F1 Melhor dentro do que fora - Julianne Cerasoli Skip to content

Melhor dentro do que fora

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Os pilotos da Manor não tiveram a oportunidade de mostrar muita performance, mas os outros três estreantes da temporada revelaram que o futuro da Fórmula-1 está em boas mãos. Pelo menos dentro da pista. Difícil mesmo é imaginar como será a categoria em que nomes como Verstappen, Sainz e Nasr deverão brilhar no futuro. Afinal, o esporte vive uma queda de braço política que, pelo que se pode enxergar hoje, não tem como acabar bem.

De forma unilateral, a Federação Internacional de Automobilismo anunciou que vai iniciar um processo para escolher um fornecedor independente de motor, sob um regulamento técnico diferente do atual, para concorrer com os V6 turbo híbridos a partir de 2017. A justificativa é de que os motores vendidos pelas quatro montadoras que estão na categoria são caros demais e comprometem uma parte importante do orçamento das equipes médias, impedindo que elas se desenvolvam. Mas que ninguém se engane: os requisitos técnicos do novo motor pouco importam perto do significado político que essa medida tem.

A adoção do atual regulamento dos motores sempre visou atrair mais montadoras para a F-1, ajudando a categoria a se recuperar da debandada sofrida com a crise mundial entre 2008 e 2009. Porém, o que não se previa eram os malefícios de praticamente deixar o esporte nas mãos das empresas, uma vez que o motor acabou se tornando peça fundamental da performance geral.

Para reverter esse quadro, tudo indica que a F-1 terá de passar por (mais) uma intensa briga política, algo pouco bem-vindo em um momento em que a falta apelo pela categoria em geral. Lenta para acompanhar as mudanças na forma de se comunicar com o público, tem dificuldades em renovar seu público.

Certamente, não é o que Nasr, Sainz e Verstappen sonharam quando começaram a dar seus primeiros passos na categoria. Os três, vindos de famílias totalmente voltadas ao automobilismo e com histórias parecidas, pelo andar da carruagem, disputarão um campeonato bem menos importante do que se acostumaram a ver.

Se fora das pistas a F-1 não tem feito muito para merecer um futuro melhor, dentro dela chega a ser uma pena. Conversando com pilotos mais jovens, a impressão é de que existe um abismo entre o que eles sonharam e o que vivem. Pelo menos a sua parte, contudo, eles estão fazendo. Se há alguns anos havia a preocupação sobre a formação de pilotos com a redução drástica dos testes, hoje a garotada mostra que consegue aprender rápido. Agora, eles só precisam ensinar a própria categoria a fazer o mesmo.

4 Comments

  1. Bem, Julianne, na minha insignificante opinião, a F 1 precisa de algumas correções pontuais, aqui e ali. Creio que as pessoas carregam muito nas tintas do pessimismo, em geral. A categoria já tem 65 anos de existência, já atravessou fases ruins (especialmente em seus tempos mais antigos, quando não havia segurança para os pilotos e até para os espectadores – remember Monza 1961) mas superou tudo, todos os reveses. Pode ter perdido público, em parte pelo surrealismo de regras, ou por custos financeiros, mas também pela diversidade cada vez maior de atividades de lazer de interesse do grande público, potencializada sobretudo pelo advento da cibernética, informática, jogos eletrônicos, simuladores etc. etc. etc. No entanto, a Fórmula 1 ainda é um evento grandioso e com muito apelo. Não tenho uma visão sombria sobre o seu futuro, ao contrário, acho que a categoria máxima do automobilismo tal como a conhecemos – Fórmula 1 – continuará existindo até um horizonte muito distante. E caso haja algum percalço maior, será substituída por algo melhor ainda, ainda que com outro nome, MAS SEMPRE HAVERÁ uma categoria máxima, enquanto houver automobilismo.

    Quanto ao futuro dos três pilotos citados, tenho convicção de que estamos diante de um futuro campeão mundial no máximo a médio prazo – MAX VERSTAPPEN – e diante de um piloto com grande potencial para vencer corridas – CARLOS SAINZ JR. Quanto a NARS, por mais que eu me esforce, eu não consigo me convencer de que ele seja mais talentoso que Ricardo Zonta, Luiz Razia, Antonio Pizzonia, Lucas Di Grassi, Cristiano da Matta (ótimo), Bruno Junqueira ou Bruno Senna (que teve um inicio de carreira tardio e um desenvolvimento muito truncado, mas que, por exemplo, foi capaz de vencer em Mônaco na GP 2, o que Nasr não conseguiu). Na verdade, eu ficarei muito surpreso se NASR conseguir alcançar metade do que Barrichello ou Massa fizeram na Fórmula 1). Nasr vai precisar de muito, mas muito patrocínio para conseguir se consolidar na F 1.

