F1 Números de Sakhir: início de campeonato é o mais disputado desde a década de 1980 - Julianne Cerasoli Skip to content

Números de Sakhir: início de campeonato é o mais disputado desde a década de 1980

Em 2010, havia uma curiosa “maldição” com quem se tornasse líder da tabela: em momento algum o vencedor de uma prova e o primeiro no mundial eram os mesmos, até que Sebastian Vettel quebrou a escrita em Abu Dhabi – e não saiu mais da ponta. No ano seguinte, apesar das disputadas corridas, até mesmo os pódios se limitaram a cinco pilotos a partir da terceira prova.

Por isso o atual cenário tem ecos dos últimos dois anos. Nas pistas, várias disputas por posição. No campeonato, um nível de imprevisibilidade que faz até com que a aposta para a próxima corrida seja na base do chute. Prova disso são os números destas quatro primeiras provas.

A temporada teve quatro líderes diferentes, de equipes distintas. E todos eles tiveram corridas ruins após assumirem a liderança, a exemplo do que costumava acontecer em 2010 – Button não marcou pontos na Malásia, Alonso foi nono na China, Hamilton foi oitavo no Bahrein.

O ano, também, viu vencedores diferentes – Button, Alonso, Rosberg e Vettel. A última vez que quatro pilotos diferentes venceram as quatro primeiras provas foi em 2003, com David Coulthard, Kimi Raikkonen, Giancarlo Fisichella e Michael Schumacher.

Porém, Coulthard e Raikkonen eram companheiros naquela época, fazendo com que tenhamos de voltar a 1983 para relembrar a última vez em que quatro pilotos de equipes diferentes venceram as provas iniciais: Nelson Piquet na Brabham, John Watson na McLaren, Alain Prost na Renault e Patrick Tambay na Ferrari. De quebra, aquela temporada teve um quinto vencedor na corrida seguinte: Keke Rosberg, pela Williams. Quem poderia completar o quinteto de 2012 em Barcelona?

Outro quarteto de pilotos e equipes deferentes é nos donos de voltas mais rápidas, marcadas até agora por Button (Austrália), Raikkonen (Malásia), Kobayashi (China) e Vettel (Bahrein). Dado semelhante encontramos nas primeiras provas de 1987, com Nelson Piquet (Williams), Teo Fabi (Benetton), Alain Prost (McLaren) e Ayrton Senna (Lotus).

Um dado curioso é o fato das últimas três corridas terem “dobradinhas” de motores, ainda que nenhuma equipe tenha feito 1-2 até agora: Ferrari na Malásia (Alonso e Perez), Mercedes na China (Rosberg e Button) e Renault no Bahrein (Vettel e Raikkonen). Teria o motor, especialmente sua dirigibilidade, influência na maneira como os carros gastam seus pneus e, portanto, interferência no ritmo de corrida? É algo para ficarmos de olho.

Na verdade, o domínio da Renault no Bahrein foi ainda maior, fechando as quatro primeiras colocações, algo que não ocorria desde 1997, no GP de Luxemburgo, com Jacques Villeneuve (Williams-Renault), Jean Alesi (Benetton-Renault) e seus companheiros Heinz-Harald Frentzen e Gerhard Berger.

Outros sinais de equilíbrio são que oito pilotos diferentes já subiram ao pódio, um a mais que ano passado inteiro. Também é oito o número de pilotos que lideraram ao menos uma volta, mesma quantia de 2011. Di Resta e Grosjean, inclusive, estiveram na ponta pela primeira vez na carreira no GP do Bahrein.

Em um panorama como esse, toda consistência é bem-vinda. Hamilton, Webber e Alonso são os únicos a terem marcado pontos em todas as corridas até agora. Curiosamente, os dois que não venceram ainda na temporada estão na frente do espanhol.

Vettel e a volta da França

O GP do Bahrein marcou a 31ª pole e a 22ª vitória de Sebastian Vettel, em 84 GPs. Mesmo tendo como principal rival pela vitória um especialista em voltas mais rápidas, as honras ficaram com o alemão, pela décima vez na carreira. Assim, conquistou seu quarto hat-trick (depois de Grã-Bretanha 2009, Valencia 2011 e Índia 2011).

Os números também servem para somar no currículo da Red Bull, que agora tem 28 vitórias e 39 poles, sendo superada neste critério por apenas cinco times. Um deles é a Lotus (com 107 em sua história!), que conquistou, ao menos oficialmente, seu primeiro pódio duplo desde 1979 (GP da Espanha, com Carlos Reutmann e Mario Andretti). Vejo mais sentido em adiantar bastante no tempo e voltar apenas a 2006, no GP do Japão, quando Fisichella e Alonso estiveram entre os três primeiros pelo time de Enstone, então Renault.

Voltando à F-1 em 2012, Raikkonen conquistou seu primeiro pódio desde Monza, em 2009, enquanto Grosjean, uma semana após obter os primeiros pontos da carreira, levou para casa seu primeiro troféu. A última vez que ouvimos La Marseillaise pode ter sido no Japão, em 2008, graças à Renault, mas não víamos a bandeira francesa no pódio desde o GP da Bélgica de 1998, com Jean Alesi. E ainda por cima de Sauber!

Um dado curioso da temporada são os 4 quartos lugares de Webber. Esse tipo de sequência é tão rara que só aconteceu outras quatro vezes na história, com Piquet (4 x 2º em 87), Alboreto (4 x 7º em 1992), Frentzen (4 x 3º em 1997) e o próprio Webber (4 x 3º em 2011). Portanto, se o australiano quiser o recorde sozinho, terá de repetir o quarto posto na Espanha.

Mesmo não tendo uma grande corrida, a McLaren continua em sua sequência, que vem desde que Button chegou para fazer dupla com Hamilton: há 42 corridas, desde o GP da Austrália de 2010, o time marca pontos com ao menos um de seus pilotos.

1 Comment

  1. Imagino o quanto deve ter sido frustrante para o Alboreto ter sido quatro vezes sétimo em 92, quando só seis pontuavam…hehe

    Ótima coluna, como aliás todas as suas são!


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