“Os melhores pilotos, guiando, nos melhores circuitos, os melhores carros, feitos pelos melhores engenheiros. A Fórmula 1 é, essencialmente, uma categoria elitista. Isto está em seu DNA, foi por isto que ela foi criada, nos anos 1950. E, por ser a nata do automobilismo, é a que atrai maior atenção da mídia, de gente chegada em poder e em dinheiro.
A principal diferença da F1 para as demais categorias do automobilismo é ser, em essência, um campeonato de construtores. O fato de cada equipe ter que construir seu carro e de haver uma competição milionária entre os times fez com que os gastos crescessem exponencialmente ao longo do tempo. E, especialmente nos últimos 2 ou 3 anos, isso se tornou muito fora de moda. O mundo está percebendo que uma abordagem sustentável é a saída mais inteligente para continuar crescendo. Mesmo as economias emergentes que Bernie Ecclestone foi caçar no Oriente Médio e no Sudoeste Asiático vão secar – ou implodir, como estamos assistindo no Bahrein. É fácil entender, portanto, por que a F1 anda tão preocupada com seus gastos.
Somado a isso, a engenharia (particularmente, a aerodinâmica) evoluiu tanto que já não serve mais para as corridas de automóvel. Os modelos de hoje são tão perfeitos que usam todo o ar “bom” para si e jogam o resto para fora. Aí também fica fácil entender por que um carro feito para andar de cara para o vento não consegue seguir outro, que joga todo o ar “turbulento” para trás.
Não adianta falar em volta do efeito solo, freios menos eficientes, o que for: hoje há tecnologia para melhorar tudo o que já funcionou para dar emoção às corridas um dia”.
Este é um trecho do post que publiquei hoje no PodiumGP e que abre a discussão aqui no FasterF1 dessa semana: por que se gasta tanto na F1? Onde se gasta? Como tornar a categoria sustentável, sem mexer em seu DNA de ser a nata do automobilismo?
3 Comments
Muito boa matéria, tinha que juntar em um único site, voce e Luis Fernando Ramos. São, de longe, os mais imparciais e técnicos a comentarem sobre a categoria aqui no Brasil.
Entendo que a padronização das asas e assoalho, fornecidas e sorteadas por uma única fabrica de fora da F1, resolveria em 50% dos problemas aerodinâmicos. No resto do carro a liberdade de inventividade dos engenheiros mandam.
Suas duas perguntas são ótimas e interligadas. Particularmente, escolheria a primeira alternativa, pela história da humanidade, é nos períodos de maior dificuldade, é que surgem as melhores soluções. Infelizmente o ser humano funciona melhor sob pressão. O problema dos gastos, é o calcanhar de aquíles das “grandes”, afinal para elas, como abidicar do direito de seu maior poderio econômico? Na boa, o teto funcionaria da seguinte forma, vcs terão que fazer o melhor projeto, com os recursos que possuem, daí, teríamos uma produtividade de qualidade e enxuta, seria bom para todo mundo, ou seja, se virem com o que têm!