O post das transmissões do GP de Abu Dhabi traz pela primeira vez a cobertura da Rai italiana. Com uma pegada mais técnica, os italianos contam com uma mescla interessante: narrador, repórter, comentarista-ex-piloto, comentarista engenheiro, jornalista conhecido por seu conhecimento técnico e repórter estrategicamente posicionada na Ferrari. Espero que gostem da novidade.
Antes da largada, os italianos contavam com Giorgio Piola no grid explicando a punição de Kimi Raikkonen na classificação, com direito a desenho técnico na tela. Já Capelli lembra que “Charlie Whiting foi bastante claro com os pilotos que não vai tolerar saídas de pista durante a corrida. Na classificação passou batido, mas veremos o que acontece na corrida.”
Na Globo, Galvão Bueno fazia a propaganda da Williams. “As negociações com a Williams estavam bem encaminhadas, mas havia o empecilho dos dois pilotos sob contrato. Com a notificação de que o Maldonado não está mais sob contrato, o caminho fica livre para o Felipe. Eles já levaram o Pat Symonds, devem levar o Rob Smedley e outro engenheiro de aerodinâmica da Lotus e também terão o Mercedes, que parece ser o melhor motor. Parece que o anúncio é uma questão de tempo.”
Na Sky Sports britânica, a discussão era a estratégia da prova. “Alonso é o primeiro que poderia escolher os pneus, mas estamos vendo os macios em seu carro”, surpreendeu-se o narrador David Croft. “Deve ser porque a Ferrari não foi bem no médio neste final de semana.”
Para o comentarista Martin Brundle, “Mark Webber tem tudo para ganhar, mas sabemos que Vettel em algum momento vai fazer os pneus durarem mais e vai fazer voltas rápidas para tentar voltar na frente.” Mas “será que Webber vai largar bem dessa vez?”, questiona Galvão.
De fato, o australiano falha novamente – desta vez, segundo a Red Bull, apertou o Kers pouco antes de atingir os 100km/h e, por isso, ele não foi ativado. Com isso, o caminho ficou livre para Vettel na ponta. “Grosjean fez uma boa largada, partindo para cima de Hamilton, que parecia bem e acabou perdendo espaço”, lamentou Croft.
“Webber tem fama de não largar bem e isso se comprovou hoje novamente”, destaca Capelli, enquanto o narrador Gianfranco Mazzoni foca na luta entre as duas Ferrari. “Massa com muita determinação nas primeiras curvas. Agora os companheiros de Ferrari lutam entre si.” Brundle também está de olho em Alonso colocando todo o tipo de pressão em Massa. “Fez uma grande largada.”
A cena de Raikkonen parado na área de escape chama a atenção de Galvão. “Ele disse que não queria correr e foi só largar que já encostou. Será que quebrou mesmo?”, diz em tom de desconfiança, enquanto Croft salienta que este “é seu primeiro abandono na primeira volta desde o GP dos EUA de 2006.”
Hamilton é o primeiro dos ponteiros a parar e Galvão diz que “isso mostra que ele vai fazer duas paradas”, sendo rebatido por Reginaldo Leme. “Ele pode ir até o final.” Rubens Barrichello tenta um meio termo. “Tem uma grande diferença de um composto para o outro, então pode ser uma boa colocar o médio agora e depois voltar para o macio no final.”
Quem os britânicos esperavam ver fazendo uma parada é Grosjean, mas o francês também para cedo. “Será que a primeira parada, de Perez, foi o gatilho para os outros, que estão respondendo?”, questiona Brundle. “Os pilotos estão reclamando, os pneus estão durando menos que o esperado”, explica o repórter Ted Kravitz.
Mesmo explicando que a Ferrari busca conservar seus pneus para fazer uma parada, Galvão vê “Felipe Massa guiando muito mais forte que o Alonso, já está se aproximando do Hulkenberg.”
Barrichello chama atenção para a dificuldade dos pilotos que já fizeram a troca. “A estratégia de uma parada é boa porque estamos vendo que o ritmo do Rosberg com pneu médio, por exemplo, não é muito mais rápido.” Brundle também o faz, destacando a liderança de Vettel, que retardou sua parada. “Vettel poderia fazer uns donuts e não perderia a liderança. Está virando no mesmo tempo com pneus usados em relação aos outros com médios novos”, diz o comentarista. “Como ele não tem muita velocidade de ponta, está evitando entrar no tráfego. E usando sua aerodinâmica superior para ganhar tempo”, destaca Croft.
