F1 Nível lá em cima - Julianne Cerasoli Skip to content

Nível lá em cima

Não há dúvidas de que a volta de uma luta direta entre pilotos de equipes diferentes é a grande notícia da temporada de 2017 da Fórmula 1. E não poderia haver notícia melhor do que essa. Mas havia um risco considerável de que isso virasse apenas momentâneo a partir do GP da Espanha. Isso porque havia certa desconfiança em relação ao poderio de desenvolvimento da Ferrari, cuja equipe técnica é composta por engenheiros pouco experientes. Para piorar, a Mercedes chegou a Barcelona com um carro claramente bastante modificado, e com soluções bastante ousadas.

Mas tanto a classificação, quando Hamilton e Vettel ficaram separados por apenas 51 milésimos, quanto a corrida, disputada nos detalhes até o final, mostraram que não há motivos para se preocupar: a disputa pelo título promete ser palmo a palmo. E com os dois pilotando em altíssimo nível.

Afinal, há quanto tempo não ouvíamos os pilotos ofegantes como Hamilton estava em Barcelona? Nas entrevistas após a prova, os sinais de cansaço tinham ido embora, mas o próprio piloto reconheceu que, há tempos, não tinha que suar tanto para ganhar uma corrida. Depois de perder a primeira posição na largada, Lewis foi colocado na seguinte posição pela Mercedes: vamos mudar sua estratégia para te dar chances de retomar a ponta, mas você vai ter que trabalhar duro, primeiro acelerando com os pneus médios, que vinham sendo uma caixinha de surpresas, e depois tendo que superar Vettel na pista.

E o inglês cumpriu o plano com perfeição, com destaque para a volta incrível de retorno aos boxes após a última parada. Não é qualquer coisa ter batido um Vettel que pareceu mais inteiro com a Ferrari pela maior parte da prova, e ainda mais também pilotando em alto nível e fazendo um trabalho irrepreensível até aqui pela Ferrrari. Inclusive, o que foi aquela pedalada para cima de Bottas?

Mas é aí que chegamos àquele que pode ser chamado de protagonista de luxo da prova. Vettel vinha andando em um ritmo alucinante, na casa de 1min24, até chegar no finlandês, que ainda não havia feito sua parada e andava em 1min27. Foram apenas quatro voltas atrás de Bottas, que defendia muito bem o lado de dentro da curva 1, mas elas custaram cerca de 9s para o piloto da Ferrari. Não precisa nem dizer que isso fez muita falta quando o alemão se viu dividindo a primeira curva com Hamilton na saída de sua última parada.

Enquanto isso, Raikkonen teve outro final de semana de altos e baixos, brigando com o acerto do carro. Curiosamente, o mesmo Bottas que já tirou pontos importantes de Hamilton, também lhe deu uma vantagem estratégica na luta com Vettel. E essa dinâmica promete ser tão interessante de acompanhar dentro das pistas quanto a já ferrenha luta do desenvolvimento fora delas.

14 Comments

  1. Julianne

    Achei mas demérito estratégico da Ferrari que mérito da Mercedes.

    Foram dois erro:

    1 não parar Vettel no Safety car virtual ( perdendo 8s de vantagem)

    2 não parar Vettel para colocar os pneus macios após Hamilton ultrapassa-lo

    Não havia motivos para não fazer a parada visto que Ricciardo estava quase uma volta atras .

    Pode ser até que Vettel não conseguisse fazer a ultrapassagem na pista, porém poderia induzir a Mercedes a fazer uma nova parada o que obrigaria a Hamilton fazer nova ultrapassagem sobre Vettel.

    Mas concordo 100% com o título, alto nível !! Nada pode ser cobrado de Hamilton ou Vettel hoje , ambos foram perfeitos! A corrida para mim foi decidida em uma vacilada da Ferrari.
    O que você pensa a respeito?

