GP de Miami ao vivo: Turistando na F1

Há alguns motivos para ver o GP de Miami ao vivo. A prova já estreou como uma das mais badaladas do campeonato. É a única em que os torcedores têm acesso a um estádio (onde fica uma das fan zones). E a oferta de voos do Brasil é bastante favorável.

É um GP para quem gosta de grandes eventos. Como toda pista de rua, a visibilidade das arquibancadas não é fantástica, e pelo menos a primeira edição não foi das melhores na pista. Mas foi daqueles eventos em que todo mundo queria estar.

Não coincidentemente, só não é a prova com ingressos mais caros no campeonato porque agora Las Vegas fará sua estreia.

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A indicação para o ingresso que garante um acesso diferente vem por dois motivos. Primeiramente, o GP de Miami me parece mais um evento para ser curtido em todas as suas peculiaridades do que apenas uma corrida em si. Com esse ingresso, você não tem acesso às arquibancadas, mas pode circular por quatro áreas diferentes, todas com visão da pista.

Duas destas áreas são vedetes da prova. A marina fake e o estádio Hard Rock em si. Esse acho que é a grande vantagem do ingresso pois, pela descrição, é possível subir nos lugares mais altos do estádio, o que dá uma excelente visão porque o estádio é bem alto. Com um adendo: isso também dá visão para o paddock, que ficará dentro do estádio.

E o segundo motivo é o preço exorbitante de todos os ingressos em Miami. O valor dos ingressos das arquibancadas bate nos 4.000 reais na maioria dos casos, então a possibilidade de curtir o evento, ver a movimentação do paddock e a cerimônia do pódio de perto, por 590 dólares, não é nada mal.

Hospede-se: perto do aeroporto

Eu sei que não parece das melhores opções, mas estou levando em consideração que o espaço para estacionamento é bem reduzido (a pista usa o estacionamento do estádio). E que a melhor opção para se chegar ao circuito será com transporte público. Assim, a melhor maneira é pegar a linha 297 do Metrobus. Ela sai do aeroporto e vai seguindo em linha reta pela NW 27th Avenue até o Hard Rock Stadium.

Essa linha cruza com algumas estações do Metrorail, como a Dr. Martin Luther King Jr., então outra opção, para quem quer ficar mais perto da praia, é pegar algum hotel perto do Metrorail e fazer a conexão. De qualquer maneira, vai demorar pelo menos uns 40 minutos para chegar até dentro da pista.

Se a opção for ficar em Fort Lauderdale ou Hollywood Beach, Golden Beach, etc. (as partes de praia que ficam mais perto de Miami Gardens), só atenção para as opções de transporte público, pois não é tão perto quanto parece.

Vá para o GP de Miami ao vivo de: transporte público

A linha 297 do Metrobus sai do aeroporto de Miami e tem conexões com o Metrorail, então é uma opção plausível. Alugar um carro pode ser complicado pela dificuldade de estacionar. No ano de estreia, esse foi um problema até para quem tinha credencial para trabalhar. Uber e Lyft funcionam bem, mas espere pagar pelo menos 50 dólares saindo do centro de Miami.

Não perca: os eventos extra-pista

O público atraído pelo GP de Miami é um público festeiro. E, mesmo no ano de estreia, tinha gente que viajou até lá só para ir nos eventos. Houve uma festa oficial na quarta-feira, que não fez muito sucesso, e outras não-oficiais ou de parceiros da F1 espalhadas pelo final de semana. Depois, é só relaxar nos mais de 32km de praia.

E, é claro, não dá para perder a visão do topo do estádio. Tanto da pista, quanto do paddock, o que será uma novidade na edição de 2023 e também uma novidade na própria F1.

Combine com: outros destinos na Flórida

Os marinheiros de primeira viagem para a região vão ficar provavelmente tentados a alugar um carro, pegar 3h30 de estrada e ir passear na Disney. Mas Mickey, Minnie e Pateta não são as únicas atrações da Flórida.

Cocoa Beach é uma opção interessante para quem gosta de surfe e também para quem curte astronomia. É a porta de entrada para o Kennedy Space Center. Quem sabe você não dá sorte e pega o lançamento de algum foguete?

Quem curte mais explorar a vida marinha pode ir para Islamorada ou mesmo pegar um barco e chegar nas Bahamas em 2h! Você não vai chegar à capital, Nassau (para isso, é preciso pegar um voo curto, de pouco menos de 1h), mas sim a Bimini.

Mas o que considero o mais único da região são os pântanos, que ocupam uma enorme área no sul da Flórida. É como se fosse um rio de proporções gigantescas e coberto por uma camada fina de vegetação, que flui lentamente para o oceano. Claro que a área atrai diversos animais, e muitos crocodilos. Dá para passear de bike ao redor dos pântanos ou com canoas ou com airboats.

Quanto fica ver o GP de Miami ao vivo?

Os hotéis ficam bem caros na época de GP. Pelo menos, a rede hoteleira em Miami é bem maior do que em Austin e acaba acomodando melhor os torcedores. E também há boas opções no Airbnb e outros sites do tipo. De qualquer maneira, não será barato. Então dá para calcular 400 dólares por três noites. A maioria dos hotéis fica bem acima disso, mas há opções para diferentes bolsos.

O ingresso sairá 590. O visto custa 160 dólares. Entre os três GPs nos EUA, Austin é a mais barata, mas com um detalhe importante: a passagem de avião. Miami é tem muito mais voos diretos de São Paulo, a passagem em maio sai menos de 500 dólares. Mas não é exagero pensar que a conta pode bater em 2000 dólares, principalmente se adicionarmos as festas ao “pacote”, até porque Miami não é uma cidade barata.

Lembrando que este não é o gasto mínimo para ver o GP. E, sim, o melhor custo-benefício:

Vale a pena ver o GP de Miami ao vivo?

É um evento, acima de tudo. Eu esperaria mais dois ou três anos para a organização fazer todos os ajustes. Até porque já foram feitas muitas mudanças do primeiro para o segundo ano, com várias áreas com falhas identificadas. E, quem sabe, os preços vão deixar de ser tão inflacionados em pouco tempo.

De qualquer maneira, o GP vale a pena para quem gosta de festa, de um clima de diversão. E daquele entretenimento que os americanos sabem proporcionar.