A performance do alemão também faz os italianos se renderem. “A grande capacidade de Vettel é conseguir abrir no começo da prova, conseguindo gerir um carro cheio de combustível sem acabar com os pneus”, Capelli não cansa de repetir. “Há uma grande sintonia entre o box e o piloto para entender que ele conseguiria estender o primeiro stint e aumentar a diferença ao mesmo tempo”, salienta o comentarista. “Um grande carro, um grande piloto e um grande engenheiro, Rocky, que consegue entender o que o piloto precisa”, completa Mazzoni, que destaca a “notícia ruim” de que o alemão “abriu um pit stop de diferença para Alonso em apenas 13 voltas”.
Os comentaristas entram em acordo sobre Vettel, mas não a respeito de quem pode tentar fazer uma parada. Para Reginaldo, até quem parou na volta 8 está na jogada. Para o engenheiro Giancarlo Bruno, Vettel, que parou na volta 15, “pode ir até o final com esses pneus médios, pois a Pirelli falou que daria para fazer 45 voltas com o composto”, enquanto Kravitz acha que pilotos como os ferraristas Alonso e Massa têm de aguentar na pista “até a volta 20”.
Mas a Ferrari chama o espanhol na volta 17 e gera desconfiança em Reginaldo. “Só espero que isso não seja uma tática para favorecer o Alonso.” O brasileiro volta bem na frente do companheiro após sua troca e logo faz uma ultrapassagem em Hamilton que chama a atenção de todos. “Sabemos que Massa consegue fazer isso, mas ele ficou muitas corridas sem fazer porque tinha de ser o escudeiro de seu companheiro”, observou Croft, mas Brundle vê uma ‘mãozinha’ do inglês da Mercedes. “Lewis percebeu e cedeu a posição, senão teria uma suspensão quebrada. Há alguns anos, teria causado um acidente.” Galvão vai mais longe: “Imagina Montezemolo pensando: será que eu não fiz bobagem, não deveria ter dado mais liberdade para ele?”
Bruno comemora a manobra porque “ele está a 16s de Rosberg. Se nossa previsão se confirmar e o piloto da Mercedes parar novamente, ele estaria brigando com o alemão pelo pódio.” As contas continuam por algumas voltas.
Mais atrás, Alonso também vem abrindo caminho, ainda que Reginaldo relembre do “trauma” do espanhol com a pista de Abu Dhabi, “porque ele perdeu o campeonato por não conseguir passar o Petrov em 2010”, mas Barrichello explica que a DRS mudou muito a característica da pista. “Estamos vendo muitas ultrapassagens agora”. Os italianos também comentam sobre o passado da pista. “Em 2009, houve apenas 4 ultrapassagens, o que melhorou com o DRS e Pirelli, com 49 ano passado, mas por ser uma pista desenhada no meio do nada, era de se esperar que favorecesse mais as ultrapassagens”, critica Mazzoni.
Aparentemente sem grandes traumas e depois de se livrar do pelotão, Alonso chega rapidamente em Massa, tirando 1s por volta. E os italianos começam a duvidar que o brasileiro mantenha a estratégia de uma parada. “E o Alonso está andando no ritmo do Vettel”, Mazzoni chama a atenção. “Podem até falar em português pro Massa para deixar Alonso passar que ele vai fingir que não entendeu. Está lutando por sua sobrevivência na F-1, achamos que ele pode ir para a Williams”, diz Brundle, enquanto Kravitz não queria estar na pele dos engenheiros italianos. “É difícil saber o que a Ferrari vai fazer porque querem fazer uma parada com ambos, mas está claro que o ritmo de Alonso é melhor.” Para Galvão, “chegar não quer dizer passar. Os pneus do Massa se desgastaram mais rápido. O Alonso leva uma vantagem por se adaptar melhor quando o carro vai ficando em uma situação crítica e isso não é só em cima do Felipe, como de todos da F-1.”
Barrichello chama a atenção para a informação dada por Sutil, único com pneus macios na pista naquele momento, enquanto Reginaldo levanta um dado não confirmado pela Pirelli de que os pneus de Massa eram seis voltas mais usados que os de Alonso. Isso aparece no computador segundo o comentarista, mas não faria sentido porque o brasileiro tinha dois jogos novos para a corrida.
