Heavy Metal e a Fórmula 1: dá para comparar? Skip to content

Heavy Metal e a Fórmula 1: dá para comparar?

Entre uma temporada e outra, gosto de abrir o espaço do blog para vocês, os fãs, publicarem seus textos. Cada um pode trazer um pouquinho do que conhece ou sente, e por isso que essa experiência tem valido muito a pena. E é o que vocês vão perceber nos 10 textos ou vídeos selecionados nesta nova temporada do Blog Takeover. Aqui, uma comparação entre Heavy Metal e a Fórmula 1.

Às vezes me pego refletindo nas semelhanças entre as minhas paixões e a minha vida profissional. Sendo Controlador de Tráfego Aéreo por profissão, e também um amante da aviação, eu sempre achei que aviões e Fórmula 1 são duas coisas que tem bastante conexão. Termos do tipo Tubo de Pitot, aerodinâmica e até mesmo o tão falado efeito solo são comuns nas duas áreas.

E o Heavy Metal? O que um estilo musical tão averso ao gosto popular pode ter em comum com a Fórmula 1? 

Sem dúvidas, a música é a maior das minhas paixões, dentre tantas outras que eu tenho. Desde que entrei para o hobby de escrever resenhas de álbuns de Heavy Metal pude me aprofundar e entender um pouco mais dos bastidores que acontecem na vida de uma banda e acredito que é aí que pude perceber as similaridades, principalmente do lado que não vemos dessas duas atividades. 

Então vamos tentar entender um pouco sobre isso?

A empolgação!

Tudo bem que a empolgação que uma boa corrida pode proporcionar não é algo de bastidor, mas esta é a mais óbvia comparação que temos. Para um fã de Rock, uma música do estilo também pode oferecer uma adrenalina similar. Eu poderia mencionar como um grande exemplo, a clássica música dos britânicos do Deep Purple, a “Highway Star”. 

De acordo com relatos de um dos membros fundadores da banda, o falecido tecladista John Lord, a ideia dela nasceu inspirado em uma noite de curtição, com carros possantes em alta velocidade e tudo o que essas festas ofereciam na década de 70. Tal som desfilou no disco de maior sucesso da banda, o “Machine Head” de 1972, que levou o grupo a um patamar de arenas.

Ela também foi parte do jogo Rock n’ Roll Racing e quem viveu o início dos 90, pode conhecer vários clássicos do Heavy Metal enquanto disputava as corridas. O interessante era que cada fase oferecia pistas em planetas diferentes. Sem dúvidas, era uma ótima combinação de Rock, velocidade e uma boa ficção científica também! 

A vida de um rockstar e de um piloto

O glamour, o assédio dos fãs e também uma certa exposição de sua vida são comuns para ambos, mas e o lado ruim de tudo isso?

Analisando os contras da vida de um Rockstar e de um piloto de fórmula 1, eu acredito que o distanciamento da família seja o principal fator que leva a uma aposentadoria precoce, ou até mesmo a desistência de uma carreira. 

Uma banda de sucesso realiza shows quase que diariamente e tem uma rotina de hotel/aeroporto/palco bem desgastante. Um piloto de Fórmula 1 tem um tempo maior entre cada corrida, mas toda a logística entre uma etapa e a outra não oferece muito descanso, afinal estamos falando de deslocamentos entre países ou continentes nesse caso, diferente do músico que vai mudando de cidade em cidade a cada show. 

Muitos músicos decidem por se aposentar para oferecer mais tempo junto a família e no mundo dos pilotos tivemos casos bem emblemáticos como a de Nicko Rosberg, que anunciou a sua aposentadoria dias após ganhar o seu primeiro campeonato mundial. Recentemente, o tetracampeão Sebastian Vettel também seguiu pelo mesmo rumo e pelos mesmos motivos.

Logística

Acredito que a logística deva ser a maior semelhança entre esses dois mundos. Uma banda no nível do Iron Maiden, ou Metallica, planeja as suas turnês com meses de antecedência, já pensando no transporte de todo o cenário de palco, equipamentos e equipe. Há um grande estudo de preço de combustível da aviação, algo que encarece muito as passagens aéreas. No caso do Iron Maiden, os fãs lembram bem que a banda chegou até a usar um avião próprio para dar conta de tanta coisa a ser carregada.