    Mas, como aficionado por automobilismo, eu tenho uma máxima: é melhor ser o último na pista do que o primeiro na arquibancada.

  2. Aucam, aonde assino seu comentário sobre os três pilotos????
    Verstappinho é rápido demais, oooo muleque bom de volante, vissshh!
    Já o Nasr, como já dizia a vóvó, muito sem sal kkkkk, acho que ele não vai andar em uma equipe de ponta, diferente do Max que em 2017 figura em RBR, FERRARI ou MERCEDES….

    continuando….
    A F1 vai superar essa crise de identidade, até o popular futebol sofreu quedas absurdas na audiência.
    Só não me venham com um V8 dinossauro por favor….que venham as montadoras e que exista sim, uma montadora independente.

    Ah, e o Rosberg já enfiou tempo do novo em Hamilton……….será que sai essa primeira vitória e pole no Brasa?

  3. Gostei e concordo em grande parte com seus comentarios, Aucam e Pedro! Interessantes pontos de vista sobre o possivel future da formula 1.
    O ponto que discordo, mas entendo seus comentarios, é sobre o Nasr. Nos momentos em que ele teve um bom rendimento durante este ano, achei ele agressivo e consistente. Confesso que nao acompanhei muito o passado dele em outras categorias, mas acho ele com bastante potencial! Verstappen e Sainz realmente são muito bons, mas sou mais o Nasr e ele vai dar trabalho. Torço pra que ele justifique seu esforço de tentar gostar dele!!!!!
    Abraco, Marcelo

    • Caro MOBILEFLY,

      sem querer de jeito algum modificar a sua opinião ou a sua discordância, ao contrário, respeitando-a, justifico minha descrença ATÉ O MOMENTO em Nasr por tudo o que o vi fazer na GP 2 em 3 anos (acompanho sempre aquela categoria) de participação nela. Nasr teve um bom começo na F 1 este ano, principalmente por alguns fatos atípicos ocorridos na prova de abertura, porém já andou sucumbindo mais de uma vez a Ericsson nesta temporada e francamente, a meu ver, não me parece assim tão superior ao sueco, que é um piloto fraco e precisou de um número menor de corridas que o brasileiro para vencer na GP 2.

      E, para ser sincero, por tudo o que apresentou em seus 3 anos de GP 2, considero Nasr menos talentoso que aqueles outros bons pilotos brasileiros citados por mim lá em cima, que não conseguiram se sustentar na F 1. Nasr vai precisar mesmo de muito patrocínio para permanecer na F 1, principalmente considerando a existência de talentos como Max Verstappen, Daniel Ricciardo, Daniil Kvyat, Carlos Sainz Jr., Pascal Wehrlein (20 anos de idade, já apadrinhado pela Mercedes, campeão do DTM) e o excelente Stoffel Vandoorne (apadrinhado pela McLaren), na minha opinião todos bem mais talentosos que Nasr e mais cobiçados por equipes de ponta como Mercedes e Ferrari. Isto sem falar em potenciais talentos como Alex Lynn, já apadrinhado pela Williams (a quem não reputo como grande talento, mas é inglês e coisa e tal); ou Oliver Rowland (campeão da Renault 3,5 desta temporada de 2015, um nome bem falado, venceu 8 corridas) ou ainda o excelente ROBIN FRIJNS, que não perdeu as esperanças de adentrar a F 1. Em suma, a concorrência para correr numa equipe de ponta é muito grande e só tem feras!

      Todavia, não sou daqueles que tentam tapar o Sol com a peneira e, caso Nasr surpreenda com desempenhos REALMENTE convincentes, eu serei o primeiro a reconhecê-los, tenha certeza, e torço para que isso venha a ocorrer, pois no horizonte visível, com uma provável aposentadoria de Massa no máximo a médio prazo, Nasr é o que temos pra hoje no Brasil para suceder na F 1 o xará mais velho dele. E não seria bom para nós – aficionados por F 1 – vermos o Brasil sem um piloto na F 1 (nessa hipotética situação, não sei até que ponto corremos o risco de não termos mais transmissões das corridas ou o GP do Brasil).

      Um abraço!


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