Bruno chama a atenção para Rosberg, Webber e Grosjean, que saíram à frente de Massa, o que “significa que a estratégia de parar uma vez não funcionou”. Este também parece ser o raciocínio dos estrategistas em Maranello e o brasileiro para. “Massa deu 18 voltas com o pneu macio e só 20 com os médios. É um pouco estranho. E resolveram trocar por mais um jogo de médios, compostos utilizados por quase todos que estão na pista neste momento”, crê o engenheiro. “É fácil entrar na teoria da conspiração e dizer que eles pararam Massa para liberar Alonso, mas lembramos de Raikkonen, que sofreu no final na última prova e isso ainda pode acontecer com Alonso”, alerta Brundle.
Isso porque todos acham que o espanhol vai até o fim, pois seu ritmo ainda é forte. “Com esse ritmo, Alonso deve ir até o final com uma parada porque senão perderia muito tempo. Largando em décimo, o quinto lugar já é um bom resultado”, diz Mazzoni.
Mas o espanhol para seis voltas depois. Para Galvão, retornaria à pista atrás de Massa; para Bruno, deveria voltar lutando com Massa. Mas ninguém esperava uma batalha tão apertada com Vergne, que ia logo à frente do brasileiro e espremeu o espanhol, que o passou por fora da pista. “Não sei o que Fernando poderia ter feito, porque a linha branca serve para lhe garantir espaço saindo do pit, mas é fato que ele passou com as quatro rodas fora da pista”, avalia Brundle. “É questionável. Realmente ele fez a ultrapassagem por fora, mas ele foi levado para fora, então não é tão simples. Não concordaria com uma punição porque ele foi jogado para fora, mas, se tiver de seguir a regra, teria de ser punido”, diz Barrichello.
“É verdade que ele manteve sua trajetória e só foi para fora para evitar bater em Vergne, mas levou vantagem andando fora da linha branca”, defende Capelli, enquanto a repórter Stella Bruno vai confirmar a versão ferrarista. “Falei com o pessoal da Ferrari e eles garantem que vão tentar comprovar que o movimento de Alonso estava legal, usando a regra que permite que o piloto saia da pista para ‘evitar uma possível colisão’ porque foi fechado.”
Assisti só a esta parte da transmissão espanhola para ver a opinião deles, que destacaram a coragem de Alonso de manter o pé embaixo mesmo vendo a aproximação de Vergne e acreditam que o compatriota “está com uma baita dor nas costas”. A possibilidade de punição passa longe. “Acho que Felipe ficou meio grogue com a manobra”, diz Pedro de la Rosa ao ver o brasileiro escapando na curva seguinte. “Que bonito! Ainda mais porque a saída aqui é difícil, você sai do túnel e não sabe o que vai encontrar.” O narrador Antonio Lobato só completou: “Espetacular Alonso.”
Poucas voltas depois, Lobato se surpreende com investigação. “Onde ele poderia ter ido?”, questiona. “Parece-me muito injusto porque ele já tinha ultrapassado. Seria excessivo… o que os comissários vão ver é se Vergne se moveu depois que a asa dianteira de Alonso estava ao seu lado. Mas o problema é que aconteceu na saída de box. E isso não tem precedentes, não está no regulamento. Só está no caso normal, de pegar o vácuo e tentar a manobra”, diz De la Rosa, que relembra o caso de Hulkenberg e Bottas do GP anterior, que realmente foi bem parecido. “Foi a mesma coisa e não puniram Hulkenberg porque não tinha para onde ir e porque, quando saiu da pista, já estava com o aerofólio dianteiro de lado. Se Fernando não tivesse escolhido fazer motocross [em referência ao salto do espanhol na zebra], teria sido atirado na arquibancada”, dramatiza o comentarista, que também não coloca a culpa em Vergne. “Acho que ele nem sabia que Fernando estava ali porque era uma saída de pitlane e Fernando não teve escolha. Acho que deveriam considerar incidente de corrida.”
O que ninguém questiona é a decisão da Ferrari colocar pneus médios em Massa e macios em Alonso. “A Ferrari foi muito bem ao maximizar sua estratégia”, considera Brundle. O único que via uma possibilidade diferente era Barrichello. “A gente tem de lembrar que no final da prova o pneu dura mais. Se durou 16 no começo, dura pelo menos 20 no final. Então o Felipe poderia ter feito o mesmo. O Sutil tem já 20 voltas no pneu e é nossa resposta.”
