F1 Números de 2010 dão a medida da dificuldade da Ferrari em classificações - Julianne Cerasoli Skip to content

Números de 2010 dão a medida da dificuldade da Ferrari em classificações

Este é um texto que escrevi para o TotalRace, mas decidi trazer para cá para colocar na roda de discussão de vocês:

O início da Ferrari em 2011, sem um pódio sequer, pouco lembra o do ano passado, coroado com uma dobradinha logo de cara. Mais que isso, a arrancada nestas três primeiras etapas demonstra que o ponto fraco da campanha de 2010, as classificações, tornou-se um drama em Maranello.

A equipe de Felipe Massa e Fernando Alonso parece não ter se acertado com as novidades no regulamento deste ano, que vão desde o banimento do difusor duplo, que gerava bastante pressão aerodinâmica, até a introdução do Kers e da asa traseira móvel – que pode ser usada sem restrições durante a classificação –, além da adoção dos pneus Pirelli.

Por mais que Alonso diga que o desempenho da Ferrari nas etapas da Austrália, China e Malásia no ano passado se assemelhem com os obtidos neste ano – contando essas mesmas provas, ele marcou 24 pontos em 2010, e Massa fez 23, ou seja, a Ferrari conseguiu três pontos a menos que os 50 que tem atualmente na tabela – isso só conta metade da história.

O jeito é arregaçar as mangas na Ferrari

Se lembrarmos as circunstâncias das corridas de 2010, em que o próprio espanhol se viu nas três oportunidades no pelotão de trás (rodada na largada na Austrália, classificação com chuva na Malásia, que também empurrou Massa para o fim do grid, e drive through na China) e conseguiu se recuperar por duas vezes, além do pódio de Felipe na Austrália, vemos que a baixa pontuação teve pouco a ver com o real rendimento do carro.

Em 2011, mesmo com corridas razoavelmente limpas, os pilotos da Ferrari nunca estiveram em posição real de lutar pela vitória. Se comparados com os resultados obtidos pelos rivais Red Bull e McLaren até agora, os italianos são os únicos cujos melhores tempos de classificação são inferiores até em relação às mesmas provas de 2010.

GP da Austrália

2010 2011 Diferença
Red Bull 1min23s919 1min23s529 -0s338
McLaren 1min24s675 1min24s307 -0s368
Ferrari 1min24s111 1min24s974 +0s863

GP da China

2010 2011 Diferença
Red Bull 1min34s558 1min33s706 -0s852
McLaren 1min34s979 1min34s421 -0s558
Ferrari 1min34s913 1min35s119 +0s206

Computando os melhores tempos no Q3 nas etapas da Austrália e China  – a Malásia teve o treino de classificação afetado pela chuva em 2010 e, portanto, não serve como base para comparação – em 2010 e nesta temporada, a Ferrari mais rápida, de Alonso, teve desempenho respectivamente de 0s863 e 0s206 pior em 2011.

Em contrapartida, as poles de Sebastian Vettel foram 0s338 e 0s852 mais rápidas que as conquistadas por ele mesmo ano passado em Albert Park e Xangai, enquanto a McLaren, com Jenson Button – que superou Lewis Hamilton nos dois anos em ambos os circuitos – também melhorou.

A equipe fala em conflito de dados entre a pista e o novo túnel de vento, que começou a ser utilizado recentemente, o que explicaria os problemas de aerodinâmica do carro. Como vários outros times, os italianos devem levar atualizações para a Turquia. Vale lembrar que, ano passado, o GP em Istambul foi o pior da Ferrari em termos de ritmo – 8º e 12º no grid, 7º e 8º na corrida.

3 Comments

  1. Mt se fala em falta de organização na Ferrari, mas possuindo amplo corpo técnico, além de recursos, é inadimissível a possibilidade de ser errar em túnel de vento, tendo em vista o quanto essa técnica é fundamental na F1 moderna. Pelo visto, a Ferrari aparenta-se com as famosas estatais brasileiras, onde manda todo mundo, e as questões fundamentais são deixadas de lado. É muita incompetência, além é claro, como é conhecida por “família Ferrari”, imagina quanto nepotismo deve existir. Se no seu título estivesse estampado Hispania, Virgin, seria até normal, mas os italianos, nem em pit stops conseguem concorrer mais. Veremos se essa parada muda alguma coisa.

  2. Desde o momento que proibiram o desenvolvimento de motores e os testes particulares em pista, a Ferrari começou a perder terreno para a concorrência. Grande parte do seu corpo técnico era voltado para estas atividades, sendo que ela é a única equipe que possui 2 pistas particulares.

    Hoje o aumento de performance dos carros é obtida através da aerodinâmica, onde quem realmente se destaca é Adrian Newey da RBR. E para piorar as coisas, descobriram o problema no túnel de vento.

    Se for observado o projeto do F150º, fica claro que ele não traz nenhuma evolução radical, ele contém o mesmo DNA do carro do ano passado, com suas qualidades (preservar pneus)e defeitos (demora para aquecer os pneus) porém com menor downforce. RBR já era referência com suas asas flexíveis, Renault inovou com o escapamento frontal, McLaren radicalizou com seus sidepods em L, a Toro Rosso fez o assoalho duplo e a Williams trouxe a traseira miniaturizada.

    A Ferrari padece de falta de criatividade e tem se esmerado em copiar solução dos outros, não que isso seja um crime, mas o problema que é que a equipe só obtém o benefício depois da concorrência. Já copiaram o difusor duplo soprado e o F-duct no ano passado, a posição do escapamento da RBR este ano e em breve, não duvidem, teremos a asa flexível. A definição da estratégia para corrida, vem do modelo da McLaren. A eficiência nos pit-stops, parecem também fazer parte do passado. O motor consome mais combustível do que os Renault. Até a escola para jovens pilotos é uma cópia.

    Mas nem tudo é desgraça, a Ferrari tem um dos carros mais confiáveis, o ritmo de corrida é razoável, o Kers um dos melhores. Também tem um dos melhores pilotos, Alonso, que conseguiu extrair do carro do ano passado muito mais do que ele poderia oferecer e por pouco não foi campeão. Até mesmo Massa parece estar mais motivado e com desempenho próximo do Alonso.

    Mas o principal de tudo, ela tem recurso suficiente para bancar o desenvolvimento do carro. Seja alugando túnel de vento, funcionários trabalhando 24h e se quiserem podem preparar uma versão B do F150, se acharem que esse é o caminho.

    O problema é se vai dar tempo até o final do ano…


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