F1 Grande teste - Julianne Cerasoli Skip to content

Grande teste

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Nem mesmo nos tempos de domínio a Red Bull se dava muito bem com a pista de Montreal. Afinal, mas longas retas e as raras curvas expunham a filosofia de um carro mais voltado para gerar eficiência aerodinâmica e, consequentemente, mais arrasto. Depois de surpreender nas últimas duas etapas, a equipe é a primeira a admitir que tem um teste importante neste final de semana: “Se lutarmos pelo pódio no Canadá, podemos estar entre os primeiros em qualquer corrida”, avisa Daniel Ricciardo.

Mesmo ano passado, quando terminou o campeonato em quarto lugar, o chassi da Red Bull era tido como o mais próximo da Mercedes. Nas primeiras corridas deste ano, tal qualidade, unida à evolução da unidade de potência da Renault, incentivou que a equipe adotasse acertos com menos carga aerodinâmica, de certa forma prejudicando a velocidade de contorno de curvas e diminuindo a resistência nas retas. Isso criou um temor entre os rivais: imagine quando eles sentirem que podem ‘carregar’ o carro e ainda assim terem um tempo de volta melhor?

A performance na China foi o primeiro sinal, mas os rivais poderiam dizer que Hamilton estava fora de combate. O segundo indício veio no terceiro setor de Barcelona, justamente o mais sinuoso, que ‘prendeu’ tanto Raikkonen na briga com Verstappen, quanto Vettel na luta com Ricciardo.

Em Mônaco, o australiano contou com a atualização do motor Renault, que a montadora francesa promete gerar até 0s5 por volta dependendo do circuito – e o traçado do Principado, obviamente, não estaria entre aqueles nos quais os benefícios ficariam mais claros. Claro que pneus e pressões são diferentes em relação a um ano atrás, mas o fato é que o mesmo Ricciardo que ficou a 1s da pole em 2015 só não venceu em 2016 por um erro da equipe.

A qualidade superior do carro, tanto em termos mecânicos (evidenciados em Mônaco) como aerodinâmicos, já está comprovada. Em Montreal, saberemos o quanto a Renault pode ajudar a a Red Bull a se tornar a principal ameaça à Mercedes.

Os rivais têm motivos para temer os franceses, que conseguiram uma evolução considerável mesmo gastando relativamente poucos tokens. A tal atualização do meio segundo ‘custou’ apenas três fichas de desenvolvimento, totalizando 11 usadas desde o fim do ano passado. Com isso, a Renault ainda tem 21 tokens ‘na manga’, contra 14 da Honda, 11 da Mercedes e apenas 6 da Ferrari – e espera-se que os números dos rivais caiam em Montreal.

Não é por acaso, portanto, que a Red Bull renovou com os franceses. Claro que há um ingrediente de falta de opção – imaginem se a Mercedes ou mesmo a Ferrari tivessem assinado com o time anglo-austríaco para este ano! – mas também existe a confiança de que a velha parceira encontrou seu caminho.

Ao contrário da Honda, que ainda não está segura de sua filosofia e considera revolucionar seu motor para o ano que vem, a Renault sempre teve seus problemas focados no ICE – motor de combustão – algo relativamente mais fácil de resolver.

O porquê deles terem demorado tanto tempo para justamente encontrar esse caminho é difícil de avaliar. Se formos confiar na opinião de Christian Horner, tem a ver com erros operacionais na fábrica em Viry. De qualquer forma, é claro que o investimento vindo com a compra de uma equipe ajuda. Veremos na sequência de provas de longas retas que começa neste final de semana se será o suficiente para resolver.

5 Comments

  1. Jú boa tarde.
    Na sua conversa com o Mario Isola da Pirelli você chegou a falar sobre os pneus do ano que vem?
    Pelo o que vi a aderência mecânica vai aumentar bastante…
    Você fara uma matéria especial sobre o assunto?
    ótima cobertura no Canadá.

    • Certamente virão várias matérias sobre 2017. Por enquanto a missão é sobreviver às 6 corridas com só dois finais de semana livres que teremos pela frente!

  2. A China foi um excelente indício. Uma pista com a maior reta da atual F1, o Riccardo largou em segundo, apenas 0,5 atrás da Mercedes, assumiu a ponta na largada e lá ficou até o pneu estourar. Caiu pro fundão e ainda conseguiu chegar em quarto num ritmo excelente de corrida. E tudo isso antes da atualização do motor. Acredito sim que possam andar bem em Montreal e, consequentemente, em todas as outras pistas. Se isso se confirmar, o Riccardo passa a sim ser candidato real ao título, visto que temos um campeonato gigante de 21 corridas. Isso pode ser bom pra Ferrari, McLaren e até Renault em 2017. Com Mercedes e Red Bull brigando e concentrando recursos até o fim do ano, cabe à estas outras, jogar a toalha desse ano, se concentrar no próximo e tentar dar o pulo do gato. Foi assim que Brawn, Red Bull e a própria Mercedes construíram suas hegemonias. Um abraço.

    • Everaldo,

      SE a RBR confirmar o grande avanco do conjunto carro/motor, sera uma hora legal para verificar se a mercedes ainda tem potencia ou alguns decimos sobrando para dar um pau na concorrencia ou nao. Meramente desconfio, just for fun, que eles ainda tem algo sobrando, mas como seria espetacular ver Ricciardo e ate o menino maluquinho roda a roda com os dois best friends for life da mercedes.

      • Mike,

        Também acredito que a Mercedes ainda tem alguma sobra. Se não de chassi, de motor. Mas também acredito que, mesmo sem um carro dominante, o Riccardo pode sim se inserir na briga. O australiano tá se mostrando muito forte. É agressivo, mas justo, não estabanado. Tem uma boa cabeça e já tem certa experiência. E a gana de quem nunca foi campeão. Se o Hamilton for muito pressionado, perde a cabeça. O Rosberg, idem. Logo, acredito que o Riccardo possa tirar proveito disso, mesmo que a Mercedes ainda tenha sobras. Se isso acontecer, nós seremos brindados com uma excelente surpresa. Será muito difícil, pela sobra que você citou que a Mercedes ainda tem e que concordo contigo, mas, desde já, sou Riccardão desde criancinha, hehe. Abração.


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