O melhor vídeo do GP de Mônaco é esse aí embaixo. É o estrategista James Vowles sendo questionado sobre a estratégia de colocar os pneus médios nos pilotos com 67 voltas para o final, complicando uma corrida que tinha tudo para ser tranquila. A sugestão da Pirelli era que seria possível usar o médio caso a primeira parada fosse pelo menos na volta 18, e o Safety Car entrou na volta 11. Por isso, os rivais diretos da Mercedes escolheram o composto duro.
😂 “That’s for putting me on the medium tyres for 68 laps!”#MonacoGP @LewisHamilton pic.twitter.com/H565yiiWyR
— Mercedes-AMG PETRONAS F1 Team (@MercedesAMGF1) May 26, 2019
No vídeo, Vowles reconhece que não foi a melhor opção, e diz ironicamente que espera ser recebido por Lewis, mesmo assim, com um abraço. Mas o inglês chega para a reunião munido com seu champanhe, e “ataca” o estrategista e o engenheiro, que ficou o tempo todo tentando dizer para ele que estava tudo sob controle.
“Você viu, Lewis, os pneus chegaram até o final!”, diz o engenheiro. “Não, cara, eu que cheguei até o final!”, responde o piloto, que teve uma atuação de gala hoje em Mônaco. Sim, é Mônaco e em qualquer outro circuito, Verstappen teria passado. Mas foram inúmeras vezes que ele se safou de uma batida. Perguntei para ele quantas foram: “Eu contei umas 25, pelo menos! Para o lado esquerdo, tudo bem, o carro virava. Mas para o lado direito não acontecia nada! Na Ste Devote eu perdi a traseira completamente e quase bati uma vez. Na curva 4, eu quase bati em todas as voltas desde a volta 42 (o carro saía de frente e não tinha o que eu pudesse fazer para conter isso) e na curva 6 eu estava lento feito um bebê para conseguir fazer a curva.”
Depois do erro de composto, eles tinham mesmo que deixar Hamilton na pista, já que em Mônaco não dá para se recuperar, mas também ajuda nessa decisão confiar que o piloto vai segurar a onda.
Do lado de Verstappen, este fim de semana talvez tenha sido a prova cabal de que ele encontrou o limite entre a agressividade que sempre teve e a maturidade: passou em branco em Mônaco, algo bem fora do comum, e seguiu Hamilton por mais de 60 voltas de maneira perfeita. “Faltando poucas voltas para o final, eu decidi que eu ia para cima, ia tentar alguma coisa. Nos tocamos, mas pelo menos conseguimos ir até o final”, disse o holandês, que na verdade escapou de uma punição maior que os 5s que recebeu por ser liberado de maneira insegura dos pits. Isso porque, no documento que a FIA divulgou sobre a decisão a respeito do incidente, fica claro que os comissários também o consideraram culpado pelo toque. Nesse caso, seria mais apropriado dar 10s de punição. Mas ainda bem que foram 5s, já que Max salvou a corrida.
E pensar que a história poderia ter sido completamente diferente por 86 milésimos. Afinal, foi essa a diferença que deu a pole position a Hamilton e é por isso que Valtteri Bottas não saiu cabisbaixo de Mônaco. A diferença agora é de 17 pontos, mas Bottas está muito confiante com o carro e sabe que o terceiro lugar em Monte Carlo foi por uma sucessão de detalhes. Detalhes que ele precisa se certificar que fiquem de seu lado nas próximas etapas.
Detalhes, aliás, que acabaram ajudando um Sebastian Vettel que abusou dos erros primeiro nos treinos livres, e depois na classificação, mas que acabou em segundo mesmo assim. Mas ele sabe que, não fosse o enrosco de Verstappen e Bottas nos boxes, ele nem poderia sonhar em um pódio. Do outro lado dos boxes da Ferrari, depois do erro estratégico do time no sábado sábado, Charles Leclerc forçou demais, tentando uma manobra heroica na Rascasse, algo que já não deu certo para ele na época de F2. Agora, em quatro corridas em casa, ele quebrou na primeira, e bateu nas outras três.
A Ferrari deve voltar a estar na frente da Red Bull nas longas retas do Canadá, mas há muitos ânimos por lá, incluindo Charles, que precisam se acalmar. Talvez ajude olhar para o piloto que está no box, justamente, dos rivais.
6 Comments
Belo POST.
Achei que as Mercedes iam sumir no início da corrida. Mas Verstappen e Vettel acompanharam bem.
Depois da parada o Hamilton cuidou dos pneus. Mas deveria ter ritmo para abrir.
Pena não ter chovido. Mas, pra Mônaco e nessa era de supremacia absurda da Mercedes, até que foi uma corrida bem legal.
Só achei que a punição do Verstappen foi branda. Nem foi culpa dele e os boxes de Mônaco não ajudam em nada. Mas…. Sair do pit stop de forma perigosa e ainda atrapalhar outro piloto. Acredito que a regra fale em stop como punição mínima.
Quem sabe seja a sorte do Vettel virando. Porque a Ferrari, nesse final de semana, fez todas as cagadas possíveis e imagináveis em cima do Leclerc.
Muito bom o post. Parabéns
Sou fã do Hamilton mas ele é um verdadeiro artista. Toda aquela conversa no rádio foi uma grande encenação pra valorizar ainda mais a vitória dele (que foi grande, mas se tratando de Mônaco, não foi nenhum milagre, como o próprio se referiu).
Até o Bernoldi segurou a McLaren do Coulthard de Arrows! Mônaco é isso, não passa e pronto, salvo desatenção de quem tá defendendo a posição ou estado de loucura do cara que tá tentando passar. Mas estamos falando dos dois melhores pilotos do grid, então….
São as sutilezas descritas no texto que o público geral que não acompanha F1 não entende. Por isso que circuitos como Monaco são necessários.
Juliana e Sérgio ainda são enganados por Hamilton e sua equipe. Já deveriam saber que quando Hamilton diz que o carro está incontrolável, é porque estão escondendo jogo, e na realidade, o carro está em perfeitas condições.
E outra coisa, é que o pneu do Bottas não furou no contato com o Verstappen, mas sim depois que soltaram detritos do carro do Verstappen após o choque com Bottas.
E o carro de Bottas nada quebrou, e sim a asa traseira dele.que encostou numa parte de sinalização na saida dos boxes.