F1 Novidade bem-vinda na transmissão - Julianne Cerasoli Skip to content

Novidade bem-vinda na transmissão

Uma inovação na transmissão dos treinos livres para o GP da Itália demonstrou, na prática, alguns assuntos que costumamos tratar por aqui: a variação das temperaturas dos pneus em função da cambagem e do tipo de pista, por meio de uma câmera onboard sensível ao calor.

O que vimos no carro de Di Resta nos treinos livres foi a temperatura diminuindo nas longas retas, menos no ombro “de dentro”, mais próximo às suspensões, e aumentando de forma mais igualada nas curvas, especialmente na Parabólica.

É uma pena que a câmera tenha aparecida em um circuito tão simples e sem tantas variáveis quanto Monza, que possui basicamente retas, chicanes e três curvas para o mesmo lado. Mas é um bom começo para ilustrar alguns conceitos.

O mais óbvio é como a cambagem afeta o aquecimento dos pneus. Eles são inclinados para aumentar a aderência nas curvas sem tirar performance nas retas. Ou seja, configurados de maneira que só fiquem 100% no chão quando a força exercida na borracha pelas curvas os pressiona para isso. Em outras palavras: a aderência de toda a superfície do pneu é usada quando convém aos carros e dispensada nas retas. Por não estar reto, o “desaquecimento” do pneu na reta não ocorre por inteiro.

A forma brusca como o pneu perde calor após a reaceleração também comprova que os pilotos não estão arranjando desculpas quando insistem naquela história de “não consegui gerar temperatura”. Quando menos “no chão” o carro nas curvas, menos calor ele vai gerar e mais rapidamente isso será perdido. Assim, ao chegar para a próxima freada, não haverá tanta aderência.

Tomara que possamos ver a câmera na volta de apresentação, quando os pilotos fazem movimentos agressivos com o volante para aquecer os dianteiros e burnouts controlados para os traseiros, algum importante para uma boa largada. Além disso, vamos torcer para que a novidade chegue às próximas etapas, em que mais variáveis entrarão em jogo. Seria legal, também, ter essa imagem em vários carros para poder estabelecer comparações. Uma Mercedes e uma Force India, por exemplo. Imagina a diferença?

12 Comments

  1. muito interessante mesmo!

  2. Um show! E você já viu um vídeo da Sauber mostrando a evolução sobreposta do carro da equipe nos últimos 10 anos, Julianne? Mostra também incrivelmente toda a operação de um pit stop em ultra slow motion.

  3. Ju, ate que ponto as equipes estariam dispostas a compartilhar esses dados (as imagens com a temperatura dos pneus). Fico pensando no que voce escreveu sobre comparar o aquecimento dos pneus entre diferentes carros…

    O quanto dessa informacao eh segredo? Por exemplo, se Red Bull tem acesso ao comportamento termico dos pneus da Mercedes, que vantagem ela poderia tirar disso?

    • Exato, não é o tipo de informação que os grandes gostariam de dividir e não é por acaso que vimos o onboard da Force India.

      • Fico imaginando como essas imagens nas mãos de um Newey podem significar! Acerto, distribuição de peso, carga aerodinâmica…É um jogo de xadrez! Ps: Ju, quando vc fala do “ombro interno”, além da cambagem, poderíamos considerar também o aquecimento do disco de freio?

        • Parece ser só sensível à borracha.

      • De qualquer maneira, sem uma escala com valores, esses dados não servirão para muita coisa. Apenas mostrarão qual parte do pneu esquenta mais ou menos.

  4. Já tem gente querendo ver a imagem térmica do capacete de Alonso.
    A cabeça dele dever estar quente mesmo!

  5. É, Julianne, eu também penso na mesma opinião Mugello. Seria interessante compararmos estes dados.

    De qualquer forma já foi uma boa ideia esta câmara on board e vem de encontro com o que você citou, das vezes em que os pilotos reclamam de falta de temperatura.

    Um abraço.


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