F1 O motor de Vettel e a mão leve da FIA - Julianne Cerasoli Skip to content

O motor de Vettel e a mão leve da FIA

Os problemas do começo do ano foram solucionados no turbo da Ferrari, mas o estrago estava feito

Mesmo quando a Mercedes parecia ter tomado as rédeas do campeonato, a partir do GP do Canadá, Sebastian Vettel manteve-se por perto, somando pontos importantes que fazem com que, desde a primeira prova, ele seja o líder de uma temporada em que não teve o melhor carro em todas as etapas. Longe disso. Mas a sensação desta primeira parte de que Lewis Hamilton pode, a qualquer momento, virar o jogo – e que só não o fez por fatores que escaparam de seu controle em Baku e em Spielberg – faz com que a segunda metade do ano esteja totalmente aberta.

A favor de Hamilton está a necessidade de Vettel tomar pelo menos uma punição pela troca do motor. Vettel está pendurado já há tempos, tendo apenas dois turbos à disposição e já estando no quarto usado no ano, além de estar na terceira central eletrônica, MGU-H e motor de combustão, elementos que já estão com alta quilometragem depois das quebras no início do ano. Uma troca em Spa, como expliquei no último Credencial, faria todo o sentido.

Isso, sem esquecer o fator Bottas, piloto que mais marcou pontos nas últimas cinco provas. O finlandês está desafiando Hamilton em sua especialidade, com um placar de 6 a 5 (a favor do inglês) em classificações e vem crescendo em corrida, depois de desgastar mais os pneus nas provas iniciais. Enquanto se manter a cerca de uma vitória do tricampeão, não pode ser descartado.

Da mesma forma que é difícil fazer um prognóstico da performance dos pilotos, muito condicionada neste ano a sua interação com a reação sensível dos pneus a diferentes temperaturas/circuitos, ainda que haja algumas tendências no rendimento dos carros (como a Ferrari sendo melhor em trechos de curvas lentas e tração, especialmente no calor, e a Mercedes no inverso), o ritmo de desenvolvimento pode jogar algumas teorias no lixo.

 

Vista grossa da FIA

A FIA de certa forma está ajudando para que a briga seja a todo vapor. Desde o início do ano, a entidade está sendo bastante leniente em relação às tentativas das equipes de encontrar brechas no regulamento, dando a chance dos engenheiros reverem seus carros ao invés de puni-los. E não foram poucas as vezes que foram encontradas irregularidades.

Já expliquei aqui a questão dos lubrificantes da Ferrari, mas o grande alvo das últimas etapas foi o “assoalho hidráulico”, com cinco equipes esquentando óleo para regular a altura do carro. A saída foi criar um novo teste de flexão na Áustria, no qual todos os cinco times foram pegos, e tiveram que mudar seus carros. Na última etapa, na Hungria, o alvo foi a sempre polêmica asa dianteira da Red Bull, que teve de ser mudada de sexta-feira para o sábado, o que teve influência direta no desempenho do time.

Falando em Red Bull, o time vem deixando a desejar, mas é um dos que apresenta sinais de crescimento, algo que deve ser visto com mais clareza em pistas como Cingapura do que em Monza, por exemplo, gerando a possibilidade de uma terceira força influenciando no campeonato. Renault e McLaren também vêm melhorando, o que não chega a ser uma ameaça para a Force India, tranquila em quarto no campeonato, mas sim para a Williams, que começou claramente atrás apenas das três grandes e, nas últimas provas, vem se perdendo em seus erros, algo que não é novidade para o time.

7 Comments

  1. Julianne, bom dia!

    O que você tem a dizer a respeito da declaração do DT da Ferrari Mattia Binotto, ele disse que a Ferrari recebeu autorização da FIA e fez algumas modificações para a confiabilidade nos turbos que deram defeito no início do ano, e que eles estão fazendo rotações, já que esses turbos estão com bastante milhagem para rodar e que eles estão funcionando bem no momento, e com isso eles esperam não receber nenhuma punição por trocar de componentes da unidade de potência até o fim da temporada.

    • Acho pouco provável que Vettel termine o campeonato com apenas uma unidade adicional de ICE, MGU-H e central eletrônica como apontou Julianne no texto. Recuperar os dois turbos fora-de-serviço é apenas *uma* das coisas que a Ferrari precisa p/ evitar penalidades.

      • Mas se você for parar pra pensar, a Mercedes também está no terceiro componentes de todas as partes que compõe a unidade de potência, se for pensarmos assim, tento Ferrari e Mercedes terão que pagar penalidades por excederem o uso desses componentes até o fim do campeonato, pois em 11 etapas disputadas as duas equipes citadas usaram quase todo o estoque a que tem direito por regulamento que são 4, e ainda faltando 9 etapas, acho difícil as duas equipes não serem punidas por ultrapassar o limite imposto pelo regulamento.

        • A diferença é que eles trocaram agora que começou a segunda parte do campeonato. Está dentro do planejado. O terceiro ICE e MGU-H do Vettel por exemplo estão muito mais rodados (não me lembro direito, mas acho que trocaram na Espanha). O problema não é só o turbo em si.

  2. Esse campeonato está cheirando a um resultado polêmico ao final do ano.
    Na teoria a Mercedes tem tudo pra levar uma grande vantagem nessa segunda parte do campeonato.
    Mas parece q o Presidente da FIA, Sr. Jean Todt (Ex-Ferrari), vai mexer os pauzinhos para tirar os italianos da seca após 13 anos.
    Uma pena q isso possa acontecer.

    • Quais os indícios que você tem para dizer isso?

      • Dar punições em palestras para jovens pilotos ao invés de um ban de uma corrida depois do que o Vettel fez em Baku, por exemplo?


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