A vida de uma equipe de técnicos de som e instrumentos, tal qual a dos Roadies de palco, é bem similar ao dos mecânicos e engenheiros. Eles realizam desde a montagem do palco e ajuste dos equipamentos até sanar qualquer imprevisto com a banda mesmo durante o show. Alguma semelhança com um carro de fórmula 1 quando quebra uma asa ou tem um furo de pneu durante a corrida?

Briga interna

Talvez isso seja quase uma regra dentro das equipes de Fórmula 1. De cabeça, o caso mais recente em que uma briga interna fez uma equipe perder um campeonato mundial foi a do ano de estreia de Hamilton com o então recém coroado bicampeão Fernando Alonso, em 2007. Não pense que no Heavy Metal isso não acontece também. O próprio Deep purple, banda que mencionei anteriormente, ficou muito famosa pelas brigas bem acaloradas entre o vocalista Ian Gillan e o Guitarrista Ritchie Blackmore. 

De início, Ian Gillan abandonou o barco e, posteriormente, o próprio Blackmore não quis mais continuar. Até hoje eles continuam sem se falar.

No Brasil, tivemos o famoso caso do Sepultura, que teve a separação com o vocalista/guitarrista Max Cavalera, quando estavam no auge do sucesso mundial. Apesar do Sepultura estar firme hoje, após ter que se reerguer desse desfalque, as alfinetadas na imprensa vinda de seus ex-membros perduram até hoje, quase 30 anos após o ocorrido.

E já que tocamos no nome do Sepultura, vamos para o próximo tópico que tem a ver com eles.

Orgulho nacional

Tocando no assunto do Sepultura, não há como deixar de falar sobre o orgulho nacional quando o seu país se torna famoso mundo afora por algum motivo. Na década de 90, sentíamos isso com o futebol com as recentes conquistas mundiais de Ayrton Senna. 

Nesse mesmo período, o Sepultura começou a despontar como a primeira banda de Heavy Metal brasileira a ter um elevado reconhecimento internacional. Principalmente entre 1993 e 1996, o quarteto mineiro chegou a ser apontado como o novo Metallica em termos de sucesso e lotava, estádios e arenas mundo afora. 

Nessa época, o grupo fazia questão de mostrar a nossa cultura musical, incorporando muitos elementos percussivos e sons brasileiros. Bandas que tocavam com bastante peso não era algo novo, porém tocar um Heavy Metal agressivo, misturado com algo tão diferentes, era um tanto inovador.

Eles chegaram a gravar com a tribo Xavantes e essa mistura sonora deu origem ao mais aclamado disco do grupo, o “Roots” de 1996.

Da mesma forma que Ayrton Senna trazia alegria a um povo brasileiro, o Sepultura vinha junto, aumentando esse orgulho de ter tantas coisas boas em nosso país.

E na Inglaterra, terra onde a F1 é muito famosa? Podemos citar os britânicos do Iron Maiden que não escondem o seu patriotismo em músicas como “Aces High”, falando da Força Aérea Real na Segunda Guerra Mundial ou em “The Trooper”, quando o vocalista/piloto de avião/esgrimista Bruce Dickinson ergue a bandeira de seu país. 

Eu, sendo escritor de um site de Heavy Metal com base no Reino unido, a Ever Metal, percebi que meus colegas redatores de lá demonstram grande admiração por Nigel Mansell. Me parece que ele sim, é o grande ídolo da F1 no Reino Unido. Mesmo Hamilton, que como Julianne Cerasoli explicou muito bem em um de seus vídeos, não é uma unanimidade por lá. Ainda assim, é inegável o quão chateados eles ficaram após a corrida de Abu Dhabi em 2021 e sabemos o motivo disso. 

Então é isso pessoal. Espero que tenham gostado dessa visão meio que de bastidores desses dois mundos tão distintos, mas que tem as suas semelhanças. 

Grande abraço!

Victor Augusto
Redator da www.ever-metal.com (Reino Unido)
Instagram @victor.augusto.promote
Twitter @victor22augusto

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