Lá na frente, Vettel vence a sétima seguida e novamente dá seus zerinhos, mas desta vez sem multa. “Agora não vai acontecer nada porque a multa foi por não voltar ao box. O zerinho não tem problema”, explica Bruno, ainda que Galvão busque alimentar a polêmica entre os espectadores brasileiros, dando a entender que o alemão foi punido pela comemoração na Índia e poderia “levar cartão vermelho” com a repetição. “A nossos amigos velhinhos que comandam isso aí: deixa os caras comemorarem”, dá seu recado.
Comemorando como bem entender, Vettel e seu domínio ganham destaque. “Ele perdeu o sorriso quando Webber fez a pole, mas hoje o recuperou. E, como disse Christian Horner no rádio, o fez com uma corrida de campeão do mundo. Na verdade, de um quatro vezes campeão do mundo, com uma incrível gestão de pneus. Também temos de destacar a corrida de Rosberg, que ganhou a corrida do resto”, resume Capelli, enquanto, na transmissão britânica, é o próprio Horner quem aparece dizendo que o alemão “parece ter uma marcha a mais no carro” em relação ao companheiro.
21 Comments
Parece ter sido uma prova mais difícil de ler do que poderia parecer, pois até quem parecia ir para uma única parada – como as duas Ferraris – desistiu no caminho.
Pelo que pareceu, a cobertura da RAI consegue se deter sobre o maior objeto de interesse deles – a Ferrari – sem ser gratuitamente panfletária.
Isso que você nunca viu uma transmissao na Espanha. Com Alonso, De La Rosa e Marc Gené… eles ficam com o De La Rosa na cabine de transmissao e o Gené nos boxes, com microfone e fones, no melhor estilo reporter. Uma camera só nos boxes da Ferrari. Transmitem até quando o Domenicalli coça a orelha.
Consegui inserir o “parecer” 4x em três linhas. Tetra.
Parabéns Julianne, ótima leitura como sempre! Obrigado por trazer esses pontos de vista para nossa apreciação. Grande abraço e continue com o excelente trabalho.
Eu vi o GP da Índia pela TV Italiana e me surpreendi com a qualidade. Esse post, muito bom como sempre, só veio confirmar essa minha impressão. Como falou o Fábio, ele tem um ponto principal a ser falado durante toda a transmissão – a Ferrari – mas nem por isso existe um excessivo e cego fanatismo, como o pessoal da Antena 3 com o Alonso.
Falando neles, antes de ver pela primeira vez a transmissão italiana, o meu pensamento era de que veria o mesmo que vejo com Lobato e sua turma só que falando italiano. Mudei de opinião logo nos primeiros instantes.
Acompanhei o Antonio Lobato, que transmite na Antena3 desde os tempos de Tele5, depois na Sexta. Ele é o sujeito mais chato que já ouvi. Ele tem um fanatismo que chega a parecer falso, no momento que você pensa que, ele quer dar uma emoçao e uma adrenalina em coisas bobas, só para aumentar a audiência. Ele me faz lembrar aquela história de saber se ele é jornalista ou jornaleiro. Além de nao saber nada de história da F1, faz comparaçoes absurdas e sempre cita uma coisa ridícula que é a “F1 moderna”, isso para ele significa depois de Alonso na Renault. Para ele a F1 nasceu no dia que Alonso chegou na Renault.
Pra variar, vou comentar novamente sobre a questão Ferrari+Alonso=situações esquisitas: o regulamento diz que efetuar ultrapassagem passando com as quatro rodas fora dos limites da pista, exceto para “evitar uma possível colisão” é punição.
Me parece óbvio que outra alternativa para evitar colisão é “tirar o pé” e posteriormente buscar ultrapassagem. “Tirar o pé” para evitar acidente é a coisa mais natural a se fazer, por que esses comissários de prova não conseguem ser coerentes por duas corridas seguidas? Fosse um Charles Pic e Cia. Ltda o mundo cai de pau porque são os cabaços do grid, mas aparece a sombra “Ferrari”, ai entram no “veja bem”, “incidente de corrida será analisada após a prova” e tal…
Eu havia falado sobre isso. Mas ouvindo um comentarista, teve mais uma coisa estranha. O espanhol foi levado direto pro hospital no fim da corrida, quase mumificado. Pensei se isso não foi pra escapar de uma punição.
O fato é quem se machuca a ponto de ser levado pro hospital daquele jeito, fica com dores durante a corrida, suspeita de fratura de vértebra, etc…dificilmente faria a melhor volta da corrida no último giro.
