F1 Norris dominou, mas saiu de Interlagos preocupado com Verstappen - Julianne Cerasoli Skip to content

Norris dominou, mas saiu de Interlagos preocupado com Verstappen

Se Max tivesse largado mais à frente, ele teria vencido. Essa foi a avaliação de Lando Norris após dominar todo o final de semana do GP de Sâo Paulo e se colcoar em ótima posição no campeonato com três corridas para o final. E ele não está errado: Verstappen largou dos boxes e chegou em terceiro, com uma parada a mais que os rivais diretos.

Esse “se” foi a dificuldade da Red Bull em encontrar o melhor acerto para o carro em um fim de semana de condições complicadas em Interlagos. Vento mudando de direção toda hora especialmente no sábado, a pista úmida na sprint, as novas ranhuras que dificultaram ainda mais a missão das equipes de encontrar a melhor altura para o carro foram particularmente desafiadoras para a equipe de Verstappen.

A suspeita é de que o carro atualizado precisa andar muito próximo do solo para desbloquear o rendimento do novo assoalho. Quando eles conseguiram isso, com as mudanças que fizeram entre a classificação e a corrida, e também ajudada pelas temperaturas mais baixas do domingo, a Red Bull renasceu das cinzas. 

Mas isso também significou que Verstappen largou dos boxes. Com uma nova unidade de potência, o que  não atrapalhou na recuperação, é claro. Mas com um pneu duro, que teria um rendimento muito ruim na corrida.

Verstappen se livra do pneu duro por acaso

Verstappen se posicionou bem na primeira largada, ganhou posições com a loucura das primeiras voltas para subir até o 13º lugar, mesmo só tendo ultrapassado Colapinto. Isso porque Sainz se tocou com Hamilton, Bortoleto com Stroll, e depois Tsunoda com Stroll também. Por conta disso, rolou um Safety Car e um Safety Car Virtual nas primeiras voltas.

No meio de tanta confusão, o pneu dele começou a perder pressão e ele foi chamado aos boxes para uma troca durante o VSC. Ou seja, ele perdeu só 10s na parada e voltou em 16º com o melhor pneu, com menos voltas nele que todo mundo.

E veio fazendo fila. Passou seis pilotos na pista, viu outros que tinham largado com os macios pararem, e se viu em quarto lugar. Com uma parada a mais que os ponteiros, que estavam com os pneus da largada.

Será que ele poderia completar a prova com dois jogos de médios e fugir também do macio?

Piastri leva punição por lance com Antonelli

A corrida não vinha sendo tranquila ali na frente também, ou pelo menos atrás do pole Lando Norris. Na primeira relargada, Kimi Antonelli tracionou mal e viu Oscar Piastri colocar por dentro, e Charles Leclerc tentar por fora.

Antonelli fez a curva como se Piastri não estivesse ali, com os guidelines debaixo do braço, os dois se chocaram, a Mercedes foi atirada para cima de Leclerc e quebrou a suspensão da Ferrari. O australiano e o italiano continuaram, e o vice-líder do campeonato levou uma punição de 10s.

Foi isso que causou o VSC.

Na volta 21, quando Antonelli foi o primeiro dos ponteiros a parar, Verstappen já era o quinto, a 19s do líder Norris. Piastri era segundo, 4s5 atrás do companheiro, tendo danificado seu pneu dianteiro na manobra com Antonelli e já sabendo da punição de 10s. O italiano era terceiro, e Russell, que tinha sido superado pelas Racing Bulls na confusão do começo, seguia o companheiro de Mercedes de perto.

Antonelli parou primeiro porque era o único ali que tinha largado com o macio. Agora, faria o resto da prova com dois jogos de médios. Norris parou na volta 30 para colocar o macio e Piastri ficou mais tempo na pista para tentar criar um offset para atacar no final, por conta da punição.

O gráfico das paradas ficou uma confusão porque não foi daquelas provas em que um parou e outros responderam. Estava cada um vendo a prova de uma maneira, como geralmente acontece quando o desgaste vem do atrito da borracha mesmo e não de temperatura. Porque o desgaste por temperatura não permite que os pilotos forcem, favorecendo táticas mais conservadoras.

Verstappen é líder: por que parar de novo?

Estava todo mundo desenhando sua prova contra a de Verstappen, que tinha a chance de fazer quase a prova toda com o melhor pneu. E isso tornou-se bem tentador quando, com todo mundo com duas paradas feitas, na volta 50, a 21 do fim, ele se viu na liderança.

O cenário era o seguinte: Verstappen já tinha 16 voltas no pneu médio, então teria que levá-lo a 37. O stint mais longo no médio tinha sido de Piastri, com 38 voltas com o tanque mais cheio. Dava para fazer, mas com que ritmo?

Norris vinha com pneu médio usado para o último stint, então isso dependeria muito do ritmo dele. O inglês tinha 21 voltas para tirar 8s. Nas três primeiras, foi meio segundo por volta mais rápido.

Foi isso o que levou a Red Bull a avaliar que, se ele ficasse na pista, seria engolido. Então eles tentaram algo diferente: Verstappen parou uma terceira vez para colocar os macios, na volta 54,

Voltou atrás de Norris, Antonelli e Russell, que a essa altura sofria com os freios. Passou o inglês e foi à caça do italiano. Mas Antonelli resistiu e garantiu o segundo lugar, com Norris vencendo pela segunda vez seguida em um momento crucial do campeonato.

Mais atrás, Piastri tirou 10s de desvantagem para Russell em 13 voltas, mas não conseguiu passar o inglês e terminou em quinto, em um fim de semana em que já tinha batido na sprint.

GP frustrante para Bortoleto

Seu GP de São Paulo só não foi mais frustrante que o de Gabriel Bortoleto, que bateu na sprint ao arriscar passar Alex Albon na última volta, em uma disputa que não valia pontos, fez uma de suas melhores largadas, superando três carros nas primeiras curvas e tocou-se com Lance Stroll, abandonando ainda na primeira volta na estreia em Interlagos.

Ollie Bearman confirmou um ótimo fim de semana para chegar em sexto, batendo a estratégia de uma parada de Liam Lawson. Com Isack Hadjar em oitavo, e Hulkenberg e Gasly completando os pontos.

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