F1 Nascidos nos anos 90 - Julianne Cerasoli Skip to content

Nascidos nos anos 90

Era mesmo inevitável. Quando Webber, Button, Alonso, a turma que nasceu no começo dos anos 80, começou a se despedir da Fórmula 1, obviamente abriu espaço para uma nova turma. Seria a ordem natural das coisas não fosse por um detalhe: quem está assumindo esse espaço nasceu mais de 15 anos depois da geração anterior. E, rapidamente, fala-se em aposentadoria de Sebastian Vettel, Nico Hulkenberg sai da F-1, Daniel Ricciardo se vê sem espaço e sai de uma equipe grande, Fernando Alonso tenta voltar mas não encontra espaço e aí por diante.

Vettel sofre com Leclerc, Hulkenberg foi substituído por Ocon, Ricciardo quis se ver longe de Verstappen e Alonso não faz falta à McLaren porque Carlos Sainz e Lando Norris estão dando (muita) conta do recado.

Não é uma geração especialmente diferente em termos de pilotagem, mas sim na velocidade com que as coisas aconteceram em suas carreiras. E o motivo disso tem nome e sobrenome: Max Verstappen mostrou que não é necessário fazer todas as etapas das categorias de base para chegar preparado à Fórmula 1. E isso interessa àqueles que gerenciam carreiras e programas de desenvolvimento porque torna todo o processo mais barato.

Mas, ao mesmo tempo, gera uma pressão enorme que nem todos conseguem suportar. Antonio Giovinazzi e Pierre Gasly são dois bons exemplos disso: são rápidos na pista, mas mais lentos na adaptação que alguns de seus pares. E isso é quase um crime dentro da geração Verstappen.

No outro lado do espectro, Leclerc, Norris e Albon se adaptaram rapidamente, mas também erram acima da média. São eles mesmos que dizem que esta é sua lição de casa para a próxima temporada – e Lando e Alex mesmo admitem que precisam errar mesmo ao mesmo tempo em que devem ser mais agressivos, o inglês nas disputas na pista, e o tailandês no trabalho com os engenheiros, forçando mais a equipe a trabalhar para ele.

Dentro da mesma geração ainda temos Russell, que correu sozinho em sua temporada de estreia – e deve fazê-lo de novo em 2020. Ocon, que estará de volta tendo deixado algumas dúvidas no paddock antes de perder a vaga de titular. E Sainz, que já se mostrou tão veloz quanto Verstappen no passado, e hoje também prima pela consistência, especialmente aos domingos.

Na verdade, talvez ele e Max sejam exceções, mas todos esses pilotos parecem ter algo em comum: são muito fortes em classificação, área bastante exigente na Fórmula 1 devido ao formato aliado aos pneus e aos sistemas de recuperação de energia.

Fora das pistas, é uma geração que também deixa sua marca ao ter um cuidado todo especial com suas mídias sociais, contratando profissionais para fazê-las. Gostam de uma festa e não escondem isso – ainda que muita gente na Red Bull ache que Gasly gosta um pouco demais delas – mas também passam horas acertando seus carros virtuais e disputando corridas. Esse, inclusive, é um fator importante para a queima de etapas e a chegada precoce à Fórmula 1, o que indica que estamos vendo não uma coincidência, mas uma tendência que veio para ficar. E Hamilton talvez tenha que repensar logo logo sua promessa de aposentar quando perder uma corrida para alguém que nasceu nos anos 2000.

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