Xakéto, sacumé…bora pra Austin. 🙂
A decisão dos comissários saiu antes da ida ao hospital, que ocorreu por determinação da FIA já que a luz que indica a intensidade do impacto acendeu na Ferrari do espanhol.
E, sobre a “mumificação”, lembrei na hora da minha irmã: depois de um acidente, falou para o pessoal do Resgate que estava com “uma dorzinha nas costas”. Quando vi ela estava igualzinha ao Alonso na foto… e não era nada! rsrs
Gostei da novidade com os italianos. Gosto muito deste post por nos permitir ver as visões diferentes durante as transmissões.
Imagino o quanto deve ser difícil, Julianne, fazer um post como este. Por isso só tenho a lhe parabenizar e acima de tudo, agradecer, por nos trazer tanta informação e aprendizado.
Parabéns!
Muito boa esta nova perspectiva.
A imagem dos ‘tifosi’ passa uma ideia errada do povo Italiano. A transmissão dos mesmos é digna de aplausos.
Julianne,
Em seu texto sobre o “marketing ruim” de Vettel, você trocou o ‘i’ por ‘y’. (Infinity é da Lotus)
(Você e o alemão querem mesmo destruir a Infiniti, né?! rs)
Assim complica, né?
Julianne, gostei do upgrade com a inclusão da análise dos italianos. Vou pegar emprestada do Ico uma palavra que ele usou com muita propriedade para definir seu trabalho e com a qual concordo inteiramente: luxuoso.
Cadê o Bruz? BABY CHAMP ON BOARD! Julianne, seu blog é sobre F 1, mas desculpe, não poderia deixar de registrar o fantástico título de campeão mundial do mais novo (literalmente, em todos os significados) Fenômeno da Velocidade, Marc Márquez, que fez na Moto GP o que Hamilton não conseguiu fazer na F 1 em 2007. Já disse ao amigo Bruz que gostaria de ver esse garoto PEITANDO Vettel, Hamilton e Alonso, daqui a umas duas temporadas, repetindo o extraordinário feito de John Surtees, multicampeão mundial em 2 e campeão mundial em 4 rodas, o único da História! Valentino Rossi poderia ter tentado, mas perdeu o timing por sua grande paixão, a motocicleta, não sei se vai ser também o caso de Márquez. Mesmo sabendo que hoje os tempos são outros, viajo sim nessa maionese, porque Márquez tem excepcional destreza e coordenação motora, é muitíssimo jovem e, sobretudo, demonstra imensa intimidade com a relação velocidade altíssima x distância. Tem tudo para fazer sucesso na F 1. Temos ainda o exemplo de Mike Hailwood, ou Mike The Bike pelo seu talento – uma lenda no perigosíssimo TT, com 14 vitórias – que também correu na F 1, embora não tenha obtido o mesmo sucesso de seu compatriota e patrão Surtees. Mas Hailwood foi Campeão Europeu de F 2, conseguindo andar na frente muitas vezes até de feras da F 1 que também corriam (mas não pontuavam) na F 2, como Peterson, Emerson, Cévert e outros. Eu vi pessoalmente Mike correndo na F 2 e na F 1.
Voltando a Márquez, é um piloto que combina talento com coragem, arrojo e um estilo de pilotagem espetacular e eletrizante, e agora, até maturidade, como demonstrou na sensacional prova de hoje, em que o grandíssimo Lorenzo deu uma verdadeira aula de pilotagem. Recomendo àqueles amigos aqui do Blog que não acompanham a Moto GP que dêem uma espiada no campeonato do ano que vem; não vão se decepcionar, tudo ali é à vera, no mano a mano, disputa-se sem tréguas centímetros de pista, sem DRS e sem farellis. Corridaça, esta que definiu o título (as outras também). Já está na hora de termos OUTRA VEZ um campeão mundial em 2 e 4 rodas.
Você assiste a MOTO GP, Julianne?
Não costumo assistir mas queria ver hoje e infelizmente perdi pois estava trabalhando em outra coisa. Você já deu seus pitacos no blog do Gabriel?
Era o que eu iria comentar agora, ‘Ju’ e ‘aucam’. O blog do Gabriel é a mais pura análise da MotoGP.
Fiz meu primeiro comentário por lá hoje a tarde, na hora do churrasco aqui em casa, mas sempre acompanho as notícias que o mesmo produz.
