“Dinheiro não compra resultados”, twittou Sergio Perez recentemente. De fato, desclassificar um piloto apenas pelo apoio financeiro que ele traz não faz muito sentido em um mundo em que cifras e habilidade cada vez mais caminham juntos. Ou será que Alonso chegaria à F-1 sem o apoio da Telefonica? Ou Vettel sem a Red Bull? Ou Hamilton sem a McLaren?
É esse caminho que especialmente Pastor Maldonado e Sergio Perez e, em menor escala, Chales Pic, esperam trilhar nesta temporada.
Pastor Maldonado |
Maracay, Venezuela, 10.03.1985 |
39 GPs |
Em 2012: 15º, 45 pontos |
O que levar para 2013: performances em classificação |
O que esquecer: falta de consistência nas corridas |
Vencedor de GP e habitué do Q3 com a boa Williams em 2012, Maldonado precisa encontrar a consistência que lhe faltou nas corridas e pensar duas vezes antes de jogar seu carro na disputa de qualquer posição para se efetivar como líder da equipe. Acredita-se que seu contrato vá até o final de 2015, mas não se sabe como a saúde frágil de Chavez e as incertezas que rondam seu regime na Venezuela podem afetar o cumprimento do acordo.
Sergio Perez |
Guadalajara, México, 26.01.1990 |
39 GPs |
Em 2012: 10º, 66 pontos |
O que levar para 2013: estratégias ousadas e cuidado com os pneus |
O que esquecer: inconsistência nas classificações |
Pelo menos até que a Vodafone confirme sua esperada saída e abra espaço para outra gigante das comunicações, a Telmex, Sergio Perez pode dizer que sua ida à McLaren é resultado direto do desempenho mostrado na Sauber. É fato que o mexicano impressionou desde sua estreia, na Austrália em 2011, quando foi o único a fazer uma parada quando muitos precisaram de três, mas a consistência necessária para ser piloto de equipe top ainda não apareceu, principalmente em classificações. Além disso, não era segredo na Sauber que seu temperamento não é dos mais fáceis e que faltava espírito de equipe. Nada que o amadurecimento do piloto de 23 anos não possa corrigir. Resta saber se a engessada McLaren é o lugar ideal para isso.
Charles Pic |
Montélimar, França, 15.02.1990 |
20 GPs |
Em 2012: 21º, sem pontos |
O que levar para 2013: boas performances em classificações |
O que esquecer: inconsistência nas corridas |
Os próprios jornalistas franceses reconhecem ver em Charles Pic um riquinho excêntrico que busca se distanciar da fama de milionário. Não que o piloto tenha mostrado muitos resultados para tanto antes de chegar à F-1, mas é bem verdade que Pic foi o piloto que mais deu trabalho a Glock nos três anos de Marussia. Se isso tem mais a ver com o crescimento da equipe como um todo, igualando as condições entre os pilotos, o francês terá chance de mostrar agora na Caterham. Mas vale lembrar que não seria nada mal para o piloto que seu novo time, que o contratou em grande parte buscando vantagens com a Renault, preferisse alguém com mais experiência como seu companheiro.
Confira mais sobre o Quem é Quem da temporada 2013 da F-1.
2 Comments
Ju, o título de seu post é perfeito, afinal o apoio financeiro é importante, mas não garante pilotagens de destaque…Acho engraçado quando falam que o Santander “compra” o espaço de Alonso na Ferrari, mas se esquecem das exibições de gala do espanhol, enfim, o patrocínio é importante, mas a competência ainda fala alto.
É verdade Julianne, essa tuitada foi muito bem dada por Sérgio Perez em resposta ao pachorrento Paul Di Resta que se acha a última bolacha do pacote e ficou mordido com a McLaren, por não tê-lo escolhido em substituição a Hamilton. Para “completar” a dupla da Force Índia, só falta mesmo o Jules Bianchi, que nada fez na GP 2, engrenou uma ré para a World Series Renault 3.5 e lá apanhou do ótimo e rápido estreante Frijns, que está a pé por falta de grana para correr na GP 2 e vai ser reserva da Sauber (é assim que um talento pode se estiolar).
Pic, “overrated” por muitos, deu trabalho a um Glock que já devia estar jogando dominó com Giorgio Pantano há muito tempo. No DTM, Glock vai ser almoçado pelo excelente Bruno Spengler.
E$$a Fórmula 1! . . . Francamente! . . .Enquanto isso, Kobayashi – que pode não ter perfil para campeão, mas é um irreverente animador de corridas – está fora. . .
Razia, que está “pilotando o fino”, felizmente estará no grid, na Marussia, embora eu torcesse para a sua entrada na Force India. Aliás, Razia e Calado ou Razia e Sutil comporiam uma ótima dupla para a Force India. O baiano irá se impor com folga a Chilton, se houver igualdade de tratamento.