As restrições ao uso da comunicação via rádio durante os GPs chega em uma hora complicada para equipes e pilotos: em Cingapura, provavelmente a prova mais dura do ano devido à alta umidade e à longa duração, uma vez que a conta de 300km + 1 volta é mantida para determinar o número de voltas da corrida mesmo em um circuito relativamente de baixa média de velocidade. Assim, serão quase duas horas dentro de um caldeirão, que estressa motor, câmbio, freios e, é claro, os pilotos.
Ainda que a Fórmula 1 já não seja tão dura fisicamente quanto há dois, três anos, Cingapura continua merecendo atenção especial, pois a desidratação é grande durante a prova. E um corpo mal hidratado não responde da mesma maneira, tanto física, quanto mentalmente. São nessas condições que os pilotos terão de tomar decisões a respeito de mapas de motor, economia de combustível, equilíbrio de freio, enfim, todas as relacionadas à performance do carro.
Por outro lado, informações sobre a disputa em si, como diferenças para os outros pilotos e instruções para forçar o ritmo continuam permitida. Continuaremos ouvindo, portanto, que “it’s hammer time” para Hamilton. Confira aqui a lista completa do que pode ou não.
Ainda é cedo para saber se essas mudanças vão afetar a competição de alguma maneira. O mais provável é que todos se adaptem sem grandes dramas – e os pilotos que eram menos dependentes dos engenheiros ganhem um pouco de terreno – mas se existe uma área que preocupa são as largadas.
Fizemos um especial, em 2011 com Rubens Barrichello, sobre a volta de apresentação e o procedimento de largada. Ali fica claro como a missão é complicada, então não seria surpresa vermos algumas largadas ruins porque os mapas não foram colocados da maneira correta – ainda mais em um circuito em que há 500m entre a largada e a primeira curva. Por outro lado, Nico Hulkenberg já falou que a corrida será muito mais complicada que a largada. “Não é nenhum segredo o que fazemos na volta de apresentação”, disse o alemão.
Sim, a corrida. São 82 trocas de marcha por volta, então é uma área em que os pilotos têm que ficar atentos. Já em relação ao combustível, não deve ser um problema, pois o uso por volta é de 1.7kg, bem abaixo dos circuitos “campeões” de consumo, como Melbourne, por exemplo, onde se gasta 2.64 kg.
Outro “alívio” é a brecha dada pela FIA para informações sobre os freios em Cingapura – a partir do GP do Japão, isso também será banido. É um circuito em que eles são muito exigidos, como descobriu Mark Webber em 2010: usa-se os freios em 22% da volta. Porém, os engenheiros só podem alertar sobre o uso, não podem indicar como os pilotos devem proceder. A partir de agora, tomar esse tipo de decisão é o trabalho dos pilotos.
3 Comments
Ju, da lista de mensagens proibidas, essa me chamou a atenção:
– Seleção de acertos (a não ser por um problema no carro claramente identificado)
Original em Inglês:
– Selection of driver default settings (other than in the case of a clearly identified problem with the car).
Essa talvez seja usada para burlar a proibição, porque a equipe pode argumentar instruíu o piloto para evitar que o carro quebrasse. Como julgar isso?
E como a FIA vai monitorar e ir simultaneamente avaliar todas as conversas? Vão ser disponibilizados mais comissários? E as penalizações caso algume infrinja, já estão definidas?
O GP de Singapura tem tudo para ser um pouco confuso, devido ainda essa falta de definições.
sorry, meu teclado tava com as teclas fora do lugar rssss
Depois de ler um pouco sobre o “radio ban” e as complicações que isso pode trazer, posso dizer que a F1 é absolutamente esquizofrênica.
É uma verdadeira loucura implementar todas essas novas tecnologias e querer que o piloto gerencie tudo sozinho. É mesma coisa que pedir a um piloto de avião pra fazer um vôo por conta própria.
E ainda por cima no meio da temporada, como se fosse uma corrida de fuscas? Que maluquice…
Então o que acontece é que eles promovem um regulamento técnico que contradiz o regulamento esportivo.