Para ser sincero, não, Julianne. Pura falta de hábito, inclusive por falta de visibilidade do Blog dele. Mas vou passar por lá. Geralmente pulo do seu blog para o do Ico (embora seja muito raro eu comentar lá) e vice-versa. Você já reparou como o Blog do Gabriel não aparece nos links laterais do seu blog e do blog do Ico? O do Gabriel só aparece uma única vez no site do Totalrace (bem lá embaixo), onde geralmente fico apenas nas notícias, na parte superior do site, por já ter lido os blogs seu e o do Ico antes, arquivados em meus Favoritos. Então vai aqui uma SUGESTÃO, não sei se você concorda: o blog do Gabriel precisa de mais visibilidade no site, pois é muito bom e no entanto é fácil passar despercebido para quem ainda não tem o hábito de consultá-lo.
De qualquer maneira, desculpe pela postagem de um pitaco sobre motociclismo no seu blog Julianne, mas postei o comentário para fazer uma ligação com a potencialidade que Marc Márquez demonstra ter de sobra para competir e fazer sucesso na Fórmula 1 também, e eventualmente abalar o reinado dos três grandes, na minha insignificante opinião. Ah, Julianne, você perdeu uma grande corrida, sinto dizer. Além de F 1 e GP 2, eu também gosto de motociclismo de velocidade e de rallye (o WRC) e acompanho o que posso dessas competições
Grande abraço.
Sabía que vc daria seu pitaco aqui Aucam, e com essa corrida ainda mais. O titulo do Marc era quest;ao de confirmação (até porque sería injusto não levar por causa da marmelada na Australia), mas a exibição do Balearense foi a guinda de um disputadissimo e alusinante campeonato. Lorenzo foi um gladiador num duelo a daga curta contra as duas Honda Racing, que atacavam tentando abrir espaço que o da Yamaha fechava por todos os angulos. A estrategia excelentemente regida por Lorenzo de reter o pelotão, foi cumprida a rigor na esperanza de uma queda da “formiga atómica”. Mas parecia que Rossi e Bautista não tinham determinação de atacar. Essas 10 primeiras voltas foram espectaculares com Pedrosa passando y recebendo o troco até se tocarem e Marc conseguir dar o pulo na frente, sendo inmediatamente dobrado de novo por Lorenzo. Como era uma loucura no limite e com Marquez já despegado do resto, então Lorenzo decidiu despedir o campeonato na base da velocidade pura ganhando pelo menos no quesito vitorias, 8 a 6 no coroado Marc.
Tudo bem Aucam. Grande campeão o Petisso Marc Marquez. Mas o Lorenzo deixou claro que o ano que vem tem o troco.
Por outro lado. Acho que assistimos a despedida de Valentino, muito apagado. Se continuar só vai estar tirando a máquina de outro que melhor mereça e sujando seus registros.
A os amigos que não assistem por não terem TV a cabo, recomendo http://www.streamhunter.eu/ , ai da para assistir até corrida de Baratas.
Forte Abraço velho.
Bruz, como você também sabe, nas categorias de ponta hoje em dia, Fórmula 1 e MotoGP em especial, centésimos e até mesmo milésimos de segundo contam demais, e a diferença quem faz é a idade, a juventude, a prontíssima rapidez dos reflexos humanos. Não adianta lutar contra a idade, que, para rimar, combina com falta de velocidade. É absolutamente natural o declínio humano e, concordo com você, infelizmente essa curva declinante já começou para o gigante Valentino, mas eu creio que ele terá a sensibilidade para não diluir suas estatísticas. Rossi deixará saudades, é certo, mas já tem um substituto à altura dele: Marc Márquez, até no jeito descontraído com que se comporta após as corridas.
Surpreendeu-me a maturidade demonstrada por Márquez, que não aceitou a provocação de Lorenzo e nem ligou pra Pedrosa. Márquez fez o que Lewis Hamilton não fez e deveria ter feito em 2007, naquele campeonato estranho, para usar a mesma palavra que Montezemolo usou em suas declarações deste final de semana, para se referir ao final do campeonato de 2008, conforme está nos principais sites hoje. Fico imaginando o que Márquez vai fazer em 2014, agora sem pressão e conhecendo bem a máquina e todas as pistas com ela.
Julianne sugeriu-me o ótimo blog do Gabriel aqui no Totalrace, e vou passar a postar lá quando eu quiser falar sobre motociclismo, como já fez o Redhorse.
Forte abraço.
Vou levar sua sugestão adiante, Aucam. Bastante pertinente, por sinal.