45:31 – A mensagem de que Alonso está sob investigação aparece no monitor.
13:46:26 – Alonso recebe o drive through.
Convenhamos, mesmo que a Ferrari esteja maquiando um pouco os fatos, aquela história de Whiting parecia muito mal contada. Por que eles simplesmente peitariam os comissários sem mais nem menos?
Outro ponto é que algo parece tê-los feito mudar de ideia, pois o incidente seria investigado depois da corrida. E provavelmente não resultaria em nada, já que Kubica, logo depois de abandonar, disse na BBC que, como estava fora da prova, considerava o caso encerrado. Mas a punição veio, completamente desproporcional à infração.
O fato é que essa regra, que tem mais a ver com “ultrapassar com as 4 rodas fora da linha branca” que delimita a pista do que propriamente cortar uma chicane, já deu muita confusão. O próprio Alonso saiu ileso em Monza 2006, Schumacher escapou de punição depois passar reto mais de uma vez na chicane lutando com De la Rosa no mesmo ano, Massa (Mônaco 09) e Webber (Cingapura 09) acabaram perdendo mais de uma posição quando devolveram – e a FIA disse que o problema era deles.
O problema, na verdade, é que a regra pressupõe interpretação. Caso contrário, a bela ultrapassagem de Rosberg sobre Alguersuari também teria sido ilegal. E a interpretação na F1 é mais cruel que no futebol, por exemplo. Se o juiz interpretou uma mão na bola como uma bola na mão, o jogo segue. Ele não para depois de 15min e dá o pênalti.
Outra questão, mais nebulosa, recai sobre os verdadeiros critérios da FIA. Com Mosley no comando, a McLaren ficou paranoica com tanta punição, ao mesmo tempo em que a Ferrari parecia imune. Agora, com Todt, que saiu brigado da Scuderia, a história parece ter se invertido. Só isso para explicar tanta inconsistência.
2 Comments
se alonso não espalha, saem os dois da prova. kubica deu o veredito, mas acho que alonso esqueceu de dar seta e piscar o farol! estes caras estão de brincadeira! isso não é competição? dessa vez não demorou nem 1 volta!
Veja essa punição, da forma como foi dada, e relacione com as duras (e um tanto exageradas) críticas que Alonso fez em Valência. Talvez ajude a entender…