  2. Realmente foi uma corrida fantástica Julianne!
    Dito isso, devo dizer que fiz uma experiência bem sucedida, coloquei na corrida, dei mute na TV e ouvi os comentários pela rádio, simplesmente fantástico, como eu não tinha pensado nisso antes?
    Fernando,
    Não é que a Ferrari tenha errado no SafetyCar, pode notar que a Mercedes também demorou a chamar Lewis, mas é pq o nível da disputa estava tão alto, que as equipes ficaram pensativos.
    Eles não chamaram Vettel para colocar os macios por três motivos:
    01. Mesmo saindo distante de Ricciardo perderiam tempo em relação a Lewis e Vettel teria que remarcar novamente.
    02. Eles (Vettel e Ferrari) esperavam que Lewis tivesse problemas com os pneus no final da corrida e assim ficaria exposto a um ataque de Vettel, o que não aconteceu.
    03. Esperava-se que o carro da Ferrari tivesse um desempenho melhor do que o que realmente teve com os médios.
    O nível da corrida estava tão alto que a Ferrari e Vettel seguiram na estratégia mais conservadora de esperar Lewis ter problemas o que não ocorreu, sei que a pergunta foi pra Julianne e espero não estar me metendo demais.
    Rs
    Julianne,
    Diante dessa análise já podemos dizer que a Mercedes resolveu o seu problema de desgaste de pneumáticos ou ainda é muito cedo pra isso?
    Abraços pros meninos e beijos pras meninas!

    • Concordo com todos os seus argumentos nato Velloso .
      Mas quando da ultrapassagem do Hamilton ficou claro que com os médios não haveria chance para Vettel se ele continuasse de médios.
      E digo isso refletindo o meu feeling durante a corrida , analisar após o fato consolidado é fácil , mas para mim durante a corrida foi nítido que a corrida já era para a Ferrari!

      Mas os argumentos que você expôs são perfeitos , e foi exatamente o que a Ferrari pensou.

      Volto a dizer não sei se Vettel venceria se colocasse os macios , mas ao menos teria uma chance.

      Abraço

    • Devo dizer que há muito dei o mute na TV desde da volta quareeeeeeenta do Fábio Seitas e agora com comentários da Ju jamais abandonarei o radio

  3. É muito bom estar vendo essa disputa entre dois pilotos de altíssimo nível. A ultrapassagem do Vettel sobre o Bottas foi espetacular. Eu que não ia a Interlagos esse ano já estou começando a rever meus planos.

  4. Boa noite a todos os participantes do fórum.
    Na minha opinião o que determinou a vitória do Hamilton foi ele ter feito sua troca de pneus no período de VSC, foi aonde ele descontou a diferença de 8 segundos que o Vettel tinha sobre ele, já que quando o Vettel fez a sua, a corrida já tinha reiniciado, aí não tinha como o Vettel segurar ele pois a maior diferença entre os pneus se dar principalmente no último setor da pista, quando o piloto precisa de tração, mérito da Mercedes que fez uma leitura correta da situação de momento da corrida, pois provavelmente em condições normais sem a interferência do VSC o Hamilton não venceria haja vista a diferença entre os dois ao término da corrida, fora o fato de por causa do VSC os dois anteciparam as suas paradas, pois naquele momento da corrida o Vettel estava mais rápido aumentando a diferença, então levando se em conta que se não tivesse entrado VSC a distância entre os dois seria maior e faltaria menos voltas para o final da corrida, o que daria margem para o Vettel administrar a corrida até o final, isso sem levar em conta o tempo que Vettel perdeu para ultrapassar Bottas que fez um jogo de equipe muito bom.
    Bom essa é a minha opinião, abraços a todos do fórum

  5. Ju, muito bem definido.
    Como é bom ver um campeonato com duas equipes disputando e com disputas na pista também e não apenas nos pontos.

    Há algo entre o Raikkonnen e o Bottas fora da pista?
    Tenho a sensação de que o Bottas nunca fez nada errado na pista e o Kimi sempre força a barra e reclama do Bottas depois.

    Outra coisa que achei interessante essa semana. Adrian Newey disse em entrevista que somente leu o novo regulamento após o GP da Austrália.
    Eu jurava ter lido uma entrevista do Riccardo em que ele dizia que Adrian estava quase vivendo dentro da fábrica.
    Veremos um salto da Red Bull?

