F1 GP da Bélgica teve exibição de gala de Max e azar de Leclerc - Julianne Cerasoli Skip to content

GP da Bélgica teve exibição de gala de Max e azar de Leclerc

Foi uma tarde de gala de Max Verstappen e da Red Bull em uma tarde ensolarada no GP da Bélgica. Atualizações no assoalho que tornaram o carro mais rápido, uma unidade de potência novinha, um acerto mais neutro que dependia de muita habilidade do piloto, manobras decididas e perfeitas. O holandês tinha 12 carros a sua frente quando largou. Na volta 12, já não havia nenhum.

No final, ele venceu com 18s de vantagem para o seu próprio companheiro, Sergio Perez, que saíra da segunda posição. E colocou 27s na Ferrari de Carlos Sainz, pole position. Mesmo dando sinais de que não forçou, e nem precisava. Ele fez a volta mais rápida da prova com cerca de 28kg de combustível.

Nesse tipo de corrida de recuperação, geralmente vemos que vai ficando progressivamente mais difícil fazer as ultrapassagens. É quando o piloto vai encontrando rivais mais fortes. Neste domingo, isso não aconteceu. 

Verstappen foi de 13º a oitavo na primeira volta (ele largou da 14ª posição no grid, mas Pierre Gasly saiu dos boxes depois de ter um problema no grid). E após um Safety Car provocado pelo incidente entre Nicholas Latifi e Valtteri Bottas, foi caçando os pilotos um a um. A maioria, na última chicane, na qual seu carro era muito mais estável que os outros.

Max: “Quando avistei os dois primeiros, vi que dava para ganhar”

Assim, não deu tempo para quem estava nas primeiras posições ir abrindo diferença. Verstappen precisou só de oito voltas para ultrapassar George Russell. E o líder Carlos Sainz tinha aberto menos de 4s. O carro da Ferrari naturalmente já tem mais dificuldade para se adaptar a pistas que requerem tirar downforce. Aliás, essa é uma preocupação para os italianos em Monza.

Neste momento, o espanhol já reclamava de degradação de seus pneus. Ele tinha largado com os macios, para defender sua primeira colocação em um circuito no qual o pole position muitas vezes sofre com tantas oportunidades do segundo pegar o vácuo no primeiro setor. A tática funcionou, mas com nove voltas completadas a Ferrari já via que o pneu médio de Sergio Perez, em segundo, vinha permitindo que ele diminuísse a vantagem do espanhol na ponta. Quando a diferença ficou em menos de 2s, a Ferrari chamou Sainz para evitar um undercut.

Foi neste momento, na volta 12, que Max Verstappen chegou à liderança pela primeira vez.

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Mais um azar para Leclerc

O outro carro acostumado às primeiras posições mas que estava largando da parte de trás do pelotão por uma troca de UP era o de Charles Leclerc. Ele conseguiu se aproveitar bem da confusão causada pelo erro de cálculo de Lewis Hamilton na Les Combes. O inglês achou que estava dando espaço para Fernando Alonso no lado interno da primeira perna, mas acabou encontrando a roda dianteira esquerda da Alpine, sendo catapultado e abandonando logo em seguida.

Foi por causa desse lance que Leclerc chegou a passar Verstappen, mas foi ultrapassado de volta ainda na primeira volta. Com vários pilotos pisando na brita, a sobreviseira de Max já estava cheia de poeira e ele resolveu tirar uma delas. Leclerc vinha atrás e a sobreviseira foi parar bem em seu duto de freio. Vendo as temperaturas aumentarem, a Ferrari chamou-o para o box para trocar os pneus macios pelos médios.

Em uma tarde quente, em que os pneus estavam se degradando mais do que o esperado, isso significou o fim de qualquer chance de Leclerc chegar ao pódio. Ele teria que administrar seus pneus para conseguir fazer duas paradas. O objetivo tinha sido alcançado e ele estava em quinto  quando, com duas voltas para o final, a Ferrari o chamou aos boxes para ele tentar a volta mais rápida.

Foi uma decisão desastrosa porque ele voltou logo atrás de Fernando Alonso, e ainda passou do limite de velocidade nos boxes por uma falha em um sensor, que estava superaquecido. Tendo de fazer a ultrapassagem, ele não conseguiu tirar a melhor volta de Verstappen, e ainda foi punido com 5s, fechando em sexto.

O trenzinho de Albon definiu corrida no meio do pelotão

Enquanto lá na frente Verstapen chegaria a perder a liderança momentaneamente na volta 15, quando parou, ultrapassando Sainz com facilidade na 18. O espanhol ainda seria superado na pista por Perez três voltas depois. Com menos da metade das voltas disputadas, a Red Bull já tinha a dobradinha.

O pole Sainz saiu do carro sabendo que tinha maximizado sua corrida e, mesmo assim, não tinha passado do terceiro lugar. “Não é uma questão de equilíbrio do carro, e de cronômetro”, explicou. Mais atrás, Russell chegou a ensaiar incomodá-lo, mas errou na tentativa de se aproximar, e depois os pneus de Sainz pareceram estar mais sob controle.

A Mercedes mais uma vez foi um carro melhor na corrida do que na classificação e Russell não teve dificuldades para manter Fernando Alonso atrás. Mas o carro definitivamente não gostou nem da classificação com pista mais fria, nem de um circuito em que é preciso tirar pressão aerodinâmica.

O paredão Albon

A sétima posição ficou com um dos nomes da corrida, Esteban Ocon, que fez três ultrapassagens duplas nas suas contas. Nós só vimos duas na transmissão, e a última delas o liberou do que foi o grande fantasmas para vários pilotos do meio do pelotão, Alex Albon.

A Williams é um carro que gera pouco arrasto, e tem uma boa configuração de baixa pressão aerodinâmica. Isso, junto das punições, ajudou o tailandês a colocar o carro na sexta colocação do grid. E, mesmo que o calor do domingo tenha feito com que ele tivesse trabalho com os pneus, a velocidade de reta ainda estava lá. 

No caso de Ocon, ele conseguiu a ultrapassagem. Já o oitavo colocado, Sebastian Vettel, fez uma ótima primeira volta, passando cinco carros, e foi parar na frente de Albon. O nono, Pierre Gasly, largou dos boxes, antecipou a segunda parada. Com isso, conseguiu o undercut no carro da  Williams, que ficou com o último ponto. 

A grande “vítima” de Albon foi Daniel Ricciardo. Um problema fez com que ele tivesse que usar uma especificação de asa traseira que gerava muito arrasto. Com isso, ele não só não conseguia passar Albon, como também o tornava uma presa fácil para quem vinha atrás.

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