F1 O que já sabemos sobre os carros de 2018 – parte 1 - Julianne Cerasoli Skip to content

O que já sabemos sobre os carros de 2018 – parte 1

É aquela época do ano novamente: a empolgação pelo lançamento dos carros e os primeiros testes – e escrevo estas linhas da sala de imprensa do Circuito da Catalunha, vendo os colegas correrem para a janela enquanto os primeiros carros vão à pista no primeiro teste da pré-temporada. Daqui até a Austrália, em menos de um mês, muita coisa vai mudar nos carros – tanto, que podemos até ignorar as asas dianteira e traseira. Mas já dá para ter uma ideia das tendências de cada carro.

Pensando nisso, fiz um resumão em dois capítulos do que vimos nos carros até agora.

Williams

Uma das equipes com clara inspiração na Ferrari na área em que o time italiano foi mais copiado, dos sidepods, a Williams também buscou inspiração na Mercedes no primeiro carro feito sob o comando técnico de Paddy Lowe. Essa inspiração fica clara na parte dianteira, na conexão mais alta entre o bico e o restante do carro, algo que limpa o fluxo de ar da parte debaixo do carro.

Isso deve casar bem com o sidepod o mais alto possível, algo que também serve para alimentar melhor o difusor e gerar mais pressão aerodinâmica, o que vinha faltando nos projetos da equipe nos últimos anos.

A entrada de ar do motor também está mais parecida à da Mercedes, com um formato mais oval, em uma área que sofre a influência do halo neste ano.

As inspirações não param por aí: da Red Bull parece ter vindo uma suspensão traseira redesenhada, bastante longa, algo que deixa o fluxo de ar mais limpo para a asa, que ganhou um suporte duplo para melhorar sua pressão aerodinâmica.

 

Mercedes

Muito se falou sobre a longa distância entre eixos da Mercedes ano passado, que seria uma das fontes dos problemas que o time teve especialmente na primeira parte da temporada, mas eles decidiram mantê-la, agora com um pouco mais de rake (diferença de ângulo da traseira, mais alta, e da dianteira), ainda que muito menos que rivais como a Ferrari.

Não que não haja inspiração nos italianos, como nas aberturas em forma de “caixa de correio”. Mas com uma diferença: elas estão combinadas com a suspensão alta, uma das grandes marcas dessa geração de carros da Mercedes. Isso ajuda a acelerar o fluxo de ar na parte de cima do carro, o que resulta em mais pressão aerodinâmica, pois trabalha o ar de maneira diferente do normal, que seria encaminhá-lo para cima do braço de suspensão. Com ela muito alta, o ar passa pelo meio dos braços, abrindo um espaço que também aumenta a velocidade da passagem do ar e ajuda a grudar o carro no chão.

Isso gera uma desvantagem, pois aumenta o peso do centro de gravidade – algo que também é um subproduto do halo. E não é por acaso que Toto Wolff reclamou tanto da novidade. Esse peso no lugar “errado” costuma gerar maior desgaste de pneus, mas a Mercedes parece ter avaliado que o ganho aerodinâmico compensa as perdas.

Sauber

Lançado provavelmente com uma especificação mais próxima à que será usada nas corridas, o carro da Sauber impressionou, com várias soluções corajosas. Os sidepods são os menores possíveis, algo que ajuda a diminuir o arrasto e o uso de um motor mais atual também permite que as entradas de ar sejam mesmo menores.

Outro ponto que chamou a atenção foi a suspensão, bastante alta, para trabalhar o ar da mesma maneira que a Mercedes, casando com radiadores montados bem baixos.

Red Bull

A Red Bull mudou conceitualmente para esta temporada, adotando a mesma filosofia da Mercedes, de diminuir o máximo o arrasto. Isso é perceptível pelos sidepods, que usam menos espaço do que o máximo regulamentar, deixando um grande canal para alimentar o assoalho. Outro sinal da busca pelo baixo arrasto é o bico do carro, significativamente menor.

Outra mudança para 2018 foi o comprimento do carro. Enquanto ano passado era, junto com a Toro Rosso, um dos mais curtos, o modelo deste ano é mais longo (ainda que bem longe da Mercedes). Isso é talvez um reflexo de todas as outras mudanças para diminuir o arrasto, uma vez que isso também quer dizer menos pressão aerodinâmica e um carro mais longo ajuda a recuperar um pouco desse downforce. Mas uma coisa que não mudou e que também aumenta a pressão aerodinâmica é o forte rake, algo tradicional nos carros da Red Bull e que tem sido copiado por algumas equipes.

Haas

Não é surpresa nenhuma que a Haas pareça uma Ferrari de 2017, tamanha a extensão da parceria técnica entre os times. O sidepod é a similaridade mais óbvia e ajuda a distância entre eixos a ser menor, o que resulta em menos peso e a possibilidade de usar melhor o lastro, equilibrando mais o carro em cada pista de acordo com suas características.

Outra inspiração na Ferrari é vista na relação entre a suspensão e a entrada de ar do radiador que, ao contrário do que acontece com a Mercedes, é desenhada para que o ar passe por cima do braço de suspensão e chegue mais limpo na parte central do carro.

5 Comments

  1. Julianne,
    Esse carro “meio Frankstein” da Williams pode dar certo? Afinal, ter soluções de três equipes diferentes pode fazer com que nada funcione.
    As soluções da RedBull servem para a filosofia de carros deles, e o mesmo vale para Ferrari e Mercedes.
    Ou esse raciocínio não procede?
    Grande abraço a todos!

    • O raciocínio não é esse. Mesmo os times da ponta não trabalham com a mesma filosofia. Senão seria fácil, é só copiar o vencedor e pronto.

  2. Primeira vez que a Toro Rosso utilizou os motores Honda e já deram 72 voltas e sem nenhum problema aparentemente. Qual foi a reação do pessoal do paddock em relação a esse desempenho Ju ? Será que a Honda dessa vez terá uma temporada mais promissora ?

    • Existe uma certeza aqui de que o projeto da Honda tem tudo para engrenar. Eles já tiveram uma evolução considerável ano passado.

  3. a dupla reserva da williams seria muito legal nesse carro 😉kkk


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