  6. Foi alucinante. De um lado Hamilton bufando de cansado quando falava com os boxes, Do outro, Vettel sequer conseguia falar pelo rádio. Poucas vezes vi dois pilotos pilotarem tão ao máximo sem cometerem erros. Tudo isso há mais de 200km/h.
    Os dois estavam em outro mundo. Outra corrida em relação ao “resto” do grid. Esse circuito judia muito do piloto. É mais força G que um piloto de caça, Só que um piloto de caça tem uma “pista” bem mais larga.

  7. Eu sempre fico com o pé atrás em relação à Ferrari porque não sei se o corpo técnico da equipe será capaz de manter um nível de desenvolvimento desejado para a disputa pelo título. Sempre desconfio de que uma hora esse nível vai cair.

    Mas dou a mão à palmatória: até agora, eles têm feito um trabalho espetacular. A Mercedes tem suado cada vez mais para vencer e hoje, se não fosse por Bottas segurar Vettel – o mesmo procedimento tantas vezes usada pelos lados de Maranello (Suzuka/97) – e pela falta de timing da equipe em parar Vettel durante o VSF, o alemão estaria comemorando mais uma vitória. A Mercedes chegou à Barcelona com um pacotão de novidades, a ponto de ser chamado de “monstro”, e corrigiu boa parte de seus problemas, principalmente quanto ao excesso de peso e desgaste de pneus. Mas a Ferrari continua lá, e agora até em classificação. E se lembrarmos que a equipe começou muito mal o fim-de-semana, poderiam até ter feito mais.

    Hamilton merece aplausos pela corrida aguerrida, mas uma coisa nele sempre me incomodou: ele é incapaz de ter uma visão geral da prova e está sempre pedindo conselhos aos engenheiro. No começo da prova, mandou um “what’s going on?”. No final da prova, após passar Vettel, não sabia de dava tudo do pneu ou economizava. Era como se ele mesmo tivesse se surpreendido com a ultrapassagem que fizera e perguntou à equipe o que deveria fazer. E o regulamento, falho, diz que os pilotos devem guiar os carros “sozinhos”.

    Quanto a Alonso, eu me convenço: é o melhor piloto da categoria. Pena ser tão ruim de relacionamento.

    Quanto ao menino Thomas, agradeço por nos mostrar um lado quase inocente, bobo dessa nova Fórmula-1. Bernie estava enganado: a Fórmula-1 não precisa de seus velhotes de Rolex!

  8. Ju, pelos treinos livres, Kimi não teria chances de lutar ao menos pelo segundo lugar? Pode-se culpar Bottas pela batida? Me pareceu muito mais acidente de corrida.

  9. Alguns pontos interessantes sobre ontem, que a Force India realmente tá muito bem, com um carro e uma dupla muito boa.
    Williams e Renault estão fazendo um campeonato a parte, para ver quem tem o pior piloto do grid, corre o risco das duas ficarem atrás da STR.
    O grande destaque da corrida fora os ponteiros foi o Werhlein, não foi apenas chegar em sétimo, foi se manter lá durante boa parte da corrida, fez apenas uma parada, mostrou grande habilidade com o cuidado dos pneus, pena a punição que fez ele cair para 8º.

  10. André,
    Li em algum lugar que Vettel perdeu exatos 9s atrás do Bottas até fazer a (linda) ultrapassagem em cima dele, esses 9s devem ter feito muita falta a ele!
    Fernando,
    O caminho que você citou talvez fosse realmente por não contar com um fator externo:
    O desgaste dos pneus de Lewis, mas ao colocar na balança os engenheiros escolheram outro caminho e perderam.
    A corrida foi muito parea e todo detalhe contava.
    Uma pergunta, foi impressão minha ou a Mercedes levou soluções parecidas com as da Ferrari para o GP? Vendo fotos dos carros fiquei com essa sensação.
    Abraços pros meninos e beijos pras meninas!

  11. Ju, e essa história publicada no UOL de que Dani Ricciardo já teria um pré-contrato com a Ferrari para 2017? Lembrando que o contrato dele com a Red Bull vai até 2018. Se bem que Vettel também saiu um ano antes do previsto da equipe.

    • Venho dizendo isso desde o Bahrein, as fontes são boas. Mas entre ter um pré-acordo na F-1 e algo realmente acontecer a distância é enorme. Vou explicar melhor isso ao longo da semana no UOL


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